Capítulo 38

25 4 0
                                    

Em um momento estávamos no labirinto e em outro tínhamos aparecido em um cemitério. Eu me levantei rapidamente, tentando achar meus colegas.

"Harry! Cedrico! Onde vocês estão? Aonde nós estamos?" grito entre as lápides. Vejo os dois ainda no chão a alguns metros de mim e da taça. Corro até eles para ver se estavam bem.

Harry se levanta e olha ao redor, ficando desesperado.

"Temos que sair daqui, AGORA!" Harry grita e eu me assusto. Cedrico nos olha e se levanta também.

Um barulho vem da parte escura do cemitério, se mostrando ser um homem feio carregando algo. Harry tenciona do meu lado, me deixando em alerta. Esse homem nos encara e olha para o embrulho, como se esperasse algo.

"Mate os outros" uma voz seca é ouvida e rapidamente como uma piscada esse homem aponta a varinha para Cedrico, lançando-lhe uma luz verde. A voz era horrível, como se fosse a própria morte vindo. e o pior era que eu a reconhecia de algum lugar.

Cedrico cai morto co chão, ainda com os olhos abertos.

Não conseguia parar de encarar ele caído no chão e foi só o tempo de eu dar um passo mínimo em direção de Harry para ver um jato de luz verde. Por instinto, me joguei atrás de  uma das lápides, como se tivesse fingido a minha morte. Eu tremia tão forte que poderia ser facilmente confundida com uma britadeira. Harry olha desesperado para mim, mas consigo erguer meu braço para fazer um sinal de silencio, colocando o dedo na frente da boca. Eu podia sentir que desmaiaria a qualquer momento. Pelo angulo de visão que eu tinha, vejo que o homem prende Harry em uma das sepulturas, o elevando do chão. Os momentos seguintes se passaram como um flash diante de meus olhos, conseguindo compreender apenas alguns trechos do que parecia ser um ritual.

Alguma coisa ia surgindo do caldeirão que ele estava usando e jogando ingredientes. Um homem esguio ia aparecendo devagar, subindo e se mexendo como uma cobra. Ele era muito magro, tinha uma cor doentia de pele e quando ele se virou pude ver seu rosto. Minha bile subiu e queimou minha garganta, não podia vomitar agora. era o homem dos meus sonhos, aquele tal de Lord Voldemort. Eu ainda tremia, mas a adrenalina em meu sangue não me permitia desmaiar. Eu precisava nos tirar dali o quanto antes, ou seria tarde demais assim como foi para Cedrico. 

Consigo ver que agora Harry estava liberto e que corria para a minha direção. Lord Voldemort segurava o braço do homem que ainda estava inteiro, passando sua varinha. 

Logo depois, fumaças pretas chegavam no lugar vindo de todas as direções. Podia ver que na verdade eram pessoas, com mantos negros e máscaras horrendas. Mas logo depois de chegarem, eles retiram o encantamento que encobriam seu rosto. 

"Você está bem?" ele pergunta baixo, se escondendo comigo. Eu faço que sim com a cabeça e o abraço.

"Eu fiquei com tanto medo de morrer" digo fraco ainda agarrada a ele.

"Eu também, mas agora não é hora de se lamentar. Precisamos sair daqui".

"Harry Potter" ouço aquela voz de novo chamando meu amigo. "Está se escondendo, venha até mim e lute como um homem de verdade" ele ordena e sinto como sua voz ecoava na minha cabeça.

"Eu vou lá, você fique aqui e não se mexa" ele fala e começa ase levantar.

"Nem pensar Potter, estamos juntos. Se você morrer, não quero ser a única sobrevivente. Vamos morrer de uma forma gloriosa" digo firme e ele sorri.

"Eu realmente acho que deveria ir para Grifinória" ele assente e se levanta. respiro fundo e me preparo para lançar todos os feitiços que tinha aprendido nessa semanas. Harry agora estava de pé ao meu lado. Com um mínimo olhar para mim, me levanto rapidamente e aponto a minha varinha.

"Bombarda Maxima" grito e vejo um grupo de comensais voando junto com destroços de sepulturas.

"Estupefaça" Harry também gritava encantamentos. Tínhamos que conseguir atordoar o máximo de pessoas possíveis.

"Confringo!" digo e vejo mais um grupo ir para os ares. Não importava o quanto atacávamos, eles pareciam se duplicar. 

Então assim seria a minha morte. Pelo menos eu acho que seria lembrada por ser a menina que morreu no cemitério. Por Deus, eu não podia morrer agora!

"Vamos acabar com essa ridícula cena. Venha e duele comigo Potter, tenha pelo menos uma morte honrada. "Aqui, eu quero que formem um círculo ao meu redor. Deixe Harry Potter para mim, a outra podem matar".

Metade dos homens cercam Harry e Lord Voldemort, me separando dele.

"Mas que merda! Repello Inimigotum" grito, eu estava ficando cansada. Eu não estava sendo tão rápida para conseguir atacar, só me defendia. Alguma coisa de diferente estava acontecendo com Harry, pois todos estavam olhando. 

Uma espécie de bolha brilhante é formada entre os dois, enquanto suas varinhas estavam disputando, como uma brincadeira de cabo-de-guerra. Quase perco fôlego ao ver Cedrico entre eles. 

Foi nessa vacilada minha que trouxe o pior momento da minha vida até agora; me virei para voltar a minha batalha perdida, mas não fui rápida ao suficiente. Encarei um dos homens enquanto era acertada por um feitiço que ele mesmo havia lançado. Meu corpo estava em chamas, doendo muito. Eu sentia cada órgão meu se rompendo e estourando. Minhas veias transportavam chamas e incendiavam meu corpo. Ao mesmo tempo que eu sentia tudo isso, não conseguia mover um dedo para lutar e só percebi que estava gritando quando ouvi minha própria voz. Ele não tirava os olhos de mim, e alguma coisa me perturbava ao olhar ele de volta.

"Crucio" ele repete e intensifica o feitiço e toda a dor que eu tinha se duplicava. Eu estava prestes a entregar tudo, deixar que a inconsciência me levasse, mas um pensamento me salvou. Não podia deixar Harry sozinho aqui, nem ser mais um cadáver para ele ter que carregar em sua mente.

Eu arranhava a terra e tentava resistir, mas não fazia o menor efeito até tudo parar. A dor parou, as chamas pararam, porém minha respiração também parou. Não conseguia puxar o ar, toda a dor voltou e eu não tinha como parar. 

"Eduarda, temos que ir. Agora" ouço alguém falar e com uma força desconhecida me levanto. Foco meus olhos em Harry que me olhava assutado. Ele agarra a minha mão e me arrasta até onde o corpo de Diggory e a taça estavam. Eu seguro bem forte a mão dele antes de sumirmos daquele lugar.

Abro meus olhos e olho para o céu. Eu estava deitada e ouvia apenas alguns ruídos. Chorava incontrolavelmente e tento me sentar, sentido facadas por todo o meu corpo. Passo a mão em meu rosto e vejo que pingava sangue. Não tinha percebido que estava sangrando, mas foi só olhar para minha mão para sentir o gosto característico de metal.

Fecho meus olhos, poderia finalmente descansar em paz. Percebo que várias pessoas se aproximavam de mim e sinto alguém sobre mim, mas minhas forças tinham se esgotado e não conseguia abrir meus olhos para ver o que estava acontecendo.

My Little Mudblood [D.M]Where stories live. Discover now