That kind of love was the killin' kind

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Era uma noite fria de sábado do fim de Outubro de 1995 quando Louis resolveu que sim, a gasolina disponível em seu tanque era suficiente para voltar da empresa para casa e, sim, ele sabia exatamente o caminho de volta.

Duas decisões burras em meia hora.

Ele definitivamente não conhecia a estrada na qual ele enfiou o seu carro e aquele sinalzinho vermelho de certo não significava que o dinheiro de sua carteira foi para a mão de um frentista.

Mas, ele não assumiu que fez merda até o carro parar.

"Oh merda", ele disse, por sorte, vendo seu veículo parar no acostamento. Lascou a testa no volante de frustração. Como ele pôde ser tão idiota?

Havia um brilho vermelho iluminando a estrada escura – que Louis desconhecida – e para o seu azar não vinha de um posto de gasolina, como ele tanto precisava naquele momento. Muitos carros de variados modelos estavam parados frente à um estabelecimento estranho no meio do nada que parecia puxar a atenção dos olhos azuis de Louis como um imã magnético.

Ele afrouxou sua maldita grava florida – por que advogados precisam dessas porcarias? –, tirou-a de si e jogou no banco de trás antes de subir todos os vidros do carro, descer e travar as portas, caminhando até o local sem nome aparente que gritava vermelho vivo pelos espacinhos das portas e janelas.

Tinha maconha, whisky e fumaça artificial, isso ficou óbvio assim que ele se pôs frente a porta vermelha riscada, sentindo os cheiros se misturarem em seu nariz, como alguém que foi adolescente nos anos 80, é claro que ele já foi a clubes com aquelas coisas e mais um bocado de outras, legais e ilegais. Tinha um buraco retangular fechado em que, provavelmente, só seriam visíveis os olhos de quem controlasse a entrada dos visitantes.

"O que é isso aqui?", Louis se perguntou, estranhamente fascinado com as possibilidades, por pior que fossem, que se formulavam em sua mente.

A verdade é que há muito tempo ele não fazia algo perigoso e irresponsável e quase podia ouvir os gritos de sua mãe o censurando, mas, isso era o combustível para sua mente jovem – mesmo que ele já não fosse tanto – querer aprontar.

Ele bateu continuamente até o espaço fechado da porta lhe dar a visão de dois olhos brilhantes que pareciam reluzir 24K de ouro.

"Senha", a voz do "olhos de ouro" pediu. Uma voz meio rouca, meio aguda, com aquele sotaque interiorano que fazia Louis ter saudade de casa por não ter se acostumado com o fato de já estar nela.

Por algum motivo, olhando para o vermelho da porta e o vermelho das luzes passando por debaixo dela, lembrando de uns lábios que morderam seu corpo na adolescência, Louis falou: "Sangue", com a voz grossa e nostálgica.

O trinco duplo foi aberto.

Os olhos acompanhavam um belo rosto, com um cabelo preto liso despenteado e um piercing prateado no nariz bonito, e um corpo deliciosamente pintado com tatuagens. O homem usava camiseta preta e larga de alguma banda de heavy metal que Louis não conhecia e uma calça arroxada jeans preta com partes destruídas por tesouras.

"Bem-vindo ao Dream On", ele disse olhando Louis da cabeça aos pés com um sorriso malicioso preso em seus lábios, aprovando o corpo que via.

"Aerosmith?"

"O dono é um grande fã", explicou indicando o corredor onde Louis deveria seguir.

"Eu também sou", foi o que disse antes de percorrer o extenso corredor com passos vagarosos, sem perguntar o que era o lugar, querendo descobrir com seus próprios olhos, como ele e seus amigos malfeitores faziam até os 17 anos.

Ain't love 'til you give your heart away || Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora