54° • He ¡

145 26 3
                                    

Faltam exatos vinte minutos para o meu encontro com a Arih.

Meu último encontro com a Arih!

Assoei o nariz pela trigésima vez naquela mesma hora e joguei o papel fora.

Me olhei no espelho e fora o nariz vermelho e os olhos inchados me achei um gatão. Saí do banheiro e minha mãe me olhou de cima a baixo.

- Achei que você ia sair com a Arihee. Por que está chorando?

- Não estou chorando! - Neguei, chorando.

- Deve ser por isso que eu não choro. Quando você nasceu, roubou todas as minhas lágrimas. - Ela apoiou a mão nos meus ombros e me virou na direção da saída. - Se você não fizer nesse encontro o melhor possível, Arihee nem vai pensar em vir te visitar depois que se mudar.

- Mãe! Por que você está botando mais pressão em mim?!

- Não estou botando pressão. - Ela me entregou um rolo de papel higiênico.
- Só estou dizendo que se você não for o meu Jinho sorridente e sim essa manteiga derretida, aquela menina vai te trocar por algum bad boy do bairro.

- Bad Boy?! - perguntei, surpreso.

Por que Bad Boy? E porque do bairro...

Rapidamente meu cérebro fez o desfavor de imaginar a Arih andando por aí balançando um taco de beisebol ao lado do Wooseok.

Oh no

- Não posso deixar isso acontecer! - Estiquei o punho para cima. - A Arih é a minha mulher!

- Então o que está esperando?! - Minha mãe me deu um tapão nas costas para me fazer andar. - Assoa esse nariz e vai garantir os meus netos!!

- Pode deixar!!!!!!! - Escancarei a porta e sai correndo por ela.

Depois de dois minutos correndo para a direção errada, parei perto de uma lixeira e fiz minhas higienes nasais lá.

Conforme eu tomava o caminho certo pensei no que a minha mãe disse.

- Peraí! - Tirei um tufo de papel do nariz.  - Ela falou netos? Ain. - tampei as bochechas. - Que velgonha... Filhos com a Arih... Eu gosto dessa frase. Sim! Vou ter muitos filhos com a Arih! Hehe. Hehehehehe!

Quando parei de fantasiar meu futuro com o meu pãozinho de mel percebi que havia uma menininha de maria-chiquinhas me encarando.

Olhei para ela sorrindo e soltei um:

- Oi.

Ela começou a chorar e gritar pela mãe dela.

Ai não! O que eu faço?! Por que ela está chorando?! Por que as crianças têm medo de mim?! Por que todo mundo me odeia?!

Eu ouvi um poc poc atrás de mim e me virei nervoso.

- Desculpa senhora, não queria assustar sua filha!

A mulher me olhou de cima a baixo. Ela usava uma corda com um apito no pescoço e segurava uma prancheta nos braços.

A menininha grudou na perna dela e ficou me encarando com um bico.

- Não é sua culpa. - A mulher falou estufando o peito. - Ela que é chorona. - Dito isso, ela se virou para a menina. - Por que saiu de perto deles?! Eu já te avisei que...

Fiz a egípcia e vazei.

Enquanto eu ia embora de fininho, ouvi a mulher avisar a menina para não sair de perto dela ou dos irmãos de novo se não ia ter que fazer cem arremessos como castigo.

Comecei a saltitar para longe.

Acho que a Arih vai ser bem brava também.

She's a Loser, She don't Love me ▪ JinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora