Capítulo 5

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Primeiro dia de aula geralmente não é o melhor dia para ninguém, quando se está mudando de uma instituição para outra. E eu não fico de fora desta estatística de pior dia de aula. Desde criança tenho um certo problema com isso, e agora, no primeiro dia de aula na faculdade, estou me sentindo como se estivesse novamente entrando entrando no ensino fundamental, com um monte de gente que nunca vi. Algumas mais velhas do que eu, e outras mais novas. Não que isso seja problema.

— Meu prédio fica do outro lado do Campus. — Cláudio diz enquanto da uma olhada na folha que tem os seus horários e um mapa do campus.

— Ah, ok... — Olho para o prédio de comunicação, que está na nossa frente, e dou um suspiro, já sem a animação do primeiro dia. — Boa aula Clau.

— Boa aula, Gabi.

Fico observando meu irmão se afastar, apressadamente, por um tempinho, mas logo entro no pequeno prédio. Ele é todo de tijolinhos vermelhos e tem uns três andares. Passo pelos corredores e subo para o segundo andar pela rampa que tem no interior do prédio. Vou me guiando pelas orientações dadas no papel, que recebi no dia da matrícula, e chego à última sala daquele andar à tempo e sem me perder. Realmente um milagre.
Fico um pouco surpresa pela sala se parecer com uma sala de aula do ensino médio e não como mostram nos filmes. Entro e me sento no meio da sala, já com algumas pessoas. Umas conversam e outras fazem coisas aleatórias sozinhas. Mas ninguém parece me notar. Não demora muito e a sala já está cheia e o professor está escrevendo alguma coisa no quadro branco. Na faculdade de gastronomia era bem diferente, principalmente a sala, que era uma grande cozinha.
O professor fala por duas horas e eu tento prestar o máximo de atenção possível. Quando sua aula termina, junto minhas coisas e vou em direção à sala ao lado, para a próxima aula. Ainda não decorei o nome de cada matéria, mas sei que sala devo ir a cada aula.
A segunda acaba se parecendo com a primeira e assim que acaba, corro para uma lanchonete que tem no meio do campus.
Entro e um sino toca ao mesmo tempo que uma lufada de ar superquente me atinge. As pessoas que estão ali me olham na mesma hora, mas eu abaixo a cabeça e sigo para o balcão. Me sinto corar no caminho, sabendo que estava sendo observada. Dou um pulinho, para me sentar em uma das banquetas e depois leio o cardápio que está na parede.
Pão com ovo frito: Dois reais. Hambúrguer: Seis reais. Café com creme: Cinco reais...

— Você é da turma nova de comunicação, não é?!

Olho na direção da voz e vejo um moreno alto de olhos castanhos. Meu coração da um salto.
Droga!

— Desculpa, falou comigo? — Pergunto a ele, só pra ter certeza.

— Sim! — Ele da uma risadinha e se senta na banqueta vazia ao meu lado. — Acho que te vi na primeira aula. A do Sr. Ronsset. — Ele estende sua mão direita, com um sorriso maroto, muito simpático.— Sou Taylor.

— Gabriela. — Aperto sua mão. — Mas pode me chamar de Gabi.

— Ok, Gabi! — Ele se demora um pouco, apertando minha mão, mas a solta quando o balconista aparece, me dando um susto.

— Bom dia, o que vão querer? — O balconista pergunta.

— Quero café com chantilly e um pedaço de torta de morango. — Peço à ele, me esquecendo do bom dia, que anota tudo numa cadernetinha.

— Beleza! E o senhor? — Se dirige ao tal de Taylor.

— Um café expresso. Duplo. Com pedaços de chocolate ao leite dentro.

— Tudo bem, estará pronto daqui a pouco. — Ele se afasta, me deixando sozinha, novamente, com o... Qual é mesmo o nome dele?

— Então... — O cara volta a falar. — Gabi, né?! — Assinto e ele continua. — Já está pensando em que área da comunicação você vai seguir?

Não crie regras | DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora