Ela
O impala para em frente ao motel, descemos juntos, ambos em silêncio.
Não era para ter acontecido. Eu tinho um plano em mente, deixar a velha fofoqueira da cidade flagrar uma pegação no carro, ela com certeza espalharia para todos daquela cidade e o anjo viria atrás de nós. Eu tinha todas as ações e reações daquele plano calculados em minha mente. - Ou eu achei que tinha.
Eu com certeza não tinha calculado as reações do meu corpo em contato com o corpo de Dean. Quando encostei meus lábios nos dele eu tinha um plano em mente, mas quando ele afundou sua língua em minha boca eu já não tinha mais nada além de um instinto primitivo que me fizera esquecer por completo o plano e o caso.
Eu não carrego culpa alguma pelo que fiz, somos adultos, estavamos cientes de onde estávamos indo e fomos os dois juntos. Não há pelo que se culpar.
- Então... o que você acha que acontece agora? - Ele questiona adentrando depois de mim na casa.
- Ele vem atrás da gente. - Digo me jogando sobre o colchão velho. Tusso quando a poeira atinge minhas narinas.
Eu não raciocinio muito o que vem logo em seguir. Sinto o peso do corpo dele sobre meu se suas mãos espalmarem-se em minha pele e sinto um arrepio percorrer meu corpo.
- Isso não estava no plano. - Eu digo rouca quando seus lábios descem pelo meu pescoço.
- Estou começando meu próprio plano. - Ele sussurra e logo em seguida passa sua língua no contorno da minha orelha me fazendo suspirar. - Você tem algo melhor para fazer? - Questiona encostando levemente seus lábios nos meus.
Eu o olho, suas íris verdes estão fixadas em minha face, e tudo o que posso fazer é puxa-ló pela nuca colando seus lábios aos meus.
O primeiro sexo foi bom, porque não repetir?
Mas as coisas que acontecem a seguir não estavam em meus planos e muito menos deles.
Constato de que o anjo não quis esperar para agir. Derre pente um clarão toma conta do ambiente e eu mal consigo enxergar Dean, mas sinto seu peso se afastando de mim.
Eu ainda posso escuta-lo me chamar, meia dúzia de vezes meu nome é gritado por ele, mas cada vez mais distante e eu sinto que meu corpo já não obedece mais comando algum. Uma escuridão vem vagarosa, nublando minha visão. Luto por ar, mas é como se areia estivesse indo para meus pulmões e eu se quer posso me debater.
No segundo seguinte não há mais nada. Não tem mais Dean chamando meu nome ou qualquer outro som, não tem mais sensações como frio e calor, é como ser jogada em um buraco escuro e permanecer em uma infinita queda livre.
Demora até que eu volte a sentir algo. Começa com um frio, logo em seguida a dor vai se intensificando, ganhando forma e local dentro de mim. Não vejo nada, mas sinto o líquido viscoso descer por minha testa, seguir o contorno do nariz e de lá pingar em direção a boca fazendo o gosto metálico se espalhar por meu paladar.
Quando abro os olhos tudo em volta gira, demoro a entender onde estou. Estou no meio de uma encruzilhada, os pés amarrados e as mãos nas costas também amarradas. Sinto o cascalho que cobre o chão incomodar e machucar minha pele.
Meus olhos correm o ambiente, mas minha visão está embaçada e não há muito o que eu possa ver além da copa das árvores.
- Quando te vi na igreja, eu realmente pensei que você fosse a luz no fim do túnel dessa cidade. - A voz conhecida soa no mesmo segundo em que uma lâmina fria desliza por minha pele.
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The Last Colt (Concluída)
Fanfiction"Está em nosso sangue, é quem somos, nascemos para isso e vamos morrer por isso. Caçar é o nosso legado." Dean Winchester estava tão acostumado com aquela vida, para ele séria mais um dia no negócio da família, mais um caçada que acabaria rápido, el...