Capítulo 09

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Por Alice

Depois de termos presenciado aquela cena grotesca, eu saio dali com o Henrique e o Juliano, vou com os dois para o andar de cima da escola, onde fica a biblioteca, o auditório, um dos banheiros e a sala do 7• ano, paro com os dois no meio do corredor.

- Sério, porque que os dois tem que ser tão babacas a ponto de querer bater em duas pessoas inocentes?- Tento falar o mais baixo o possível pra ninguém ouvir.

- Eu só faço o que o Henrique manda.- Diz Juliano.

- Se ele mandasse tu comer bosta, tu comeria?

- Claro que não.- Fala com cara de nojo.

- Sai Juliano, eu preciso falar com o Henrique.- Falo com uma certa autoridade na voz, e o mesmo desce para o primeiro andar.

Após Juliano sair, começo a falar com Henrique.

- Cara porque você faz isso?- Pergunto com uma certa incredulidade.

- Eu não mandei vocês abrirem a boca na diretoria.

- Eu já sei o que tá rolando aqui, pelo o que eu e minhas amigas vimos ontem, um senhor que parecia ser seu pai, chegou e começou a falar coisas horríveis pra você, ele até quebrou seu violão.

- Aonde você tá querendo chegar com isso?- Pergunta ele meio interessado.

- Você tá querendo descontar nos outros o que você sofre em casa não é verdade?.- Ele fica mudo por um tempo, porém o medo em seus olhos falavam por ele.

- Isso não tá certo Henrique, você é uma pessoa boa eu sei disso, só se esconde atrás desse valentão porque acredita que só assim as pessoas vão te respeitar, inclusive seu pai.- Ele fica quieto por mais alguns segundos, mas logo em seguida fala tentando fugir do assunto.

- Eu tenho que ir, se a diretora me pegar aqui, ela me mata.

- Nossa conversa não vai acabar aqui, não adianta fugir porque eu não vou desistir de você.- Digo determinada.

Henrique se vira, e desce para o primeiro andar, fico mais uns segundos ali em cima até que o sino toca e eu resolvo descer pra ir pra sala.

Cecília, Pietro, Aiko e eu, fomos os últimos a entrar na sala, as meninas perguntaram pra mim e pra Cecília onde a gente tava, e falamos que tínhamos ido até a biblioteca.

O professor que ia dar aula pra gente naquele tempo, havia faltado, e não tinha ninguém para substituí-lo, desde que havíamos entrado, percebi que o rosto de Cecília estava inchado como se tivesse passado o recreio todo chorando.

Assim que as meninas começam a conversar entre si, vou até ela, me sento em uma cadeira a sua frente.

- Ta tudo bem?

- Ta sim.

- Não mente pra mim Cecília, eu sou sua amiga.

- Eu não to nada bem, eu só queria ajudar o Pietro e eu acabei complicando mais a situação dele, e agora ele tá com raiva de mim.

- Olha, eu entendo que você gost...- Ela me interrompe bem na hora.

-  Não começa, eu só gosto dele como amigo nada mais que isso.- Dou um sorrisinho de lado ao perceber o que estava acontecendo.

- Eu não disse nada, você ficou nervosa à toa.- Vejo Cecília desviar o olhar.

- Continua o que você ia falar.- A mesma diz um pouco mais calma.

- Eu sei que você gosta muito da amizade com o Pietro, mais deixa ele esfriar a cabeça, ele sofreu bastante, mas logo logo ele vai saber que você só quer ajudar.- Digo tentando anima-lá um pouco.

Meu primeiro amor Onde histórias criam vida. Descubra agora