A cidade de Leerson

Elizabeth I

         Elizabeth e seu irmão, chegaram na cidade por volta das quatro horas da tarde. Eles pararam em uma pequena loja de mantimentos para pedir informações, pois o GPS do celular não estava funcionando bem. Na verdade a cobertura de rede em Leerson era bem escassa. 

         Eles aproveitaram a parada para comprar pequenos lanches e algo para beber. Que fim de mundo é esse que Edrick nos trouxe? Pensou Elizabeth.  Eles compraram alguns biscoito e suco de caixinha. Seu irmão aproveitou para pedir informação ao atendente. Ele retirou o papel em que havia anotado o endereço e mostrou para o rapaz.. 

        Uma estranha expressão surgiu no rosto do atendente quando analisou o papel. Aquilo deixou Elizabeth com uma pulga atrás da orelha, mas ele passou as informações que precisavam e depois de se alimentarem, os dois voltaram a caminhada.            

      Por ser uma cidade bem pequena, não tinha muito segredo andar por ali. Foi muito simples para eles seguirem as instruções do atendente da loja. E assim chegaram ao seu destino quase ao anoitecer.

         A casa superou e muito suas expectativas. Era bonita por fora, tinha dois andares, a pintura era de um bege bem claro e havia ali um ar bem acolhedor, Edrick retirou a chave da residência que estava bem guardada em sua mochila e abriu a porta.

          Assim que entraram avistaram uma espaçosa sala, com pisos de madeira e paredes pintadas de branco. Havia uma lareira bem simples no fundo da sala com alguns pedaços de madeira prontos para serem queimadas. Isso tem um ar de infância, pensou Elizabeth, lembrando do tempo em que ficava ela, a mãe e o irmão abraçados em frente a lareira tomando chocolate quente no inverno.

         A escada era em espiral e a cozinha não era grande coisa, mas iria ficar muito bonita mobiliada. O quarto maior será meu, quero nem saber, prometeu Elizabeth para si mesma decidida.

— O que você acha da gente jantar pizza hoje, Beth?— perguntou Edrick dando um grande sorriso. — Essa casa é incrível! Olha o tamanho dessa sala!

           Elizabeth estava igualmente empolgada, mas não iria demostrar para seu irmão. Ainda estava brava com ele.

— Acho uma excelente ideia, me chama quando a pizza chegar— respondeu ela secamente. — Vou dar uma espiada nos quartos.

           Elizabeth subiu as escadas tomando um cuidado especial com cada degrau. Ela era bastante desastrada e tinha o infeliz hábito de tropeçar em tudo, até em sua sombra. Quando chegou ao andar superior, foi parar em um cômodo vazio com grandes janelas. Ela foi da uma espiada pela janela mais próxima, mas nada viu alem de escuridão e algumas luzes distante de postes e de janelas vizinhas. Elizabeth voltou-se então para o cômodo espaçoso e se dirigiu para o corredor onde havia quatro portas fechadas.

       Elizabeth abriu uma por uma, procurando qual seria o maior dos quartos. O primeiro cômodo era bem pequeno, ao julgar o papel de parede com estampas de nuvens e arco-iris, era claramente um quarto infantil. Que Edrick fique com esse. 

      A casa estava bastante limpa, aquilo deixou Elizabeth bem feliz. Eles não teriam muito trabalho para deixar as coisas em ordem.

     O segundo quarto era bem maior e foi escolhido imediatamente. Elizabeth não sabia como, mas ela tinha certeza que aquele quarto era o melhor da casa. O quarto tinha o papel de parede todo vermelho vinho, com detalhes negros bem chique. Ela não sabia dizer se era belo ou sinistro, mas encolheu os ombros.