Um colar, uma presa, uma criança...

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♠️ Roberta♠️
Após voltar pro meu quarto, ouço novamente a vóz, vejo uma luz fraca lilás flutuar em minha frente. Ouço a vóz vir da bola de luz.
- jovem ghoul, venha até mim.
- mas quem ou oque é você? Pergunto confusa.
- apenas siga meu sinal e ele te levará até mim.
Não sei no que estou pensando só começo a seguir a luz, ela parece uma esfera em chamas, as chamas são em tons de azul e roxo que fica algumas partes em lilás claro. Quero tocar essa chama mas não tenho coragem, apenas sigo, desço as escadas até a biblioteca e lá em uma das estantes pego um livro, puxo ele e uma porta se abre na parede. Adentro a mesma descendo uma escadaria enorme a única luz no local é a que emana da esfera de chama flutuante. Vejo pouca coisa. Desço o primeiro lance de escadas e sigo por corredores virando a direita depois a esquerda, desço mais alguns lances de escadas e entro a direita novamente. Por fim entro em uma sala, ela é ampla e contém uma estátua no meio dela. A luz paira na estátua e a vóz volta a falar.
- agora Roberta, preciso de um favor, há um colar muito poderoso. Ele aprisiona minha alma, essa estátua é meu corpo, e preciso de ajuda pra me libertar.
- não vou simplesmente te libertar, oque me garante que você não é alguém que quer destruir a escola.
- não sou alguém que queira seu mal. Na verdade quem me prendeu quer matar Dália, e acredito que você não deseje isso.
- como assim? O que Dália tem a ver com isso?
- uma pessoa se esconde nessa escola e  essa pessoa quer Dália morta. Então... Acredito que isso seja insentivo suficiente pra você me ajudar não é?
- ok. O que eu devo fazer então. Falo pensativa.
- pegue o colar de Romero, e o use, com ele poderei te ajudar a me ajudar. Além disso... Preciso que fale com Dália.
- primeiro. Como vou pegar um colar da professora sem permissão. Segundo. Oque você tem que falar com Dália?
- devo dizer que você é esperta o suficiente pra saber como pegar o colar, e quanto a Dália ela é a única que pode me libertar.
- como assim? Não entendo como Dália pode te libertar...
- ela não, mas o draki dela sim. Portanto... Primeiro pegue o colar, depois aguarde minhas instruções. Posso contar com você?
Penso por alguns instantes.
- depende... O que eu ganho te ajudando? Afinal se vou me arriscar pra te salvar quero saber que benefícios terei com isso. Falo tentando cair fora dessa, por mais que eu queira ajudar não quero correr o risco de libertar alguém que está preso por algum motivo provavelmente grave, penso olhando a estátua.
- jovem ghoul, pedi sua ajuda porque sei que tem um bom coração, por mais que queira negar. Além disso... Sondei sua mente e vi o porque está aqui, você veio pra essa escola pra resolver o mistério de sua vida, a morte de seus pais sanguíneos. Eu posso te dizer como eles morreram e porque morreram, desde que vc me liberte.
As palavras da "vóz" me surpreende porém não acredito realmente. Portanto falo por último virando as costas pra estátua:
- sinto muito, procure outra pessoa pra te ajudar, eu tenho mais oque fazer. Falo saindo da sala e procurando a saída daquele labirinto de corredores. Após meia hora andando pra todo lado finalmente acho algo que vi no caminho quando vim seguindo a luz, uma estátua de serpente, eu havia visto ela em algum momento, a partir da estátua consigo me lembrar o caminho e voltar a escola.
Saio novamente na biblioteca. Estou faminta, preciso caçar. Saio no jardim da escola e liberto minha cagone, há dias que não como nada e a fome deve estar me enlouquecendo. Penso alçando vôo em direção a cidade, o castelo fica no topo de uma colina, a Cidade é próxima, assim que acaba o terreno da floresta que pertence a escola começa a cidade, as luzes dela deixam a Cidade misteriosa e ao mesmo tempo alegre. Pouso próximo a floresta e saio andando em direção a cidade.
As ruas são de ladrilhos antigos e as casas também segue um modelo assim, bem rústico porém misturado ao moderno. As casas de pedras e madeira são lindas, com suas varandas com balanço e suas luzes reluzentes. Nas ruas as tochas não são de fogo, imitam fogo porém é apenas uma lampada dentro das chamas. O moderno misturado ao centenário é incrível. Ando poucas quadras e chego no centro da cidade, há uma praça gigantesca com árvores e brinquedos para crianças, vejo alguns casais se beijando. As vezes sonho em estar assim com alguém, feliz como um casal.
Ando pela calçada da rua até chegar perto de alguns restaurantes, há becos pequenos entre eles e várias pessoas sentadas na calçada em mesas de madeira comendo, bebendo e rindo alto. Sorrio pra uma garotinha sentada lendo um livro, ela é fofa, com bochechas rosadas e sardas nela, além de cabelos ruivos lindos. Isso me lembra novamente de Dália. Respiro fundo e continuo minha caminhada.
Mais adiante vejo uma senhora andar com uma bengala, estou prestes a ir ajudá-la a atravessar a rua quando um homem de capuz puxa a bolsa dela fazendo-a cair no chão, a mesma grita, corro até ela e vejo seu joelho ralado, o cheiro de seu sangue me tortura então digo a ela que irei atrás do ladrão. Ele corre pelas ruas agora movimentada e quando menos espero ele entra em um beco e eu o sigo.

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