Capítulo 4

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Não revisado

Era a segunda noite que tivemos uma ceia de jantar. Na manhã seguinte eu não aguentava mais ouvir como um tal de Krum era bonito e talentoso, tanto da parte das meninas quantos os meninos.
Agora no centro do Grande salão estava um cálice grande, com uma linha em volta.
Tomo meu café rapidamente e sigo para a sala de poções. Me sento e espero Haiden chegar, pego um livro que havia ganho no natal passado de meus pais e começo a ler. Professor Snape entra e começa a passar as instruções para fazer uma poção. Guardo meu livro e me sento mais ereta. Alguém bate na porta e penso ser Haiden e dou um sorriso, mas quem entra na sala é Malfoy. Ele olha para mim e vem em minha direção.
"Desculpe, mas Haiden senta aqui" falo olhando para frente, enquanto ele coloca seus materiais ao meu lado.
"Ele não vem hoje, ficou no dormitório" ele fala e começa a copiar as instruções. Reviro os olhos e encaro a pena. Eu não gostava de escrever com pena. Tiro uma caneta da bolsa e ele me olha curioso.
"O que é isso?" Ele cochicha.
Ignoro e continuo a escrever. Ele acha que vai ser meu amigo, agir com se não tivesse me chamado de sangue ruim ontem mesmo.
Pego os ingredientes e começo a coloca los no caldeirão, com medo de errar. No final da aula descobri que sou uma ótima aluna em poções, e também que ignorar Malfoy é um pesadelo. Nunca pensei que ele encheria tanto o saco de alguém. Dou graças a Deus que já era hora do almoço e vejo meus amigos.
Dou um oi de longe e eles retribuem. Me sento na mesa e me sinto deslocada sem Haiden. A menina que eu havia discutido me encarava com uma cara nem um pouco amigável, na verdade todos na mesa me encaravam assim. Finjo que não percebi e volto ao meu prato de comida. Ergo meu copo de suco e ele explode em mim. Todos presentes na mesa da Sonserina riam e olho para a menina, que me dava um sorriso sarcástico. Sinto a minha raiva tomando conta de mim e me levanto. Pego minhas coisas e saio do salão, não me rebaixaria ao nível dela. Enxugo o suco com a manga do uniforme, respiro fundo e procuro um feitiço para me limpar. Sento em um dos bancos nos corredores e pego a minha varinha. Primeiro conjuro um lenço e tenho êxito, depois tento usar o feitiço que havia encontrado e não consigo. Tento novamente e consigo. Coloco um sorriso no rosto e seguro meu colar. Vejo um borrão negro voando e logo indentifico meu pássaro. Ele vem carregando uma carta e eu, receosa, a pego.
A mesma letra da primeira carta desenhava meu nome, em uma caligrafia bonita. A carta era pesada e eu a abro, tirando de lá uma pequena pulseira, com o mesmo brasão do colar. Pego a carta e começo a ler, enquanto Vector voltava pelo mesmo caminho que veio.

Minha querida,
Estou tão feliz em contatar você novamente! Pelo que parece, você não está passando por um momento muito bom, mas não se preocupe, já está tudo organizado para que você não tenha que passar por um ataque, seja de livros amaldiçoados ou meninas insolentes, afinal, nossa linhagem é boa demais para essa escória. Segue com esta carta uma pulseira com o brasão de nossa família. Espero que esteja bem.
P:s. Não mostre esta carta à ninguém, eu saberei se o fizer.

Com amor,
J.T.S.

