Capítulo 93

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|Catarina|

...

O Fonte tinha-me levado a casa. Estávamos no all de entrada.

-Pronto ficas bem?-pergunta

-Fica comigo! Tenho medo que corra mal.

-Isso é impossível. Tenho de ir tratar de umas coisas ao centro de estágios, por isso é que fui buscar os documentos.

-Pensava que podias...-digo desiludida

-Fazemos um acordo! O André deve estar a chegar, eu vou lá num instante e depois venho cá ter, prometo.

Dei-lhe umas chaves suplentes da casa para assim ter a prova que ele voltará.

Ele abraça-me e dá-me um beijo na testa.

-Faz aquilo que o teu coração mandar e se quiseres que não volte manda mensagem. Vai tudo correr bem.-diz com um sorriso de orelha a orelha

Ele transmitiu-me uma certa confiança.

Fui trocar de roupa. Coloquei umas calças de ganga e uma t-shirt. Nada muito formal, para ele não ficar com esperanças que este reencontro seja algo tão importante para mim.

Passado 15 minutos o meu telemóvel toca.

Mensagem de Amor💙

Estou à tua porta, podes abrir?

Respirei fundo e fui fazê-lo.

-Olá.-ele disse e cumprimenta-me rapidamente com dois beijos

-Olá, podes entrar e sentar-te.

O mesmo senta-se no sofá enquanto fecho a porta.

Sento-me à sua frente.

-Não vais dizer nada?- ele pergunta

-Na verdade, quem devia começar eras tu. Foste tu quem escolheu vir até cá.

-Se é assim que queres por mim tudo bem.

Sinto que a conversa estava a ser num tom pesado.

-Gostava de saber o porquê de estares assim.- diz ele

-Precisas que te recorde daquilo que fazes quando estou ausente?

-Saíste do hospital e não me disseste nada! Avisas-te o Fonte e nesse mesmo dia já estavam a comer fora!

-Não te aches cheio de razão. Para mim, nesse momento já nem estávamos juntos, percebes? Aquilo que fizeste não se faz com ninguém quando tens um relacionamento!- falo exaltada

Sinto que ele estava a perceber ao que me estava a referir, mas não toca no assunto.

-Nem sabia que tínhamos acabado, já reparaste que tu terminas-te com tudo sozinha?

Eu levanto-me e coloco as mãos na cabeça.

-O que queres que eu te faça, nem sei mais o que dizer. Tu cometes-te um erro. Quem devia pedir justificações era eu!

Ele cala-se e eu também não digo nada.

O silêncio é interrompido pelo som da porta a abrir-se o que desvia a atenção do André.

O Fonte entra.

-Foste rápido! Para quem não queria ficar...- digo e vou cumprimentá-lo

-Não estava lá quase ninguém.-pousa as chaves- Vá mas vou deixar-vos sozinhos.

Ele passa sorrindo para o André.

-Mudou-se cá para casa enquanto tu acabavas comigo?

-Não e mesmo que isso acontecesse não tinhas nada haver com a situação.

-Vá assim não chegamos a lado nenhum! Quero que me perdoes.- ele suspira

-Pelo menos já te lembras do que fizeste!?-

Ele não responde e eu volto a sentar-me. Coloco as mãos na cara e ao mesmo tempo lembro-me exatamente daquele beijo entre os dois.

-Eu não queria. Acredita em mim Catarina!-dizia enquanto se baixava ao meu lado

Eu apenas chorava.

-Já reparas-te que tu nunca queres nada depois de o fazeres? Queres que acredite em ti como? Depois daquilo que fizeste André? Tu já olhaste bem para a minha posição?-revolto-me- Devias ter vergonha do que fizeste.-grito-lhe

Ele olha para mim sem dizer uma única palavra.

-Sai!-digo

Ele fica especado a olhar. Eu levanto-me.

-Sai, não ouviste?-grito enquanto lhe abro a porta

Os berros despertam o Fonte que rapidamente vem ter à sala onde nos encontrávamos.

O André retira-se, quando olho para trás corro para o Fonte.

-Eu não consigo olhar para ele. Eu não quero...-digo soluçando

Sinto-o a agarrar-me com tanta força.

Porquê tu?Onde histórias criam vida. Descubra agora