Depois de sairmos de dentro de água, pegamos nas nossas roupas e, andando por entre as altas árvores daquele lugar, chegamos a uma pequena casa de madeira que ali se encontrava. Lexy tirou da sua mala uma chave e logo abriu a porta para que ambos pudessemos entrar.
- Bem-vindo a minha casa.
- É aqui que moras?
- Sim.
- Sozinha?- ela assentiu com a cabeça.- E não tens medo?
- Às vezes.
- E o que fazes quando tens medo?
- Nada de especial - disse com as mãos nos meus caracóis - mas isto ajudar-me-ia. - Ao terminar a sua frase, Lexi saltou para o meu colo beijando-me novamente. Guiou-me da forma que pôde até ao seu quarto. Atirou-me para a sua cama e , em segundos, já nos encontravamos totalmente despidos. Subi para cima dela, pois gosto de assumir o controlo da coisa e então entrei dentro dela , saciando o meu desejo sexual pela mesma. Lexy gemia no meu ouvido e muitas vezes gritava o meu nome, e com a suas mãos arruinava-me as costas e os meus caracóis. Algum tempo passou até ambos chegarmos ao nosso auge. Eu deixei o meu corpo cair sobre a sua cama, coberta por lençóis bejes rendados e já amarfanhados,olhando para o teto sem pensar em nada concreto. Passado uns momentos, Lexy, que já se encontrava abraçada a mim com a sua face e braço por cima do meu tronco, falou:
- Tive tantas saudades tuas Harry. - Baixei o meu olhar para encarar a rapariga que tanta felicidade me havia trazido tão rapidamente como levado.
- Também tive saudades tuas. - Houve um breve silêncio e logo ela o quebrou novamente.
- Desculpa. - divagou. Eu não sabia a que se dirigia aquele pedido de desculpas.
- Porque é que me estás a pedir desculpa?
- Desculpa por te ter abandonado. Desculpa por te ter trocado por aqueles drogados. Desculpa por só te contactar agora. Desculpa-me por toda a merda que fiz e principalmente, deculpa-me tudo o que te fiz passar. - Ao longo da sua fala a sua voz tremia e falhava cada vez mais até que a última frase foi dita apenas num sussurro, sussurro esse que transportou consigo uma lágrima que teve destino ao meu peito. Afaguei-lhe a cabeça não emitindo som algum. Assim ficamos durante uma relativamente longa infinidade de tempo. Sem falar. Sem mexer. Sem pensar. A respiração de Lexi tinha acalmado e já não haviam soluços. O seu corpo estava imóvel junto ao meu e o meu corpo já não se conseguia mexer, a única coisa que conseguiu fazer foi deixar que as minhas palpebras caíssem sobre os meus olhos permitindo-me um sono imediatamente profundo.
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Acordei, olhei em volta e não encontrei ninguém. Estava ali apenas com a companhia das paredes, revestidas a madeira,e os poucos móveis que ali se encontravam. Daí a uns meros minutos, avistei Lexi a dar entrada no seu quarto.
Desejei-lhe um bom dia e, depois de ela também o ter feito, levantei-me da cama sentido-me um pouco tonto e principalmente muito cansado. Dirigi-me até à casa de banho, com as calças na mão, fechei a porta e ,como é óbvio, aspirei a dose restante. De súbito vi Lexi ao meu lado, com um olhar de reprovação que me queimava.
- O que é que tu estás a fazer Harry?- não respondi. Simplesmente fiquei de cocaras em frente à sanita , olhando Lexi nos olhos como se eu fosse uma criança que tinha feito uma asneira e ela fosse a minha mãe.
- Vais responder-me ou não?-continuei sem dizer nada. Nunca me tinha preparado psicologicamente para o dia em que percebessem que eu consumia este tipo de estupefacientes. E menos preparado estava eu para ser apanhado em flagrante a fazê-lo. Senti a minha cara aquecer até um liquido quente escorrer pelas minhas faces. Estava a chorar. Porquê? Vergonha? Talvez. Mas era desnecessário a minha mente me trair desta maneira e mostrar o quão fraco eu sou. Não sei como , estava a chorar compulsivamente o que levou a que o meu corpo fosse envolvido pelos braços de Lexi. Esta começou a afagar-me a cabeça e, depois de eu me sentir mais calmo desprendi-me daquele abraço. Ela olhou-me nos olhos e disse-me que precisavamos de conversar. Ela levantou-se estendendo a sua mão para que nela me apoiasse. Guiou-me até à sua cama onde nos sentamos frente a frente.
- Harry, porque é que tu fazes isto?
- Eu sou um viciado, não sei porque faço isto.
- Mas a droga não tem piada nenhuma, eu não te percebo.- disse olhando para mim com ar de pena , agarrando-me na mão. Devem ter-lhe feito uma lavagem cerebral para ela estar com estas conversas.
- E tu tens uma grande moral para falar assim.
- Como assim? Eu só te estou a tentar ajudar.
- Lexi eu não preciso de ajuda. Por enquanto está tudo sobre controlo, depois logo se vê.
- Custa-me ver-te assim.- continuou com aquela vozinha conselheira irritante e então fiquei fora de mim.
- Para!- gritei- Eu não preciso que tenhas pena de mim, será que é pedir muito?