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Abro os olhos e levanto rápido, me sento e tiro as pernas da cama, noto estar num quarto, paredes pintadas em beje, cômoda branca, uma outra porta, um guarda roupa e só.

Levanto e quase caio, minhas pernas falham e eu me jogo na cama, respiro fundo e seguro nas paredes, sigo até a outra porta e vejo um banheiro comum.

Pia, box, bancada e olha que sorte! Tem uma banheira.

Tiro minhas roupas e ligo o chuveiro, espero encher e enquanto isso, me olho no espelho.

Rosto pálido, olheiras arroxeadas abaixo dos olhos, bochechas fundas, o brilho que Dick dizia ter em meus olhos, eu não vejo mais e eu pareço aquelas pessoas anoréxicas e doentes.

Balanço a cabeça e desligo o chuveiro, entro na banheira e suspiro pela água morna, fecho os olhos e encosto a cabeça, vou abaixando e mergulho, abro os olhos e vejo tudo embaçado, meu ar vai acabando e eu não levanto, solto algumas bolhas de ar e a água entra pelo meu nariz, levanto rápido e começo a tossir.

Respiro mais calma e lavo os cabelos, demoro mais nessa parte para aproveitar e depois de alguns minutos, que para mim foram horas, saio de lá e deixo a água ir embora.

Me enrolo e saio do banheiro, a porta é aberta e eu me preparo para lutar.

— Calma! Sou eu, Rick.– me acalmo e o mesmo entra.

Fica envergonhado e eu o fito confusa, meu olhar recai para meu corpo e dou de ombros, me sento na cama. Ele faz o mesmo.

— Como está?

— Bem.– minto e ele parece saber a verdade.

— E eu sou gay.– brinca e eu rio, abaixo meu olhar e brinco com a toalha.— Se vista, as pessoas que estavam comigo querem te conhecer.– se levanta e vai até a porta, sai e depois volta, sorri.— O Daryl está lá também.

Levanto a cabeça e sorrio, ele ri e sai.

Procuro alguma vestimenta no guarda roupa e pego uma legging preta, uma regata cinza e soltinha, procuro meu sobretudo preto no montinho de roupa no banheiro e o pego, visto e checo se minhas adagas com três círculos para encaixar os dedos e segura–las corretamente.

Passo a toalha nos cabelos úmidos e a jogo na cama, abro a porta e vejo que estou descalça.

— Droga.– praquejo e volto no quarto.

Pego minha botinha estilo de exército e a coloco, amarro os cadarços e desço as escadas saltitando.

— Será que ela vai tentar algo?– uma voz pergunta, paro.

— Se ela tentar, morre.– outra voz.

— Não. Toquem nela e vão se arrepender.– duas vozes masculinas dizem juntas.

— Sério Daryl? Nem a conhece. E você Rick? Só porque ela contou uma historinha triste já está do lado dela? E se...– faço barulho com os pés e eles se calam.

Chego na sala e vejo três mulheres, uma negra com dreads, outra branca com cabelos já brancos e rosto cansado e a outra meio pálida, cabelos estilo masculino e com um bebê no colo.

Lá está Rick, Carl, Daryl e um cara vestido de padre.

— Não vou fazer nada, acredito que estou em desvantagem se isso acontecer.– Rick sorri de lado.— E acho que perderia, Rick é bom em luta, Carl no tiro, Daryl em várias coisas e o padre não parece padre.– eu digo e os vejo ficar envergonhados.

A mulher negra levanta uma sobrancelha e coloca a mão na cintura, me mede de cima a baixo e para quando vê minhas mãos no bolso.

— Oque tem aí?– dou de ombros e mostro as adagas.

Fuck You, Apocalypse. (Escape From The Dead ) TWD C.GOnde histórias criam vida. Descubra agora