Drogas?

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Recomeços nem sempre são fáceis, reaprender a viver é uma tarefa muito difícil, que demanda muito esforço e dedicação, não é do dia para a noite que as coisas acontecem em um ciclo de mudanças.

Camila estava totalmente confortável na cama, Lauren estava no banho e já devia ter saído, mas estava perdida demais em pensamentos para se dar conta de que seus dedos estavam todos enrugados.

-LAUREN? - Camila chama alto e nada, voltou sua atenção ao livro que lia antes, em geral dividia o tempo entre os livros infantis e seus romances. Mas estava lendo um suspense e presa ao desfecho da história.

A morena piscou algumas vezes e fechou o registro, quanto tempo estava ali?

-Eu acho que demorei demais no banh- - a latina ressoava tranquila com o livro sobre o peito e Lauren sorriu, realmente demorou muito, mas ao olhar no relógio ao lado da cama, seus olhos se arregalaram totalmente - Que merda é essa?

Se aproximou do aparelho conferindo as horas, marcavam 22:48, como passou tanto tempo no banho? Entrou não eram nem 21 horas e não se lembrava de ter pensado em nada específico, foi como entrar piscar e sair, colocou o objeto assustada e conferiu o celular, as horas estavam certas.

O que estava acontecendo com ela?

Ainda atordoada caminhou até a cozinha nova e procura nas caixas que trouxe da mansão as que contém algumas bebidas, o uísque brilava aos seus olhos e ela o retirou da mesma servindo-se de uma quantia generosa.

Em uma das portas do armário, ela retirou o frascos com comprimidos e colocou dois nas mãos, o conselho do médico em não misturar diretamente os dois é ignorado e ela os jogou na boca engolindo com o líquido âmbar amargo.

-Sinceramente não sei porque estou aqui e nem porque ele me pediu para vir, Scott - disse com confusão e irritação.

Tinha chegado a São Francisco naquele dia e recebeu a ligação do médico do pai, exigindo que ela fosse até lá.

-Veja bem, Lauren - disse em seu tom profissional - Seu pai morreu de DFT, o que é incomum para a idade dele, mas a julgar pelo estilo de vida e estresse, não é algo surpreendente - ela acenou, não entendia nada daquilo - E ele me contou sobre a preocupação com a filha, é uma doença hereditária que pode ser agravada, como aconteceu com ele - explicou e ela franziu o cenho.

-Se ele estava tão preocupado, por que o Christopher não está aqui? - disse cruzando os braços e se remexendo desconfortável.

O médico sorriu e abriu uma gaveta tirando um envelope pardo, deslizou sobre a mesa em direção a garota e ela se inclinou para pegar.

-Abra, sua resposta está aí - disse sério.

Ela sentiu a mão formigar de nervoso e abriu com cuidado, lendo rapidamente até seus olhos se arregalarem e ela abrir a boca chocada.

-Não! - disse incrédula - Nós dividimos o útero, isso é ridículo - o documento era um exame de DNA, nele constava que Christopher não era filho de Michael - Como? Isso não..

-Seu irmão foi adotado com poucos dias de vida, não foi difícil para os seus pais conseguirem documentos e certidões, eles tinham dinheiro e amigos, Christopher não é seu irmão, não de sangue, por isso ele não está aqui agora - explicou e ela negava.

Os pais tinham mentido a vida toda para eles, e se a relação com o irmão já era ruim, saber disso só pioraria tudo, seria como achar motivo para ela sempre ser a preferida em tudo, como ele mesmo disse muitas vezes.

-Então eu.. eu sou a única que pode ter essa desgraça no sangue?! - riu nervosamente e o médico acenou, seu pai era um desgraçado que a levaria ao fundo do poço mesmo morto - Eu preciso fazer algum exame? - questionou e ele se levantou conduzindo a garota até a sala ao lado, onde ela se trocaria e ficaria pronta para a ressonância.

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