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Isac olhava para os diversos exercícios que tinha que fazer com uma careta de aflição. O garoto não queria aceitar que o fato de ter passado, somente uma semana sem ir aula, poderia ter tantos deveres de casa assim.

__Que vida injusta!__Ele resmungou baixinho. Mas, no momento seguinte, respirou fundo, e se pôs a fazer as lições.  “nunca mais deixo vovô me convencer a ficar mais uma semana na casa dela” ele dizia, sempre que pegava uma nova lição.

Tentou se concentrar para resolver o exercício de matemática, era o último, era uma de suas matérias favoritas, mais naquela noite ele a odiava com todas as forças existentes no seu ser.

Um barulho o assustou, ele olhou para o local de onde veio o som, a janela, franziu o cenho quando não viu nada além da escuridão e as cortinas brancas dançando com o sopro gelado do vento. Voltou para o exercício.

Uma hora depois havia acabado tudo, olhou o relógio.

2:45 am.

Estava tarde, saiu da cadeira rumo a janela, com intenção de fecha-la, porém, algo chamou sua atenção.

Havia uma árvore ao lado, de fora, da janela do seu quarto, e apesar de escuro Isac percebeu que havia um saco preto encostado no tronco dela.

Isac logo pensou que algum vizinho havia posto um saco de lixo ali.

Ele sabia que sua mãe odiava quando aquilo acontecia, e para prevenir uma grande confusão matinal ele resolveu tirar o saco dali.

Com um suspiro cansado o garoto desceu as escadas, o mais silenciosamente possível, passou pela sala escura e quando abriu a porta principal o vento gelado da madrugada lhe recebeu, frio e assustador, como um beijo da morte.

O garoto olhou para a escuridão, o silêncio da madrugada fria fez seus cabelos da nunca se arrepiarem. “calma, calma, sem pânico seu molenga medroso!” ele dizia para si mesmo enquanto caminhava até a árvore,  que ficava na lateral da casa, quando seus olhos escuros localizaram o saco ele andou um pouco mais rápido,  queria entrar logo em sua casa e dormir.

Porém, ao chegar mais perto viu que ao lado do saco havia uma pequena bandeja, com um coração sobre ela.

Um coração humano!

Isac se assustou e deu um passo para trás. Olhou para o saco e perdeu a coragem de se aproximar ou dar qualquer outro passo.

Depois da morte de Selene e o desaparecimento de Ross a cidade, antes calma, estava muito assustadora para o garoto.

Ele se amaldiçoou mentalmente por ter ido ate ali naquele horário. Nunca foi corajoso!

Mas, diante da situação, resolveu ser corajoso uma vez na vida e andou, apressadamente, até o saco o abrindo logo em seguida.

Se arrependeu muito disso!

Ele não precisava ser nenhum gênio para reconhecer a cabeleira ruiva de Ross, seu colega de classe, que estava desaparecido.

O garoto não perdeu tempo, com medo de que o assassino ainda estivesse por ali, e correu para dentro da sua casa.

__MÃE???!!! PAI??!!!__ Gritou ao adentrar na sala.

Poucos minutos depois seus pais apareceram no topo da escada, com roupas de dormir e assustados com o chamado do filho.

__Meu filho, o que houve? Porque está assim?__ Perguntou Lígia ao ver o garoto tremendo.

Robert olhou ao redor, mais não viu nada de estranho, nada que pudesse assustar seu filho daquela maneira.

Isac não respondeu a mãe, estava em choque, diante disso apenas apontou para o lado de fora. Robert saiu enquanto Lígia tentava acalmar o garoto.

Minutos depois ouviram uma exclamação de Robert.

__Puta que pariu! Lígia chame a Polícia. Agora!!!__ Gritou o homem mais velho.

°°°

Detetive Henry

Olhei do saco para a bandeja a minha frente. Aquilo só podia ser brincadeira.

Andei até o saco e o puxei para baixo, para ver o rosto e o corpo do garoto e me assustei com o que vi.

No lugar do seu coração  estava apenas um enorme buraco, os olhos foram arrancados, igualmente a língua que fora cortada, na sua barriga havia uma frase:"Meu coração é seu."

Não precisei pensar muito para saber que o garoto foi morto pelo mesmo assassino que matou Selene Clark.

__Chefe... Você vai querer ver isso...__ Sai dos meus pensamentos com a voz de Diego me chamando.

Caminhei ate ele que estava perto da árvore onde o corpo foi encontrado.

__Olha...__ Ele apontou para o coração sobre a bandeja, que provavelmente, pertence a Ross Leigan.__ tem um papel ali.

Olhei atentamente e vi que realmente havia um pequeno papel em baixo do coração com a ponta para fora.

Fui até minha maleta e tirei de lá uma pinça.  Peguei a ponta do papel com ela e puxei para fora.

Diego se juntou a mim para ler o que estava escrito.

"Espero que se lembrem o que fizeram no verão passado"

__É__ Comecei a dizer.__se existia alguma dúvida de que é o mesmo assassino de Selene, agora não existe mais.

__Isso é muito estranho.__ Diego disse, seu olhar vago dizia que ele estava analisando tudo aquilo.__ Parece que esse assassino não tem medo de ser pego. Escolhe locais públicos para deixar os corpos,  deixa bilhetes. Mais ao mesmo tempo não deixa pista nenhuma.

Concordei com ele.

__Deve ser um psicopata. __Eu disse.__Eles geralmente gostam de expor seus crimes, se divertem com isso.

__É. Só espero que o peguemos logo, antes que mais mortes aconteçam.

Eu também espero.




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Será que ainda tem alguém ai?Rs

Bem, se tiver... Gostaria de pedir desculpas pela demora, n ando bem ultimamente.  Quero dizer que o livros ainda vai ficar em "Hiatus", pois não sei quando vou recomeçar a escrever (realmente estou desanimada), mas hoje eu consegui reescrever este capítulo e decidi publica-lo.

Espero que gostem, o capítulo está revisado mas pode conter erros.

Vote e comente se puder.

Beijos e até.

O que você fez no verão passado? (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora