-Milla querida...--ouviu a voz de Karen e sentiu alguém a sacudindo pelo ombro --chegamos, acorda
Milla abriu os olhos vendo o avião sendo abandonado aos poucos pelos passageiros
Levantou preguiçosamente a acompanhou a mãe com o corpo cansado e com sono. Após fazerem o check-out e levarem as malas, foram recebidos pelo ar gelado e céu nublado de Londres
Milla respirou fundo, sentiu muita falta daquela cidade, do frio, das chuvas e tudo de bom que se pode encontrar na Inglaterra
Pelo carro, observou as ruas, pubs e startbuks em que passou a adolescência como se fosse a primeira vêz
Karen fez questão de pedir para o taxista que andasse o mais devagar possível para que a filha visse tudo que tinha para ser visto, foi então que no meio de restaurantes e mar de pessoas, milla o viu
O cabelo pálidos
Os olhos azuis acompanhados por um olhar gelado
A pele clara
O corpo magro e forte
Milla ficou chocada, abriu o vidro e tentou olhar melhor se debruçando na janela do carro, mas ele já não estava lá
Pensou estar louca, vendo coisas que não existem. Passou o resto da viajem tensa lembrando da imagem dele a cada minuto
Chegaram e casa e reparou que o carro de Ricardo ainda ali se situa, fechou o rosto. Descarregaram as malas de Milla e entraram na velha e pequena casa de Milla que ela achou tão pequena e sem graça em relação a mansão Campbell
-chegamos!! --cantorolou Karen e logo apareceu Ricardo com um avental e um bom cheiro ativou do nada o estômago de Milla
-oi amor, estive assando um frango --sorriu e abraçou Karen dando um selinho que fez Milla fazer cara de nojo --oi criança
-criança é o capeta --resmungou e se dirigiu ao quarto
-bem, algumas coisas nunca mudam --disse risonho Ricardo seguido de uma repreensão de Karen
Milla entrou com desgosto no quarto dela, nada tem mais graça nele, os traços de sua rebeldia ainda estão lá, pôsteres das bandas preferidas dela, paredes pretas descascadas, mobília escura, a pequena cama desarrumada
Karen deixou tudo como estava para que Milla se sentisse em casa mas ela nunca se sentiu tão descolada em toda sua vida
Deixou as malas e a mochila em cima da cama e saiu para apanhar ar, com uns baseados escondidos no casaco claro. Respirou ar puro e gelado que foi a coisa que mais sentiu falta em Londres
Andou um pouco e decidiu parar em um pequeno parque vazio porque ninguém se atreve a sair para brincar ou passear naquele clima
Acendeu um baseado inalando com todas as forças como uma forma de esquecer a dor que inunda seu peito e tenta esconder. de certo, não funcionou
-doce Milla --extremeceu e deixou o baseado cair no asfalto chocada --você conseguiu vencer?
Ela nunca se esqueceria daquela voz, por mais que estivesse mais grossa e definida, é a mesma
Virou-se lentamente e observou a imagem esguia do homem com enorme significado em sua vida do outro lado do parque
Os cabelos pálidos sacudindo ao sabor do vento, o corpo magro e definido, o olhar sempre frio
Milla caiu de joelhos não aguentando a pressão, o coração dela deu um solavanco
As lembranças voltaram como um baque e ela ficou sem sentidos por um segundo
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Tudo pra ser perfeito(everything to be perfect)
ChickLitjá imaginou algo que tem tudo pra ser perfeito? pois...não existe. se você tiver uma vida como a de Milla saberá que nada é bom demais pra ser verdade e que a única opção é ser rebelde e marrenta pra ganhar respeito, que é preciso ser fria e arrogan...