I - The golden roses

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O suave som harmonioso do alaúde ressonava melodiosamente por toda a sala, onde todos os irmãos Tyrells se reuniam calorosamente, partilhando o desjejum da manhã. A mesa fora posta diante das imensas e grossas colunas de mármore, que eram enlaçadas por trepadeiras, sendo a divisão do fim da casa para a entrada do vasto jardim esmeralda de deslumbrantes rosas e pomares de frutas suculentas. Os primeiros raios áureos do dia tocavam o chão com beleza em perfeita sintonia com o agradável canto do Bardo Azul. Este que estava sentado ao canto, apenas servindo-os com o seu talento. Assim como os servos que dispunham os pratos em silêncio e se retiravam para atender os outros moradores.

Garlan, o segundo filho de cabelo castanho-acobreados e barba charmosa, suspirou sonhadoramente ao sentir o aroma delicioso dos bolinhos de maçã, dos ovos cozidos, do pão quentinho recém-saído do forno e a da geleia de tâmara feita há pouco. Tamanha foi a sua satisfação, que o seu estômago roncou como um tambor de batalha. Leonette riu baixinho da empolgação do marido, antes de experimentar o pudim de arroz com leite de amêndoa que tanto lhe dava água na boca. Além destes, havia fatias de melão, um cacho de uva, e o típico berlingozzo, um bolo simples de farinha, ovos e açúcar.

— Eu recebi, ontem, um corvo de Roma. — Informou Margaery, a única que se negava a comer, preferia observar atentamente aqueles ao seu redor. — Loras mandou lembrança, e confirmou que tudo está fluindo como planejado.

— Não me agrada que nosso irmão esteja lá, jamais teve vocação para servir a Deus. — Disse Garlan, em meio a garfadas, seu tom soando cruamente duro.

De imediato, Margaery sorriu zombeteiramente, arqueando as sobrancelhas castanhas com desdém.

— Deus? Ele está lá justamente para servir a nossa família.

— A ideia de Loras naquele ninho de serpentes também não me deleita, Garlan. — Interrompeu Willas, na cabeceira da mesa. — Mas, é extremamente crucial. Se o Leyton Hightower cumprir com a sua palavra e fazê-lo o seu sucessor no papado, não teremos que nos preocupar com a censura da Igreja contra o nossos negócios e governo.

— Quanto a isso não posso refutá-lo, logo virá uma nova Signoria e eu não gostaria de ter que lidar com os homens dos Florent e os enviados da Igreja unidos. — O irmão resmungou com desprezo, sendo confortado pela esposa que gentilmente pôs a delicada mão sobre a sua.

Willas apertou os lábios, tentando não se sentir apreensivo.

— Muito menos eu, manter as guildas satisfeitas é um trabalho inesgotável. Por mais que eu ceda algo, eles sempre querem mais e mais.

Leonette, uma das observadoras mais sagazes do local, acariciou protetoramente a protuberância em seu ventre. Frequentemente, temia pelo seu menino e o seu futuro, a família de seu esposo — que por via do matrimônio se tornara sua — tinha tantos inimigos, era difícil contar nos dedos. Receava também por seu marido, rezava pela segurança dele todas as noites. Embora seu casamento não tenha sido por amor, e sim uma transação orquestrada pelos Fossoways, aprendera com o tempo a gostar, admirar e amá-lo às vezes.

Admitia, sem rodeios, que Garlan não era tão astuto quanto o seu irmão mais velho. Porém, não fazia o papel de tola de subestimá-lo. Não era à toa que ele possuía o cargo de assessor do primogênito, o último que era Gonfaloniere da República Italiana. Cargo mais alto de toda a sociedade, comumente adquirido na eleição em que nove homens eram eleitos, Prioris. O nono eleito, mais votado, se tornava o governante. Há anos, os Tyrell se mantinham nessa posição, superando os Florents e outras dinastias, através do esforço e do trabalho, apesar das dificuldades.

Mesmo com a posição aparentemente assegurada, não se podia descansar. E os irmãos dourados davam o máximo para assegurar o futuro da próxima geração. Também não podia renegar o esforço e a sabedoria astuta da inabalável velha raposa, a senhora Olenna Tyrell, que auxiliava seus netos em várias questões. Piscou os olhos azuis límpidos assim que teve a sua distração roubada quando seu companheiro aclarou a garganta.

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