★ Capítulo 12

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Eu sou a vilã!
Eu sou boa apenas em ser má
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Minha cabeça rodava enquanto meu pai gritava o alfabeto diante da minha irresponsabilidade de chegar em casa sendo carregado por um segurança. Na verdade eu não estava me preocupando com nada que ele dizia sobre minhas perdas de horários fora de casa e nem como minhas rede sociais seriam monitoradas. Estava preocupado com a sensação que me inundava de ter feito algo errado, na verdade nem é isso, é como se algo tivesse sido escolhido errado.

Como Periard um dos meu pensadores preferidos já dizia quando temos muitas escolhas paralisamos e mesmo se vencermos a paralisia, ainda iremos sentir que a decisão escolhida poderia ter sido diferente se tivéssemos tomado outra postura.

Eu ainda sentia os lábios de Medelaine, ainda sentia o doce de sua boca, a delicadeza de seu toque, mas eu ainda sentia minha cabeça confusa com tudo isso.

-Você entendeu, Zayn? - meu pai berrou pela última vez e escolhi fingir que estava ouvindo todo o resto.

-Sim pai, eu entendi - falo em um tom moderado e me ajeito na cama, vendo seu corpo sair furioso pela porta.

-Então quer dizer que agora você acha que tem capacidade de se drogar? - a voz de Fire entra em meus ouvidos, enquanto seu corpo passa pela porta e feche-a.

-Eu não estou com tempo para ouvir suas piadas - afundo minha cabeça no travesseiro.

-Mas para as piadinhas da Medelaine você tem tempo, né? - sua voz sai grossa.

-E o que você tem haver com isso? - me levanto e paro a sua frente.

-Nada, pequeno Zayn - sua mão passa pelo meu peito e vai rodando com seu corpo até minhas costas - Só estou dizendo que fez a escolha errada - ela sussurra em meu ouvido.

-Por que fiz a escolha errada, Fire ? - me viro e a mesma bate em minha escrivaninha.

-Escolheu a companhia errada - ela se inclina um pouco na escrivaninha e ajeita a blusa.

-Céus! Para - coloco a mão sobre os olhos e esfrego rapidamente - Eu não aguento mais você. Eu nunca sei qual será sua reação. Um dia és legal no outro me trata mal, quando não trata de me arrasta pra alguma confusão.

-Por que não se afasta então ? - seu sorriso ainda era debochado.

-Porque você tá em todo lugar, eu tenho medo de olhar pro lado enquanto estou no banheiro e te vê parada lá - respiro - Eu não tenho um minuto onde você não esteja no meu campo de visão ou no meu pensamento - merda, merda.

-Então você pensa em mim ? - sua mão desenha por cima das listras de minha blusa.

-Eu não disse isso - minto.

-Ah, foi exatamente o que disse - sua mão vai ao meu rosto e para no mesmo.

-Para - vou para o outro lado do quarto - Eu não aguento mais essas suas trocas de humor e o efeito que isso causa em mim.

-Você acha que eu troco de humor? - ela se aproxima novamente - eu posso levar qualquer um do paraíso ao inferno em segundos, eu posso ser o sol e chuva, eu posso ser a santa ou a vadia, eu posso ser qualquer coisa, Zayn - ela umedece os lábios - Eu posso ser sua melhor amiga ou sua pior inimiga, estou te dando a chance de escolher.

-Escolher o que, Fire ? - rosno - Isso tudo é por eu ter saído com uma de suas amigas? Eu achei que eu não era nada pra você, por quê te incomoda tanto eu ter saído com ela ? - meus braços se cruzam e minhas sobrancelhas se erguem.

-E quem disse que eu me importo ? - ela ri enquanto zomba de mim.

-Porra, vai pro inferno - grito sem pensar.

-Você me mandou o que ? - ela sorri, mas um sorriso diferente.

-Nada - respiro e vejo meu peito descer.

-Fala - sua voz é grossa - Abre a porra dessa boca e aprende a falar o que realmente quer e não o que as pessoas querem ouvir.

-Para com isso - minha voz sai baixa.

-Anda, nerd - sua voz fica mais grossa - Para de ser covarde, fala.

-Para - minha voz sai mais baixa ainda.

-Fala, vai - ela engrossa a voz em um tom que nunca vi - Não achei que com a morte da sua mãe ia virar um covarde.

-Vai pro inferno - minha voz sai em um tom forte e cerrado, eu queria sumir por ela ter mencionado o nome da minha mãe, mas algo me fazia querer ficar e encarar seu rosto com toda fúria que estou sentindo agora.

-Ah, pequeno Zayn - ela se aproxima e coloca a mão no meu rosto - De onde acha que eu vim ? - ela morde meu lábio inferior e naquele instante eu já não sentia mais raiva, eu queria toca-la, eu queria que ela me tocasse.

Mas como sempre seu corpo sumiu, assim que me deixou naquele quarto preso a ela, preso a sua presença incessante na minha vida.

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