C.9

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-ai Milla, vem com a gente vai...

-não, não adianta insistir que não vai servir de nada Shizzy --cruzou os braços a altura do peito

-oh, vá lá, não é todo o dia que o diretor deixa a gente organizar uma festa aqui, principalmente na piscina-- insiste Cloe

-não não não! já falei que não vai rolar, custa entender? --ela se atira na cama cruzando os braços atrás da cabeça --boa sorte pra vocês

-por favorsinho, é o meu irmãozinho -Shizuko faz biquinho piscando os olhos freneticamente

-pft! como se isso me importasse, além do mais eu odeio festas. não vai fazer nenhuma diferença na minha vida

-sabe, ultimamente você anda muito estranha, nunca quer sair desse cubico que chama de quarto. ta nos escondendo alguma coisa? --Cloe acusa com a mão no queixo

-an...claro que não --ela bufa -- porque eu estaria escondendo algo de vocês? --ela revira os olhos

-então ao menos desce pro pequeno almoço ao invés de a gente trazer aqui pra você --Cloe cruza os braços e batuqueia o pé no chão

-e deseja feliz aniversário pro Aleph -completa Shizzy seguida pelo acenar de Cloe

esta fora de cogitação. não é como se Milla fosse cobarde ou assim, mas é claro que ela não teria coragem de olhar direito pra cara de Aleph e manter a postura durona depois do que acontecera. mata-lhe por dentro não saber o porquê de ter o beijado e amaldiçoa-se por ter gostado e por não conseguir fazer desaparecer a sensação maravilhosa, ela quer fugir ao máximo de o enfrentar. no dia do beijo, ela deu-se conta do que estava a fazer, terminou o contacto bruscamente e saiu correndo que nem uma louca,  desde então tem o evitado durante uma semana e meia o que torna a situação mais pavorosa e envergonhante

-ta, eu desço então, mas esta fora de cogitação desejar-lhe feliz aniversário --a cara animada de Shizzy desabou na hora

-bom, pelo menos é um começo, vamos logo! --Cloe abriu a porta e Milla respirou fundo antes de sair pela mesma

***
parecia que tudo andava em câmara lenta. todos no refeitório olharam pra ela como se ela tivesse ficado um ano sem lá entrar, é o bom e velho ditado,o bom filho sempre volta a casa

Milla ignorou os olhares com sucesso e serviu-se de maravilhas, o bom do refeitório é que tem coisas deliciosas. sentou-se na mesa junto aos outros cumprimentando-os apenas com um aceno de cabeça, sentiu o olhar de Aleph nela o tempo todo e já lhe doía a cabeça por conta da tensão que se formou na mesa, sentiu-se sufocada. limpou o suor frio e peganhento já farta do clima.

-ouve, Berry será que você não tem algo pra dor de cabeça?

-claro eu...-- Berry ia dizendo com a sua voz doce e meiga quando todos os olhares da mesa e de algumas mesas perto dirigiram-se a Milla, todos espantados, sentiu-se incomodada, exposta, ela nunca foi muito fã de atenção, odeia atrair olhares alheios, até se perguntou se havia falado alto demais e não percebeu

-que foi? alguém morreu? --perguntou a mesma

-você...consegue diferencia-las? --Greg foi primeiro a se manifestar

-ahn...sim

-mas como? é que tipo, elas são tão iguaisinhas, parecem até réplicas, eu convivo com elas a dois anos  e nunca consegui diferencia-las

-isso é porque você é um lerdo isso sim, pelo que eu sei essa é a Berry e essa a Merry certo? --ambas acenaram e todos se entre-olharam fazendo Milla revirar os olhos --então Berry? Vai me dar comprimido ou vamos ficar aqui até amanhã

Tudo pra ser perfeito(everything to be perfect)Onde histórias criam vida. Descubra agora