Just Come Back To Me

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Luke’s P.O.V

Já tinham se passado quatro horas e nenhuma notícia de Michael. A mãe dele já estava completamente desesperada e eu também, mas fazia o possível para esconder. Ashton chorava baixinho no ombro de Calum e o moreno olhava para o chão e passava a mão nos cabelos do loiro buscando confortá-lo.

A lembrança do acidente não saía da minha cabeça. Mike jogado no chão, ensanguentado enquanto seus olhos se fechavam diante de mim. A minha incapacidade de fazer alguma coisa e a minha culpa eram pesos insuportáveis, mas eu carregaria dez vezes mais desse peso se com isso Michael ficasse bem de novo.

Ashton’s P.O.V

Eu não tinha palavras para expressar o que eu estava sentindo. Ver meu melhor amigo ser atropelado não estava em meus planos de vida. Eu não conseguia parar de chorar e apesar de não acreditar muito eu rezava. Michael tinha que ficar bom de novo, minha vida sem ele não teria sentido. Com quem eu iria assistir Family Guy até amanhecer, com quem eu iria comer pizza de peperôni sem me sentir culpado, quem iria me dar conselhos sobre o meu relacionamento com Calum?

Michael não era só o meu melhor amigo, ele era o meu irmão e se eu pudesse eu matava aquela perua da Aleisha, garota oferecida, idiota, puta. Mas eu não ia deixa-la escapar sem pagar pelo que ela fez. O Luke podia até se culpar, mas eu sabia que a culpa era dela por tê-lo beijado. Sim ele foi um burro por não prever isso e por não afastá-la rápido o suficiente, mas a culpa não foi dele.

Calum’s P.O.V

Oh meu Deus! Michael tinha que ficar bom, ele não merecia morrer, nem sofrer o maldito acidente. Ele era uma pessoa boa e correta. Eu não acreditava naquilo tudo, parecia que todos nós estávamos presos em um pesadelo que parecia não ter fim e parecia que a pior parte ainda estava por vir.

A pior coisa foi sentir que ele tinha morrido. Na hora eu apenas pensei que não iria ter solução. O choque do carro contra ele foi tão forte que eu consegui ouvir os ossos dele se quebrando em milhares de pedaços. Eu gritei, gritei alto, na esperança idiota de que meus gritos fossem salvá-lo, fossem fazer o tempo voltar a atrás.

E se eu pudesse voltar no tempo eu teria voltado e acabado com a raça daquela vadia da Aleisha antes de ela chegar perto de Luke pela primeira vez. Assim eles teriam sofrido a dor da separação e da traição de Luke, nem desse acidente que poderia matar o Michael. Mas eu esperava sinceramente que ele ficasse bem e voltasse a sorrir.

Luke’s P.O.V

Mais uma hora e finalmente um médico apareceu para nos dar notícias do meu Baby.

– Acompanhante de Michael Clifford? – a mãe de Michael se levantou em um salto e se posicionou em frente ao médico. Eu me juntei a ela. Eu estava mais ansioso do que eu imaginava ser possível. – Ele sofreu fraturas em três costelas direitas, em dois lugares na perna esquerda e tive hemorragia nesses locais. Também bateu a cabeça bem forte o que causou uma pequena rachadura em seu crânio, nada que vai lhe trazer problemas, mas pode ser que ele tenha uma perda de memória temporária ou não... Há também a possibilidade de ele entrar em coma e se isso acontecer não sabemos o que pode acontecer.

Meu mundo caiu naquele instante. Michael, meu Michael estava naquele estado por minha culpa. Eu queria trocar de lugar com ele, ele não merecia. Lágrimas quentes e grossas rolaram pelas minhas bochechas. A Sra. Clifford não estava muito melhor do que eu. O médico voltou a falar.

– No momento ele está estável e já foi encaminhado para o quarto. Daqui a alguns minutos vocês já poderão vê-lo.

Michael’s P.O.V

Dor pulsava em cada pedacinho do meu corpo, mas eu me sentia leve. Eu não sabia o que estava acontecendo e não tentei descobrir, apenas ouvia um choro baixinho e sentia a mão de alguém segurando a minha. Aquele gesto me passava uma segurança incrível e me punha em paz. O choro foi cortado por uma voz descontrolada, com culpa transbordando de cada sílaba.

– MikeyBaby, por favor volta. Eu sinto sua falta. Eu preciso de você, do seu sorriso, do seu jeito de falar, dos seus olhos, de como você fala quando está com raiva, de você me xingando quando eu faço alguma coisa errada. – Luke falava e eu tentei abrir os olhos ou pelo menos falar alguma coisa, mas eu não conseguia. Senti seu aperto em minha mão aumentar e eu tentei mais uma vez fazer alguma coisa, mas era tudo em vão. – Mikey, eu te amo, por favor, seja forte, volta... – sua voz foi sumindo e eu lutei para voltar aos meus meio sentidos, mas a escuridão tomou conta de mim e eu voltei a me fechar para o mundo.

Sete dias depois.

Luke’s P.O.V

Os médicos tinham colocado Michael em um coma induzido para fazer alguns exames que eu não me importei muito em saber quais, mas eles tinham parado de administrar os remédios do coma há três dias e o meu Mikey ainda não tinha acordado. Eles falaram que era normal demorar um pouco para que ele acordasse, mas eu tinha medo. Eu estava com medo de ele realmente entrar em coma e nunca mais abrir os olhos, aqueles olhos lindos.

Sente-me ao seu lado na cama como sempre eu fazia desde que ele tinha entrado nesse hospital e fiquei fazendo carinho em sua mão. Ele estava como sempre: imóvel, com a perna quebrada enrolada em um gesso e suspensa, um monte de aparelhos presos em seu corpo e expressão de quem estava só dormindo. Meus olhos se encheram de lágrimas mais uma vez e eu fiquei parado até que Ashton e Calum entraram no quarto. Eles ficaram uma hora e depois foram para casa, já que não podiam ficar o dia todo.

Eu acabei pegando no sono quando eles foram embora. Acordei com um grunhido baixinho. Abri os olhos imediatamente e vi Michael em uma expressão de dor e logo os olhos se abrindo. Eu fiquei paralisado, ele estava acordando. Seus olhos verdes encontraram os meus e lágrimas, mais uma vez, rolaram pelo meu rosto.

– Michael! – ele continuou olhando para mim e logo sua voz soou em meus ouvidos, baixa, mas firme.

– Luke... 

Ex-BoyfriendOnde histórias criam vida. Descubra agora