UMA NOITE

A MUDANÇA

Fomos interrompido pelo Dr que fez o espécial favor de limpar a garganta para notarmos a presença dele na sala.

- Desculpa interromper

Sorriu ao ver o susto que levei

- Tudo bem, qual é o resultado?

Ele acariciou o meu cabelo, beijou a minha testa, levantou-se e virou para o Dr.

  - Ela vai precisar ficar em ropouso absoluto só para prevenirmos que ocorra um aborto.

Lançou um olhar acusador ao Emir e claro que eu entendi tudo, sorri envergonhada.

  - Mas está tudo bem com o bebê ?

Olhei para os dois, ainda estava preocupada

  - Sim Sra está tudo bem...e Dr aconselho a não deixar a sua...?

Ele olhou para o Emir e ficou a espera que um de nós completasse a frase, eu também estava a espera.

  - Esposa!

Caminhou para perto de mim, segurou a minha mão

Tanto eu quanto o Dr ficámos  surpresos com a resposta dele, isso não era o que eu esperava, não tão rápido.

- Esposa?

O Dr Nissum parecia que explodiria de alegria a qualquer momento, ele nem ao menos sabia qual de nós  felicitar primeiro.

  - Ela será minha esposa Nissum!

Sorriu e olhou para mim, e não é que ele não estava a brincar...

  - Meus parabéns amigo!

Abraçou o Emir ou seja quase o sufocou. Eles ficaram a cumprimentar- se e ninguém tinha perguntado a mim se eu queria casar com aquele homem com qual transei apenas uma vez.

Depois que o Dr passou todas as recomendações o Emir carregou-me no colo até ao carro, eu teria preferido usar uma cadeira de rodas do que ter que enfrentar os olhares de todas as mulheres na clínica.

Colocou-me deitada no banco de trás e entrou no carro. Durante o trajecto todo instalou-se um absoluto silêncio no carro ele tinha que parar com essa hábito de tomar as decisões sozinho.

  - Você está muito calada, sentes alguma coisa?

Olhou preocupada para trás

  - Estou bem!

Sussurrei e escondi o rosto. Na verdade não estava, estava a contecer muita coisa e tudo ao mesmo tempo faltavam apenas meses para a minha formatura, faltam 2 semanas para terminar o estágio, mudei de casa, estou grávida de um homem que mal conheço...o que é isso?

Não falei nada até chegarmos na casa dele, parou o carro e abriu a porta para mim.

  - Vamos eu ajudo- te!

Esticou a mão mas eu não a segurei. Vi a expressão do seu rosto mudar

  - Não precisa eu consigo caminhar

Tentei evita-lo mas sem sucesso, carregou-me ao colo asssim mesmo como se eu não tivesse dito nada.

Deu ordem as empregadas para que não me deixassem fazer nada, nem ao menos levantar da cama. Como se eu já tivesse feito alguma coisa desde que aqui cheguei.

 - Preciso voltar à clinica, tem um paciente com consulta marcada para hoje!

Beijou a minha testa, segurou as chaves do carro e caminhou até a porta

  - Vais deixar-me sozinha?

Olhei estranho para ele, nem eu sabia ao certo que sentimento era aquele mas não queria ficar longe dele.