Stay

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Luke's P.O.V

Lágrimas rolavam em meu rosto e molhavam minha camisa. Eu sabia que Michael não queria ficar perto de mim, mas nunca pensei que ele me recusaria e me bateira, pela segunda vez, por causa de um selinho. Selinho esse que me deixou sem chão. Eu sabia que ainda o amava, sabia também que ele me afetava, e muito, só que toca-lo de novo me trouxe a verdade; a maldita verdade de que eu era um idiota e de que eu tinha matado a minha felicidade com as minhas próprias mãos.

Michael era e sempre foi o meu mundo, disso eu nunca duvidei. Eu só o traí (como doía admitir que o traí) porque eu estava apavorado com a dimensão que o meu amor por ele tomou. Eu sabia que não fazia sentido algum aquela merda toda, mas era só aquilo que eu tinha a meu favor. E outra, a minha noite com Aleisha não chegou nem perto de todas as minhas noites com Michael, com ou sem sexo.

Uma luz invadiu meu quarto pela janela, já estava amanhecendo e eu não tinha pregado o olho. Ainda bem que era domingo. E com a minha constatação do dia da semana, um sorriso mínimo brotou nos meus lábios. Dali a algumas horas a maluca ruiva estaria à milhas de distância do meu Mikey.

Levantei-me da cama e segui para a cozinha, descendo as escadas com cuidado para não acordar ninguém na minha casa. Chegando lá abri a geladeira e peguei o leite, fui ao armário e peguei o cereal, despejei tudo em uma tigela e comi. Eu precisava de alguma distração, ou então as lágrimas, que eu estava tentando lutar contra, iriam cair de novo. Decidi ligar para Calum e ele atendeu no segundo toque com uma voz rouca pelo sono.

– Você quer morrer? – ele me perguntou.

– Preciso de conselho. – isso bastou para acordar meu melhor amigo, por que eu guardava certa mágoa pelo seu relacionamento com Ashton.

–Chego em dez minutos.

Exatamente dez minutos depois, um Calum suado e de pijamas apareceu na porta da minha casa.

– Você não teve a decência de trocar de roupa mate?

– Vai se foder, você quem me fez vir até aqui. – ele disse passando por mim e indo para a cozinha. – Vamos logo, desembucha.

– Eu beijei o Michael ontem! – disparei e ele se engasgou com o suco que estava bebendo.

– O QUE?

– Bem, não foi um beijo, foi só um selinho.

– E ai?

– Ai que ele me chutou nas bolas e me disse que eu era nojento.

– WOW. Isso sim foi um fora descente.

– Era pra você tá me ajudando e não jogando na minha cara que eu levei um fora do meu ex-namorado. Seu babaca.

– Foi mal, mas eu ainda não entendi como você quer que eu te ajude.

– Preciso que você descubra como eu faço pro Mike me perdoar.

– Como eu vou fazer isso?

– Você namora o melhor amigo dele, animal.

– Ah não, nem ferrando que eu vou perguntar pro Ash e eu não namoro com ele... Ainda não.

– Calum, por favor, vai. Eu tô em tempo de morrer aqui por causa daquele idiota, sexy e incrivelmente orgulhoso.

– Luke, por que você não tenta conversar, sei lá, arranja uma desculpa pra ele falar com você.

– Porque quando eu fiz isso eu fui completamente ignorado e levei um chute no MEIO DAS PERNAS!

– Doeu muito?

– Pra caralho.

– É um termo bem apropriado, cê não acha?

– Vai se ferrar.

_____________

Segunda. Tem dia pior do que segunda? Só mesmo o dia que o Michael me deixou, que tecnicamente era segunda, já que tudo aconteceu umas 3 da manhã de domingo para segunda.

Sentei na beirada da minha cama e desliguei o maldito e irritante despertador que não se cansava de apitar. Essas coisas não são de Deus, sério! Levantei coçando o olho e fui para o meu banheiro. Tirei a minha roupa (N/A: Ohhh meu Deus do céu, faz isso não Lukey) e entrei no chuveiro. A água morna me despertou aos poucos. Saí a contra gosto e vesti minha calça skinny rasgada e uma tank top qualquer.

Peguei meu carro e fui para a escola. Como eu iria falar com o Michael se eu prometi que iria ficar longe dele essa semana? Eu podia quebrar a minha promessa, mas isso só iria fazer com que ele se afastasse mais ainda de mim. Estacionei na vaga em que sempre estaciono e entrei no inferno. A primeira coisa que reparei foi no menino de cabelos coloridos que ria ao lado do loiro de olhos castanhos esverdeados. Eu queria muito falar com ele, ai que ódio de mim mesmo. Por que eu fiz aquela promessa idiota? Ah sim, para eu conversar com ele e ESTRAGAR TUDO! Eu sou mesmo um loser.

Passei por eles sem olhar para o lado com dor no coração por fingir estar indiferente a ele. Meu interior implorando para eu ir lá e lhe dar um beijo que faça todos os seus sentidos ficarem bagunçados da melhor forma possível. Entrei na sala e abaixei a cabeça, o professor entrou logo em seguida começando uma aula ridícula sobre a lei da gravidade. Por que tínhamos que aprender uma coisa que já sabemos? Todo mundo sabe o que é gravidade. Continuei com a cabeça abaixada por um tempo, até que o maldito Sr. Cook jogou seu livro em cima da minha cabeça.

– Sr. Hemmings por que não vai passar uma água nesse rosto? – e esse era seu jeito educado de me mandar para fora da sala. Agradeci com todas as minhas forças.

Saí da sala indo em direção ao banheiro e para minha felicidade vi Michael. Ele estava perfeito, como sempre. Camisa do Blink 182, skinny jeans e seus coturnos, mas tinha alguma coisa estranha. Seu rosto estava pálido e ele se segurava na parede. Comecei a aumentar a velocidade dos meus passos e quando eu ia perguntar o que ele tinha ele simplesmente foi caindo para frente. Tudo parecia em câmera lenta. Meu corpo se moveu antes da minha mente, graças aos céus, e eu consegui segura-lo. Sentei no chão segurando seu rosto e me desesperei.

– Michael? Michael? MICHAEL! – que merda ele tinha? Chamei um garoto que estava saindo do banheiro para me ajudar a leva-lo para a enfermaria. Eu e o garoto o colocamos em uma das camas e a enfermeira o examinou. Ela disse que estava com a pressão baixa e que já iria acordar. E não deu outra, em pouco tempo eu vi os olhos verdes do Michael iluminarem a enfermaria. Ele olhou para mim e eu me levantei rápido da cadeira em que eu estava.

– Você tá bem? Tá se sentindo estranho? Tá sentindo dor? – eu perguntei indo para o lado dele e tocando seu rosto. Mike apenas olhava para mim com uma expressão séria. – Oh desculpe, eu... quebrei minha promessa. Eu já... vou indo... - soltei seu rosto e virei de costas, quando eu ia dar um paço sinto sua mão segurar meu pulso. Virei-me assustado. – Michael?

Ex-BoyfriendOnde histórias criam vida. Descubra agora