Certo, isso estava começando a ficar estranho. Guardo tudo em minha bolsa e sigo até a aula de Herbologia, encontrando novamente Malfoy. Suspiro alto e me afasto, ficando longe também da menina. A aula segue normalmente e acho tudo realmente interessante, são plantas muito engraçadas e diferentes das que eu conhecia. Malfoy tentava puxar assunto, mas eu sempre o cortava ou ignorava.
Sigo até o dormitório para encontrar Haiden. Chego inde Haiden dormia e o vejo na cama, todo enrolado em cobertas.
"Oi, você está bem?" Digo sentando na cama.
"Olá, gostaria de estar, mas parece que nunca vou me acostumar com a temperatura aqui em baixo" ele libera um espaço do seu lado e eu me deito também.
"Fiz anotações de todas as aulas que tivemos hoje, para que você não perca as matérias" coloco meus papéis em cima do criado mudo.
"Você é maravilhosa, Eduarda" ele diz rindo e me abraça de lado.
Eu acho legal essa nossa intimidade, nunca nem mesmo tive uma assim com uma amiga. Para falar a verdade eu não tinha amigos ou amigas.
"Sai para lá, eu vou ficar doente também seu nojento" digo em tom de brincadeira, me afastando.
"Assim poderíamos passar a tarde toda conversando na cama, eu até poderia arranjar umas guloseimas para nós" ele me encara.
"Proposta tentadora, Senhor Winston" falo colocando a mão em seu peito."Mas terei que recusar, ainda tenho muito o que aprender aqui. Além do mais você tem que melhorar rápido para que possa me mostrar o castelo" sorrio.
"Bom, neste caso então, terei que te punir por recusar meu pedido" ele me olha e me ataca con cosquinhas.
Rio tão alto que quase me engasgo, fazendo uns barulhos estranhos.
A porta é aberta e paramos, ficando em uma posição engraçada, eu quase caindo da cama, toda vermelha e descabelada e Haiden embrulhado nos cobertores encima de mim, com as mãos nas minhas costelas. E adivinhem quem foi a pessoa que entrou quase arrancando a porta? Bom, o papa que não foi, mas um Malfoy totalmente irado, que vinha em nossa direção com uma cara nada boa. Nos sentamos direito e finjo que nada aconteceu, arrumando meu cabelo e segurando outra crise de risadas. Olho para Haiden e parecia que ele também iria explodir a qualquer momento.
"Mas o que está acontecendo aqui? Esse quarto já virou motel?" Ele diz bravo e eu começo a ficar puta da vida.
Esse menino pensa que é o que? Me xinga, depois ne trata bem, depois me xinga mais, daí vem querer ser todo meu amigo e agora está me chamando de prostituta? Haiden vê que vou explodir e agarra a minha mão.
"Ah qual é Malfoy, você sabe que eu sou gay né?" Haiden diz e eu engasgo. Me viro lentamente para ele e o encaro, provavelmente com uma cara engraçada, já que o mesmo liberou a crise de risada.
"Me desculpe Eduarda, não queria te contar assim, mas parece que Malfoy vai pular encima de mim e me matar. Mas se você não quiser mais falar comigo tudo bem, eu entendo, as pessoas tem nojo de mim". Ele fala alisando o cobertor.
Sinto meus olhos encherem de lágrimas, o mundo é tão cruel com pessoas diferentes.
O abraço forte e deixo umas lágrimas caírem.
"Acho que você não entendeu, eu sou uma nascida-trouxa da Sonserina, quem não deveria falar comigo é você. E bem que eu achei você bem animadinho quando ficava olhando para a mesa da Lufa Lufa".
Esquecemos que Malfoy ainda estava ali e me solto. Me levanto da cama e dou um beijo na bochecha de Haiden.
Passo por Malfoy e ele me segue. Estávamos sozinhos no salão comunal e ele segura meu braço.
"Olha, já que não me deixa conversar com você, eu vou te falar agora: Me desculpa, ok? Eu me arrependi de te chamar de você sabe o que. E gostaria de não ser odiado, se for possível. Só não me odeie" ele fala e eu gentilmente me solto da sua mão. Cruzo meus braços e o olho. Realmente parecia estar arrependido, mas lembro do que Harry disse.
"Ok, vamos então ter uma trégua. Mas isso não vale para seus amigos, não me responsabilizo por o que acontecer com eles" estico minha mão e ele a aperta.
"Mas se você pensa que seremos amigos, estará enganado. Você me magoou e magoou meus amigos". Digo e me viro, entrando no quadro. "Tenha um bom resto de dia Malfoy".

My Little Mudblood [D.M]Where stories live. Discover now