Capítulo 10 - Letargia e Aflição

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Letargia

substantivo feminino

1. incapacidade de reagir e de expressar emoções; apatia, inércia e/ou desinteresse.

Aflição

substantivo feminino

1. sentimento de persistente dor física ou moral; ânsia, agonia, angústia.

2. sofrimento.

***

Eu esperei o que pareceu ser uma eternidade, mas nada aconteceu. Já estava começando a ficar envergonhada de estar com meus olhos fechados em sua frente, mais ainda quando suas mãos deslizaram para longe do meu rosto e parei de sentir sua respiração tão perto.

Abri as pálpebras devagar, com medo de ele ter se arrependido e desistido. Jungkook me encarava com uma expressão estranha, como se estivesse se esforçando muito para decidir algo.

Quando sua boca abriu e ele ia começar a falar, eu não o deixei continuar. Meus lábios foram de encontro aos seus de forma desengonçada e segurei seus ombros para mantê-lo perto. Me afastei depois de alguns segundos, não deixando que fosse nada além de um selinho inocente.

Queria ver sua reação, porque eu nem sequer sentia minhas pernas e minhas palmas suavam horrores. Jungkook mantinha suas orbes arregaladas e um bico engraçado na boca. Soltei uma risada fraca, apesar do nervosismo, e vi sua expressão suavizar e um sorriso pequeno surgir.

Ele se aproximou de novo e me encarou bem de perto. Meu peito já não parecia suficiente para aguentar as batidas do meu coração e a qualquer momento eu jurava que ele sairia desgovernado por aí. Jungkook pareceu saber da decisão que estava tentando tomar anteriormente.

Então, Jungkook me beijou. Dessa vez não foi nada atrapalhado e segurei sua camiseta mais forte quando o senti aprofundar nosso contato. Seu gosto era de marshmallow e, Deus, beija-lo era a melhor sensação do mundo. No momento nosso ritmo era calmo e extremamente gostoso.

O segundo toque de recolher foi tocado e ouvi alguns passos de alguém se aproximando. Nos separamos desajeitados e a senhora Kim nos olhou com um sorrisinho no rosto.

— Tenho certeza de que os pombinhos não deveriam estar aqui. — Ela apoiou as mãos na cintura. Eu me levantei depois de encarar Jungkook e notar que seus lábios estavam mais avermelhados do que normalmente eram.

— Desculpa, senhora Kim. — Respondi, Jungkook também se ergueu e coçou a nuca. — Já tô indo para o meu dormitório, boa noite. — Ele tentou falar algo e me segurar, porém fui mais rápida e andei até meu chalé.

Alguém parecia pisar no acelerador do meu coração sem intenção de soltar tão cedo e ainda ligou o ar condicionado no último e um frio ia e vinha na minha barriga.

Abri a porta um pouco afobada e ouvi o murmúrio irritado da minha colega, que já estava deitada. Nem sequer acendi a luz ou troquei de roupa. Apenas me deitei na minha cama e encarei o teto, animada demais para dormir. Levei o indicador à minha boca e a pressionei um pouco. Ainda sentia os toques de Jungkook em mim. Era surreal como eu parecia anestesiada, sob efeito da droga que era Jeon Jungkook.

Eu o beijei e ele me beijou. O que aconteceria amanhã? Como nos olharíamos? De repente o frio em meu estomago não era mais bom e fiquei com medo. E se ele fingisse que nada aconteceu? E se foi só calor do momento?

Essas eram as piores coisas para acontecer quando o dia de amanhã chegasse.

***

Clichê \ JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora