•|0.0|•

136 6 1
                                    

19. 09. 2019

10 anos depois...

O crepitar do fogo faz os animais noturnos se afastarem, o ronco alto chama atenção de outras coisas.

Mortos.

Uma sombra se eleva e corre, uma mulher com trapos cheios de sangue fresco e a boca coberta de dentes podres com pedaços de carne, se arrasta e procura o barulho achando ser uma presa. Uma outra mulher assobia e a moça morta segue em outra direção.

Longos cabelos castanhos escuros serpenteiam pelas árvores, fazendo barulho atraindo a criatura até si.

Um som de algo cortando preenche o silêncio da floresta, um par de botas masculinas aparece na escuridão, pernas longas e magras, cintura bem marcada e logo um rosto coberto de preocupação. Sangue enfeita sua bela face coberta de sujeira, expressão cansada e bochechas fundas.

A fome.

— Acorde.– sussurra perto de um homem que dorme em cima de um galho de árvore.

Ele resmunga e a empurra com a mão, ela morde seu dedo e então ele grita.

— Porra! Pra que morder Sarah?– brada e balança a mão.

Com o movimento ele cai da árvore e grita mais alto ainda, balançando a cabeça em negação e pulando, rola pelas folhas e para em pé, pega o homem pelo braço e começa a puxa-lo para longe.

— Ei! Sarah! Para, mais que droga, para!– Rosna e se solta, ela arregala os olhos e tira a arma do cós da calça.

Mira para a cabeça dele e o mesmo abre a boca surpreso e se abaixa colocando as mãos na cabeça, o som de tiro ecoa pela floresta chamando mais atenção ainda.

Cinco hordas de mortos começam a sair por entre as árvores e ela o puxa começando a correr.

— CORRE!!– grita e então ouve latidos, o cão os segue.

Mata alguns mortos pelo caminho, e os dois pegam machadinhas e faca para acabar logo com tudo isso.

Saindo da floresta eles avistam uma moto, se entre olham e a mulher da cobertura para o homem enquanto ele tenta ligar.

— Vamos lá... Vamos lá...– murmurando ele urra de ódio e chuta a moto.— MAS QUE PORRA!! ESSA DROGA...Ah, funcionou.– diz envergonhado e a levanta.

A mulher passa por ele e monta na moto, olha o cão e diz.— Sabe o caminho de casa, não desvie por motivo algum, Lian. Direto para casa!

O cão late como se concordasse e entra na floresta desviando dos mortos, ela demora mais um pouco e o homem sobe na garupa apertando a cintura dela.

— Sarah... Vamos logo, eles estão perto.– diz e suas mãos começam a tremer.

Ela nega e continua a olhar o cão passando pelos mortos, ao ver que relação conseguiu passar ela sorri e acelera, o homem se agarra com força por quase cair para trás e fecha os olhos pelo medo.

Um morto quase o pegou por causa da demora dela, suspirando ele abre os olhos e vê a paisagem cheia de árvores e pássaros cantando.

Se agarra mais forte a mulher e sem que perceba, sorri bobo.

[× •  •  •  °  ♪°♪  °  •  •  •× ]

A casa desgastada e velha, chama bastante atenção, vozes altas e risos de crianças faz a mulher sorrir.

A moto vai parando aos poucos e quando para completamente, o homem desce e a mulher, o segue.

Entrando dentro da casa são recebidos com abraços de crianças e seus sorrisos inocentes, a mulher acena a cabeça de leve e sai do recinto.

Seu amigo a olha triste e nega, nunca soube muita coisa sobre Sarah, desde que se conheceram nos últimos dez anos, nunca descobriu nada.

O máximo que sabe é que a mesma ajuda os campos de refugiados que ainda não foram infectados, a vê saindo batendo o pé da sala, ele se levanta e a segue.

Ambos saem da casa e as crianças os seguem se despedindo e lhe entregando mochilas com suprimentos, ela sobe na moto e assobia, o cão entra dentro do carro e o homem o segue e liga o mesmo começando a dirigir na direção em que a moto vai.

Mal sabiam o risco que passariam ao entrar naquela maldita cidade.

Atlanta.

Fuck You, Apocalypse. (Escape From The Dead ) TWD C.GOnde histórias criam vida. Descubra agora