Epígrafe

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O som do vidro rachando faz a mulher pular de susto. O cachorro late raivoso e se aproxima da janela.

Latindo mais alto ainda, começa a atrair atenção indesejada, duas hordas de mortos se formam em frente a lojinha.

Bufando, arruma a mochila nas costas e começa a revistar as prateleiras, pega oque não está vencido e acha ração de cachorro.

— Lian? Lian!– brada e o cão para, abaixa a cabeça e a segue.

Se senta e a olha inocente.— Não me venha com essa carinha de coitado.– o cão olha para o lado como se não ligasse, ela revira os olhos.— Bicho bipolar do caralho. Olha oque eu tenho aqui.– balança o saco de ração e o cão abana o rabo.

Sons de tiros e gritos fazem a mulher franzir o cenho e se aproximar da porta de segurança atrás da loja.

— SOCORRO!! ALGUÉM ME AJUDA!!!!– dando de ombros ela se vira e começa a arrumar a mochila.

Um choro baixinho chama sua atenção, ela assobia e espera que o cão a siga, notando sua falta ela volta e coloca a cabeça entre o vão da estante, vê o cão olhando a porta e deitando no chão.

Cobre o rosto com as patas ao ouvir mais um grito de medo.

— Maldito cão e suas macumbas sentimentais.– resmunga e se arruma para abrir a porta.

Empurra o cão para longe e larga a mochila, pega uma machadinha e a aperta em punho.

Segurando a maçaneta e respirando fundo, ela abre e a tranca se virando.

Ao todo são quatro mortos cercando um homem perto de um carro, ele está em cima do mesmo.

— Ei! Seus mortos fedorentos. Briguem com alguém do tamanho e maturidade de vocês!– rosna e se põe em ataque, nega e ri alto.— Como se fossem me entender.

O primeiro chega e ela atinge a sua cabeça, põe o pé esquerdo sobre seu peito e faz pressão para tirar a machadinha, grita de ódio ao ver que emperrou.

— Porra! – rosna e pega uma faca presa na perna.

O segundo e terceiro aparecem atrás da mesma, ela pula em cima de uma mulher que está com a cara toda deformada, o vestido rasgado nas partes íntimas, entendendo sua morte precoce, lamenta mentalmente e logo enfia a faca na sua testa.

Agarrando o ombro da mulher, o outro zumbi cai sobre ela, gemendo de dor e insatisfação pelo odor podre, segura os ombros do morto e os dentes batem um no outro em busca de carne.

Ficando a um milímetro do seu rosto, ela o vira e sente algo gosmento e molhado cair na sua bochecha e descer pela sua clavícula.

— Nojento.– murmura e então enfia os dedos dos olhos do morto.

Afunda mais e então o mesmo para de se mexer. O empurra e tateia o chão achando a machadinha, se levanta e vê o último morto indo atrás do homem, mira, dobra os joelhos e então atira.

A machadinha roda no ar e o som da lâmina cortando o ar chama a atenção do morto, ele se vira e a mesma afunda na sua testa, faz um barulho estranho com a boca e cai de joelhos, ela se aproxima e segura a machadinha, põe o pé no ombro do morto e então puxa.

Sangue no seu rosto, ofegante e cansada, pega a arma no cós da calça e aponta para o homem.

Cabelos cacheados e castanhos escuros, olhos azuis, expressando medo e alívio.

Ele levanta as mãos e a mulher vê sangue em seu pulso, se afasta e o cão aparece ao seu lado com a mochila.

— Vamos embora, Lian. Ele está infectado.– sussurra a última parte.

O homem parece ouvir e arregala os olhos, se aproxima e o som da trava de segurança o faz parar.

— Eu... Eu não estou infectado, olha.– levanta a manga da blusa e mostra um corte reto e fundo no pulso.— Me cortei entre os ferros enquanto fugia da horda.

O medindo de cima a baixo percebe que não come a dias. Começa a andar e não ouve som de passos.— Tá esperando oque? Vem logo, não temos o dia todo.– resmungando ela se vira e cruza os braços.

Vê a surpresa no rosto só homem e revira os olhos, continua andando e ouve o mesmo correr até ela.

— Obrigado.– diz e a garota percebe que a voz dele é mais grave de perto.— Eu me chamo Dick, Dick Ross.

— Sarah. – responde e arruma a mochila.

— Só Sarah?– ousa perguntar e logo parece se arrepender.

— Sim.– rosna e acelera o passo.— Só Sarah.– sussurra e continua a andar.

Fuck You, Apocalypse. (Escape From The Dead ) TWD C.GOnde histórias criam vida. Descubra agora