O Pequeno Eren

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Sul do Oceano Pacífico. 1897


O enorme navio velejava pelo vasto oceano. Deslizando por sua enorme extensão. Naquele instante o pôr do sol tingia o horizonte de dourado e vermelho e as velas eram impulsionadas pelo vento forte que empurrava o barco a frente. Ele era como as parcas* que ditavam o destino dos navegantes.

- Pequena embarcação a estibordo! - gritou o marujo ao verificar um pequeno barco não tão distante.

A voz estridente do velho homem, chamou a atenção de uma elegante mulher, a única ômega daquela embarcação. Suas vestes negras davam a entender que ela provavelmente vivenciava o luto. Em seus braços uma linda criança de cabelos negros e olhos cor de chumbo se agarrava as vestes da jovem mãe, ainda atenta a cena que se desenrolava diante de si.

Uma intensa comoção se formou sobre o convés instantes depois o anúncio do marujo. Após decidirem como iriam proceder, alguns marinheiros desceram para verificar de que se tratava. Afinal mesmo que tivesse a chance de ser alguém em apuros, poderia ser o inimigo a persegui-los. O grupo não preferia não correr este risco,por isso se aproximaram da pequena embarcação com cautela.

- Tragam a embarcação seus molengas! - esbravejou o capitão, um velho alfa de barba longa e cabelos grisalhos. Alguém que realmente fazia jus ao título, tanto pela forma de falar como por seus trajes. O capitão parecia um pirata navegando sobre os mares caribenhos.

Quando por fim os homens trouxeram a pequena embarcação errante, para mais próximo do navio foi possível visualizar dois corpos dentro do pequeno barco. Os marinheiros imediatamente tocaram nas duas pessoas, em busca de sinais vitais, mas infelizmente já era tarde. Eles estavam frios e sem vida.

- Infelizmente eles já estão mortos senhor. - disse um dos homens. O capitão observou de cima e pode visualizar uma mulher de cabelos castanhos esparramados e um homem de óculos abraçado a ela. - Provavelmente estavam tentando fugir da guerra em Eldia, soube que as coisas por lá ficaram intensas desde que a família Tybur assumiu o poder. Essas pessoas provavelmente são eldianos, como nós.

- Quanta covardia. - expressou o velho capitão consternado. Ele também havia perdido a família recentemente. Marley também havia lhe tirado tudo. - Tragam os corpo para o convés, eles merecem um sepultamento digno.

Os homens imediatamente obedeceram a seu capitão, mas assim que começaram a retirar o corpo da mulher. Eles ouviram um gemido. Gemido que foi se transformando em um chamado.

- 'Mama'... - um som suave saiu debaixo de algumas folhas de bananeira, provavelmente o abrigo que eles utilizaram durante a fuga.

- Tem uma criança aqui! - gritou um dos marujos após afastar as folhas que cobriam parcialmente os corpos.

- Traga ela para cima seus inúteis. - gritou novamente o capitão carrancudo, visivelmente preocupado com a pequena criatura nos braços de um dos marujos. Aquele com certeza era uma surpresa agradável. O pequeno havia sobrevivido.

Toda a cena era observada atentamente pela ômega elegante e de cabelos negros. Ela trazia em sua face um olhar gentil e repleto de empatia.

Os marinheiros retornaram ao navio com cuidado, trazendo consigo o pequeno garoto, que chorava desesperadamente. O pequeno ser não entendia por estavam retirando ele de perto de sua 'mama'.

Consternada com a situação da pobre criatura, a mulher de pele pálida e olhos cinzentos finalmente se aproximou e estendeu as mãos para segurar o pequeno emitindo feromônios tranquilizadores para acalmar a criança.

- Deixem ele comigo. - pediu gentilmente afastando-o dos marujos que entenderam a situação.

A criança se acalmou assim que a jovem e o bebê se aproximaram dele. Os olhinhos verdes focaram no bebê um pouco mais novo e observaram com curiosidade.

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