Quando menos se espera

1.5K 166 11
                                    


 Pertencer a Jeon Jungkook e a Kim Taehyung era algo de outro mundo para Baekhyun, mas a verdade era que depois de um mês, Baek já não sabia mais distinguir o que era real ou não. Estava vivendo dentro dos seus sonhos mais loucos e ainda custava para acreditar que era verdade.

Na verdade, ainda tinha dúvidas.

Agora era um dos alunos privilegiados da mais cara Universidade de Seul. Dirigia seu próprio Porsche, tinha uma suíte imensa e luxuosa só para ele no andar superior da mansão dos sócios, comia do bom e do melhor, não precisava trabalhar mais e toda semana recebia uma mesada de muitos zeros em sua nova conta bancaria privativa e exclusiva.

Do lixo para o luxo, do dia para a noite, e tudo o que fazia era ir a jantares com os dois, juntos ou separados e usar aquelas joias lindas, tinha que admitir, que eles chamavam de coleira com o nome de ambos. Era apresentado como deles, simples assim e mesmo que as vezes se sentisse de fato uma posse, algo como um pet que custava a eles uma fortuna, ainda assim não se sentia de fato deslocado ou mal.

Eles o tratavam com muito cuidado, na verdade e com o tempo foi aprendendo as peculiaridades de cada um dos dois. Taehyung era mais explosivo, mais intenso e gostava de andar com o braço ao redor da sua cintura, o tocava em todas as oportunidades e Baek logo se adaptou a isso sentindo inclusive falta quando não recebia um carinho dele quando chegava em casa da faculdade. Tae – Como ordenou que fosse chamado em casa - parecia saber agora até mesmo o que pensava de vez em quando e aquela intensidade toda o desnorteava um pouco. Mas descobriu que também gostava, muito.

Jungkook era menos intenso que Taehyung, mas era mais observador, não o tocava com tanta frequência, mas quando fazia, Baek sentia seus joelhos um pouco trêmulos, quando ele falava consigo, falava baixo e tinha uma aura que era inexplicável, contudo o fazia querer obedecer a ele e todos aqueles impulsos meio loucos, todos eles foram fazendo sentido quando conheceu de fato o mundo deles.

Entendeu já na primeira vez quando foi com eles ao clube que eles frequentavam, porque se sentia como se sentia. Lá havia outros submissos – Eles faziam parte de uma sociedade exclusiva e seleta de Doms e subs que Baek ainda aprendia o que de fato significava, mas que resumia em homens e mulheres que "possuíam" outros e que tinham uma série de leis, normas, e regras sobre a prática que envolvia de tudo, do relacionamento na cama até fora dele – Ele gostou, por algum motivo gostou muito daquilo tudo, se sentiu em casa e logo fez amizade com os amigos dos seus Doms e outros subs que frequentavam o lugar.

Aos poucos foi relaxando sobre aquela sua nova vida meio estranha e na quarta vez em que foi ao clube, agora já era membro, circulava sozinho sabendo que ninguém o tocaria e que poderia se divertir à vontade, afinal ele tinha donos.

Ele era um submisso.

E virgem, deveria frisar, agora um pouco descontente.

Todos os submissos dos amigos dos seus doms tinham uma espécie de vínculo que sabia que lhe faltava e sabia bem porque faltava. Era a intimidade de compartilhar uma cama.

Tae e Kook cumpriam à risca a promessa de nem ao menos insinuar sobre algo mais sexual, sabia que teria de vir de si, sabia que teria que inclusive pedir em voz alta, alto e claro, por que doms nunca tocavam em seus subs sem autorização prévia.

Agora que entendia melhor não se imaginava mais em um namoro ou relacionamento diferente daquele, sabia bem como era fora daquele mundo, as 'forçações' de barra e coisas do tipo, mas ser submisso lhe dava todas as garantias do mundo de que só seria tocado se quisesse ser tocado, só haveria sexo se quisesse sexo. Não havia meio termo, não havia 'jeitinho'.

— Um suco com um pouco de jim, por favor.

Uma voz doce e animada soou do seu lado e Baek se voltou para o moreno que se sentava no banquinho ao seu lado no balcão do bar central – ele adorava ficar lá vendo o povo dançar na pista de dança e tendo uma visão boa do camarote dos seus doms, caso eles o chamassem – E logo Baek se viu no moreno de algum jeito, talvez no olhar um pouco perdido e ansioso como da primeira vez que entrou ali... Desceu os olhos e viu a coleira de "sem dono" no pescoço do garoto bonito. Baek arregalou os olhos divertido:

— Um NO, uau!

Ele se voltou para Baek meio sem jeito, mas logo também viu suas coleiras e foi a vez dele de esboçar surpresa:

— Uau!

Baek riu divertido, gostando ainda mais dele.

— Sim, tenho dois Doms, meu querido, sou um cara sortudo – Disse apontando para a sua coleira de NO – Você é tão fofo, isso aí vai sair da sua pele em menos de uma hora por aqui, tenho certeza - E então sentiu o olhar de Kook sobre si e sabia que era hora de voltar para o camarote — Bom, eu vou indo e olha só ahhhhh fique com a minha margarita, acho que vai precisar! E uma dica, não seja tímido, vá e agarre seu dom, biscoitinho! Temos sete livres essa noite por aqui, só os que eu sei... Aproveita!

Disse empolgado tentando encorajá-lo. Sabia pelo olhar ansioso dele que estava à procura de um dom e a verdade era que submissos sem doms ficavam muito tristes em geral. Já tinha ouvido relatos ali mesmo no clube de subs que deixavam até de cuidar de si mesmos quando eram do tipo muito dependentes, ele não era assim, mas sabia que existiam esses casos. Aquele clube tinha subs inclusive que cuidavam da rede para que os outros subs que acabassem NO, tivessem auxilio, era uma grande família na verdade que ele agora se sentia feliz em fazer parte e torcia pelo moreno também. Haviam bons doms sem subs aquela noite no clube, quem sabe ele gostasse de algum?

Sua margarita era o remédio que o moreno fofinho precisava, tinha certeza.

Deu um sorriso de encorajamento final e então voltou para o camarote dos seus doms pensando que deveria mudar seu status aquela noite mesmo. Queria ter o vínculo total com eles, desejava aquilo e ia usar do próprio conselho para o moreno.

Não seja tímido, vá e agarre seu dom!

Foi direto para o colo do Tae que estendia a sua mão e deitou a cabeça em seu ombro dizendo baixo:

— Vamos para casa?

E o olhar que recebeu foi tudo o que precisou saber. Ele entendeu o pedido.

Segundos depois eles saiam do clube e voltavam para casa.

Em dez minutos chegavam em casa e ele sorriu mentalmente. Ele seria um submisso completo aquela noite ou não se chamava Byun Baekhyun.

Um sub para chamar de nossoOnde histórias criam vida. Descubra agora