1853 Mansão Bittencourt
LÚCIA
Hoje é meu aniversário de quatorze anos, e minha camareira não está, nada feliz.
— Ora, você provou este vestido na semana — ela me espeta mais uma vez — Agora tenho que ajustá-lo novamente!
Ela é uma criada folgada, gosta muito de mim, pois nunca me queixo, ou reclamo do modo como me trata. Tento ser simpática e educada até com os criados, fiz um acordo com papai, e mesmo que não inclua os criados, tento a todo custo.
"Lucy, me prometa, nunca revidar ou trocar farpas com sua mãe, ou qualquer um. Me prometa!"
Eu tinha sete anos, e estava escondida embaixo do piano, na sala de música. Minha mãe receberia visita naquela tarde. Elena, uma amiga de infância, e ela veio com uma menina, talvez sua filha. Então minha curiosidade falou mais alto e sai das sombras, para ficar por perto e me apresentar. Quando a oportunidade aparecesse. Gostei da garota, e queria dizer um inofensivo "oi" Mas mamãe me viu descendo as escadas, e ela do hall de entrada, gritou.
— Vá para seu quarto!
— Mas... mamãe...
— AGORA!
Meus olhos se encheram de lágrimas, e subi correndo para me esconder, ao chegar no segundo andar. Vi meu pai na entrada de seu escritório, ele esfrega os olhos, como se tivesse cansado. O que provavelmente deveria estar. Não espero que tenha oportunidade de dizer alguma coisa e entro na sala de música.
"Prometa-me"
"Mas porque papai? Cassandra está lá embaixo e eu não! Ela tem amigas e eu nem posso dizer um oi, para fazer uma amiga" digo com voz de choro.
"Vou conversar com sua mãe, está bem?"
"Prometo! Quero uma amiga!"
"Então você terá!"
Papai deixa a sala de música, sem dizer mais nada. Então sai de baixo do piano. Passo a mão pelas teclas do piano e o som é lindo, e mais uma vez, sinto os olhos arder. Minha mãe nunca sedia a um pedido meu, e eu queria aprender a tocar qualquer instrumento.
"Não Lúcia" e na outra vez ela foi um pouco mais cruel "Você não vai arrumar um marido que aprecie seus dedos desengonçados ou qualquer plateia então, porque gastar dinheiro com uma coisa inútil"
Depois disso, evito pedir qualquer coisa, ou contar meus desejos, como doces e bolos. Então assim ela me deixa em paz e eu fico a salvo, de suas palavras crueis. Ela sempre me trata como criada em casa, mas quando recebemos visitas ou damos bailes, ela é um exemplo de mãe. Amável e doce. E claro, ela me tolera quando estamos na presença de papai. Ele me protege ao seu modo, não é muito afetuoso ou demonstra, mas sei que me ama. E tenta fazer de tudo por mim, afinal sou sua única filha. Estou tão distraída, que não noto a menina ao lado do piano. Dou um gritinho e levo a mão ao meu coração, para acalmá-lo.
Ela tem olhos grandes e de uma cor peculiar de amarelo, como ouro derretido. Ela é bem branca, com sardas no nariz, seus cabelos castanhos estão bagunçados e soltos. Não me lembro deles estarem assim quando a vi, agora a pouco no hall de entrada.
"Olá" sua voz é fina e engraçada, bem pensando melhor nunca ouvi voz de nenhuma outra criança!
"Oi" finalmente falei alguma coisa.
"Eu vi você, e gostei de você, entende?"
"Humm acho que sim, também gostei de você" respondo tímida.
Ela abre um sorriso e noto que tem uma janelinha na boca. "Então está resolvido, seremos melhores amigas pra..." ela abre os braços e levanta o queixo e grita "SEMPRE!"
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Você será Minha Livro.02
Romance🌼 Lorde Sebastian 🌼 Os irmãos Miles. Quando a inveja e orgulho, se encontram as consequências são grandes. Minha inveja, me trouxe grandes desastres, não parti apenas um coração, mais quatro tudo em uma única noite. Meu orgulho me fez correr, e nã...