Acordo antes do sol nascer, como sempre. Quando eu tinha 14 anos, fui diagnosticada com ansiedade, desde então venho tomando remédios e tentando me manter ocupada, talvez dessa forma as crises não venham. Era o que eu pensava. Sinceramente, eu não sei explicar como fiquei assim, em algum momento algo dentro de mim se partiu e eu desabei, completamente sozinha. Hoje em dia eu tenho meu melhor (e único) amigo do meu lado, ele sempre me ajuda, me apoia e incentiva e para mim ele é minha única família. Levanto e olho em direção a janela, como eu moro no dormitório da faculdade, não tenho uma vista muito boa do nascer do sol, mas eu gosto mesmo assim. Apesar de passar a maior parte do tempo sozinha, eu finalmente ganhei minha liberdade.
Quando termino de me vestir, ouço meus celular tocar. Na tela vejo o nome "Little baby" e um sorriso se forma em meus lábios. Era o Marco.
- Bom dia, raio de sol.- diz ele após eu atender a chamada.
- Bom dia Marco, que milagre você estar acordado tão cedo. A que devo essa honra?- pergunto enquanto arrumo minha mochila.
- Infelizmente eu acordei muito cedo, liguei para saber se quer ir comigo para a faculdade.
- Claro, já estou quase pronta.
- Ótimo, chego aí em 10 minutos.
O pai de Marco é professor na universidade, portanto eles tem uma casa no campos. Marco e eu nos conhecemos no nosso primeiro ano aqui. Eu estava nervosa no meu primeiro dia e a professora de musica pediu para formamos duplas e nos apresentarmos, não faço a minima ideia do porque Marco me escolheu, ele diz que foi por causa do meu cabelo branco, disse que havia gostado de mim e que poderíamos ser amigos, e eu obviamente aceitei.
Termino de arrumar minha mochila e desço para me encontrar com ele, apesar de estudar aqui a dois anos, eu ainda não tenho colega de quarto, não que isso seja um problema, é claro. Alguns minutos depois ele me busca na porta do dormitório, fomos conversando o caminho todo até a faculdade, e quando chegamos lá fui direto pra sala de dança, seria minha primeira aula do dia e Marco me encontraria lá depois de passar na cafeteria. Eu gostava de chegar mais cedo pra poder aprender coreografias novas e esquecer um pouco das coisas ao meu redor.
Na hora do almoço, fui ao refeitório do campus, Marco tinha ido almoçar com os pais então resolvi ir comer algo sozinha mesmo. Peguei minha bandeja com comida e fui me sentar em alguma mesa fazia.
Eu evitava comer muito aqui, não por vergonha ou algo do tipo, eu só não gostava das garotas que ficavam falando de mim como se eu não estivesse presente, não que eu me importe.Quando estava prestes a sair dali, alguém esbarra em mim fazendo com que a minha mochila caia no chão, por sorte eu não estava com a bandeja na mão ainda, seria um desastre.
- Desculpa. - falo enquanto me abaixo pra pegar minhas coisas do chão.
- Olha por onde anda - diz uma voz fina e irritante.
- Você deveria fazer isso também.
- Como é? - diz outra garota, agora eu percebi se tratar de cinco meninas.
- Acho que você ouviu bem, não ouviu?
- Como ousa falar assim comigo?!- grita a loira levantando a mão pra me bater. Antes mesmo de sua mão me alcançar eu a seguro e empurro para trás.
- Olha, eu não quero brigar com vocês, tenho mais coisas para fazer.
- Você acha que pode falar assim comigo e sair impune? Você sabe quem eu sou?
- Não, e não me interessa, eu realmente não quero brigar com vocês, tem como me deixar em paz?
- Pois saiba que eu sou Violet Green, e ninguém pode agir assim comigo e sair impune. Peguem ela, agora!
Antes que eu pudesse pensar, uma das garotas bate em meu rosto, sinto gosto de sangue dentro da boca e isso pra mim já deu, se elas querem briga elas vão ter. Pego a garota que me bateu e dou um chute na lateral de sua coxa, em seguida dou uma rasteira na loira burra que arrumou tudo isso fazendo com que ela vá de encontro ao chão. Pela visão periférica vejo dois garotos se aproximando pelos lados, eu realmente não sei de que buraco saíram, dou um soco no abdômen do primeiro e um chute nas partes do segundo, os dois vão ao chão. Uma ruiva que estava com ela e as outras duas que sobraram vem pra cima de mim e faço a ruiva ir de cara com a outra e dou um tapa no rosto da que sobrou.
- Eu não sei quem você é, mas isso serve pra mostrar que não se mexe comigo. Vênus Wood, guarde esse nome loirinha, lembre-se de mim. - falo pegando minhas coisas do chão e indo pra saída. Agora tô atrasada pro trabalho e a culpa é delas.
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A História De Vênus
Novela JuvenilVênus Wood sempre teve uma vida complicada. Com a morte de sua mãe aos seus dois anos de idade e sem ter conhecido o pai, se viu sozinha no mundo. Cresceu em um orfanato na Califórnia aonde foi educada. Quando completou 18 anos, decidiu mudar-se par...