Epílogo

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       Quando estudamos história gravamos inúmeros acontecimentos que são considerados como marcos de um momento para outro. Contudo, na pratica e inserido no dia-a-dia esse "marco" é tão relativo que pode até ser considerado inexistente.
        Não sei bem qual o momento que passamos de criança para adolescente e muito menos quando viramos adultos, se é que viramos realmente. Eu fiz dezoito anos, segundo a
Constituição e senso comum eu sou adulta, mas segundo a ciência, meus hábitos e minha cabecinha, o famoso "marco" de virada ainda não aconteceu para essa pessoa que vos fala.
        É verdade que moro sozinha agora, que tenho que lidar com alguns problemas que julgamos de adultos, mas ainda tenho que colocar o nome da minha tutora em tudo até fazer 21 anos. E sendo sincera, se não fosse minha familia eu estaria muito mais perdida agora.
       Ainda não sei sobre muita coisa e as coisas que considero decididas me geram duvidas diárias. Ainda não aguento a minha atual realidade e tenho vontade de gritar com tudo e
todos, principalmente comigo mesma. Ainda sinto saudades de ser mimada e de ter gente por perto. Ainda tenho vontade de jogar tudo para o alto. Porém, a cima de tudo, ainda tenho
vontade de viver e descobrir o meu futuro.
       Acho que é essa sensação de sair da adolescência. É a parte que paramos de idealizar e temos
que correr atrás, porque esse é o momento que esperamos por anos. Também é o momento que percebemos que tudo é muito mais difícil do que o imaginado e que fazem descrenças aparecerem. Vai uma dica: se isso acontecer ouve Charlie Brown Jr, porque uma hora uma letra vai ser tão certeira quanto um tapa na sua cara e um empurrão em direção a aquilo que você mais almeja.
       Seu sonho está ali, não deixe de correr atrás, não deixe de sonhar e, por mais que tudo der errado e você não consiga nem fazer uma lasanha congelada, lembre-se sempre de um trecho do grande guru contemporâneo Chorão (1970-2013): "Nossas vidas são do tamanho dos nossos sonhos".

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