Coração Selvagem

1.2K 32 103
                                    


Ti dedico tutto questo
perchè quando
in silenzio io resto
tu non fai domande,

ascolti i miei silenzie

fai tacere i demoni di paura,
che ho in testa.

Eu dedico tudo isso para você

porque quando
em silêncio fico
você não faz perguntas,

escuta os meus silêncios
e silencia os demônios do medo
que tenho na minha cabeça.



Esta noite passarei em claro à te contemplar, assim como é feito com as pinturas. Assim como é feito quando um amor nasce.

Após findar a apresentação e a gravação, Chiara foi guiada por Naná até a coxia e juntas seguiram para o camarim do teatro. O camarim era dividido em dois; uma parte para maquiagem com bancadas e um enorme espelho e na outra, possuía sofás na tentativa de recriar uma área de convivência. Chiara esperava por Ana e Naná sentada em uma das cadeiras próxima ao espelho. Ana atendia alguns fãs, e a italiana podia vê-la parcialmente pela divisória do ambiente e distraiu-se da pesquisa sobre passagens de avião que fazia no momento —Ana dava a todos o seu melhor sorriso, tirava fotos, entregava autógrafos e alguns beijos e abraços carinhosos.

Quando terminou de receber os fãs, Ana Carolina contornou a divisão e aproximou-se dela. Num pulo, Chiara bloqueou o seu aparelho e levantou-se puxando a barra de seu vestido para cumprimentá-la e parabenizá-la pelo show e gravação de seu DVD. Ana a puxou pelos cotovelos para lhe um abraço, que foi por mais que houvesse sido correspondido, faltou emoção. Ana franziu o cenho de leve quando seus corpos se chocaram com uma impessoalidade gritante, pensou em perguntar se havia algo de errado, mas, desistiu quando se afastou e vira nos lábios de Chiara um sorriso.

De braços dados, Chiara e Ana se dirigiram para o veículo seguidas por Naná e Dona Cida. Saíram pelos fundos e em dado momento, podiam ouvir um falatório atrás da porta enorme da área de carga e descarga do teatro. Ana olhou para Chiara de relance, e viu que a mesma tentava freneticamente jogar o cabelo por cima do rosto a fim de não ser clicada pelos paparazzi.

— Naná, leva Chiara com vocês. — anunciou — Eu vou na frente. Tenho que falar com os jornalistas

Dando-lhe um olhar suave de compreensão, Ana passou pelas três e indicou para que elas fossem para o carro pela porta de acesso à área de veículos à sua direita e seguiu para a coletiva de imprensa.
Momentos mais tarde, dirigiu-se ao seu carro e entrou no mesmo rumo à casa. Naná no banco de trás discutia ao telefone com alguém que Ana cogitou ser de algum site de fofoca, Dona Cida dormia pacificamente escorada na janela e Chiara permanecia calada.

Preocupada com o silêncio da mulher, pois Chiara falava até pelos cotovelos, tocou-lhe suavemente o ombro quando pararam no sinal vermelho. A italiana só a encarou quando Ana desenhou um trajeto até seu queixo fazendo com que ela a olhasse nos olhos; com a mesma mão, deslizou até o punho de Chiara e lhe tomou a mão e não disse nada enquanto a olhava.
Nesse meio tempo, Naná já havia desligado o telefone e contemplava a cena. Ao olhar para Ana, ela pôde ver em seus olhos castanhos uma pergunta confusa que deveria ter saído de sua boca, mas não conseguiu proferi-la; e virando a atenção para Chiara, viu que em seus olhos escreviam um pedido de desculpas. Naná não sabia o que estava acontecendo, mas pôde presumir o que se passava entre elas e não deixou de lembrar-se da época em que namorou Ana — reconheceria aquele olhar confuso e chateado mesmo que estivesse vendada.

AltroveOnde histórias criam vida. Descubra agora