Às vezes parece que tudo está dando errado, que a vida sai dos trilhos, e é tudo e nada ao mesmo tempo. É um sufoco e é um caos, é uma bagunça que externa, que é interna, e a gente tá sempre se preparando pra explodir, mas nunca ta preparado realmente. A vontade é lançar bala, meter fogo na dinamite e deixar tudo sair voando pelos ares. É sempre essa pressão, a faculdade, o emprego, os sentimentos, tem sempre alguma coisa… a vida quase sempre é essa roleta-russa, é quase sempre essa pressão constante no nervo. E eu sei, dá vontade de ficar na cama, de se cobrir e fingir que não existe ao menos uns minutos, umas horas. Respirar fundo e fantasiar com manhãs mais leves, menos corridas, sem pressão, só coisa sadia. Mas o despertador toca e o tempo ta passando, e já é segunda de novo, e de repente já meio do ano. É, já dizia Cazuza que o tempo não para, a terra continua girando nos mostrando suas prateleiras de novidades e opções, e eu pergunto: Que novidades? Que opções? E as pessoas e os antigos dizem.. “Nada como um dia após o outro”, “a esperança é a última que morre”, “Deus escreve certo por linhas tortas”, “o mundo dá muitas voltas”, “um dia é da caça, outro do caçador”… E o que aparentemente eles querer dizer com todos esses ditados? Algo muito importante. Você não pode perder sua fé, não pode parar de sonhar, porque isso sim seria como estar morto, seria como perder todo o sentido do porque continuar. Você pensa que vai explodir, mas não explode, e mal percebe que isso vai te forjando num material bem mais resistente, uma carcaça mais dura aos embates do dia a dia. E você continua, por você, por algo, por alguém, por você de novo. Porque as explosões no fim não te matam, as decepções não te matam, as frustrações não te matam, são delas que a gente apanha, aprende e vive, pra depois quando tudo passar, quem sabe até ensinar.