Capítulo dois

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João Bernardo

__ Porra de demora, João! – Fred diz abrindo a porta e eu o entrego um pacotinho com maconha – É disso que eu falo! – ele diz sorrindo me entregando o dinheiro. Eu vou até a cozinha e coloco Whisky no meu copo, pego o meu tabaco e relaxo – Você viu quantas gostosas tem aqui? – dou de ombros e termino a minha bebida – A Brenda trouxe uma amiga pra você.

__ Pau no cu dela! – esbravejo me levantando.

Eu e o Fred vamos pra sala e me sento no sofá, uma garota que eu não conheço se senta ao meu lado e me encara.

__ Perdeu o cu? – pergunto e ela arregala os olhos.

__ Não se lembra de mim? Sou a Vanessa! – eu solto a fumaça em sua cara e ela tosse se abanando – Nós ficamos no final de semana – ela coloca a mão em minha coxa e tiro sua mão de mim – Você não quer...

__ Sai daqui! – esbravejo e ela se levanta saindo.

Eu fico um pouco mais no Fred e logo vou pra minha casa.

Quando chego, eu vou direto para o banho, eu me troco colocando um jeans e uma blusa moletom, vou até a cozinha pra ver se tenho algum congelado, mas não.

__Tomar no cu! – resmungo puto por ter que sair novamente, eu até ignoraria, mas não sei cozinhar e estou faminto.

Eu pego a chave do meu carro e procuro algum restaurante aberto.

Dirijo por mais alguns minutos e encontro um restaurante. Desço e entro, faço o meu pedido e espero.

__ Senhor? – a atendente me tira do transe e me entrega uma sacola. Eu a pago e saio.

A rua está vazia, então não demora pra eu chegar em minha casa. Eu pego uma colher e como a comida. Jogo a sujeira no lixo e me deito no sofá.

Coloco uma música pra tocar e acendo um baseado, a imagem da garota da oficina vem em minha mente e praguejo. Por que essa porra está me perturbando?

Eu a imagino nua quicando em cima do meu pau e fico duro. Puta que me pariu!

Dou um soco no sofá e puxo os fios do meu cabelo, preciso de algo mais forte! Mas não farei, prometi a mim mesmo que a maconha, cigarro e o álcool serão os únicos que eu usarei. Nenhum além destes, eu já fui mais fodido do que estou agora e não sinto falta deste tempo.

Saí da casa dos meus pais assim que a minha mãe morreu, eu não conseguiria viver lá depois disso. O meu pai não se intrometeu e eu arrumei uma boa casa com o dinheiro que eu tinha guardado. Isso já faz cinco anos.

No começo foi macabro, pensei que ia surtar por não saber cozinhar ou limpar algo, mas depois fui pegando a manha. Cozinhar eu não cozinho mesmo, desisti de tentar. Limpar eu faço o que sei, varrer e lavar as louças. Eu pago a filha da vizinha pra vir dar uma geral aqui uma vez na semana.

A garota é novinha e é mais que óbvio que ela tem interesse em mim. Eu já mandei o papo pra ela e ela entendeu, se colocou no lugar.

Nós nunca tivemos problema, ela vem limpar quando estou no trabalho e assim vivemos. Eu trabalho na oficina do meu pai desde que tinha dezessete anos, tudo o que sei aprendi com ele. Eu tenho um irmão, Jonas, mauricinho até o cu. Ele mora na Europa e é cheio de frescura, só porque é doutor, pau no cu dele!

A última vez que conversamos foi no Natal passado, não somos inimigos, mas ele fica no canto dele e eu no meu. Não somos de afeto, nunca fomos. Na minha família nunca rolou palavras mansas seguidas de abraço e um beijo na testa. A minha mãe nos criou bem, assim como o meu pai, eles nos deixavam saber que nos amava e nada além disso.

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