Matando um leão por dia

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A vida prosseguia. Eu já estava com 22 anos de idade, Arthur com 2 aninhos. Eu trabalhava em uma companhia de telecomunicações que basicamente atuava na parte estrutural. Era secretaria de diretoria.
Giovanni estava desempregado. Eu tinha que prover pelo nosso sustento, pagar o aluguel e tudo. Ele fazia uns "bicos" na empresa do seu sobrinho quando tinha algum extra lá.

Meu ginecologista mudou minha pílula anticoncepcional e nessa mudança, eu achando que estava segura, engravidei.
Quando descobri, fiquei um pouco preocupada, afinal morava de aluguel em uma casa pequena, somente eu estava trabalhando registrada e Giovanni fazendo os extras de vez em quando. A situação estava difícil
Mas mesmo assim, eu coloquei tudo nas mãos de Deus e sabia que no final daria tudo certo.

Nessa época Giovanni não me acompanhava muito. Eu ia nas consultas quase sempre sozinha, compromissos de família também. Raramente ele me acompanhava.
Teve um casamento de um primo de segundo grau no Interior e Giovanni não quis ir. Fui com minha mãe e levamos Arthur.
Eu não me sentia bonita nessa época. Vivia correndo e minha alto estima estava baixa.
Durante a festa de casamento um outro primo distante do Sr Petruchio me tirou para dançar. Ele era jovem como eu. Bonito e musculoso. Dançou comigo querendo exibir seus músculos torácicos e abdominais pegando minhas mãos e colocando sobre sua camisa para senti-los. Fiquei um pouco envergonhada, mas confesso que gostei. Me senti bonita e especial, pois tinham muitas moças solteiras ali querendo dançar com ele. E eu, que nem o conhecia, fui a escolhida. Ele perguntou do meu marido e eu disse que tinha ficado em casa. Ele sorriu e disse: "sorte a minha então, vou poder dançar com você a festa toda". Eu sorri sem jeito. E realmente dançamos bastante. Ao final da festa, peguei Arthur que brincava com as outras crianças, nos despedimos de todos e fomos embora.
Chegando em casa contei a Giovanni sobre a festa e o primo que me tirou para dançar. Ele não esboçou o menor ciúme. Parecia nem se importar. Confesso que senti uma decepção naquele momento. Mas por outro lado, seria melhor assim,  do que se fosse um machista ciumento demais.

Os dias foram passando, minha gestação progredindo muito bem. Logo a barriguinha já começou a aparecer.
O médico marcou a primeira ultrassonografia.
Fui à clínica para realizar o exame. Estava agendado para as 14 horas. Cheguei meia hora antes. Eu seria a primeira a ser atendida, então a atendente pediu que eu tomasse 8 copos de água como preparo. Tomei.
Minha bexiga estava a ponto de explodir. Já eram 14:30 e a médica que iria fazer o exame estava atrasada. Teve um parto de emergência e iria chegar a qualquer momento. Eu não aguentava mais segurar e pedi para moça se podia ir ao banheiro. Ela disse que eu fosse lá, mas deveria encher a bexiga novamente, pois precisava para fazer o exame.
Fui no banheiro e tentei esvaziar só o suficiente para aliviar um pouco, pois não queria perder minha vez no exame, pois estava lotado de pacientes para fazer e se passasse minha vez, eu ficaria para o final. Então foi o que fiz. Só um pouquinho.
Lavei as mãos e voltei para a sala de espera.
Fiquei lá andando de um lado para o outro. Já estava até suando de tanta vontade de ir ao banheiro novamente. A médica em fim, chegou. Não demorou muito e já me chamou. Deitei na maca, ela perguntou se eu tinha acompanhante, eu disse que não. Então ela começou a fazer o exame. Passou o gel na minha barriga e começou a passar o aparelho. Em segundos já ficou sob  o coraçãozinho que batia forte e rápido. Já me emocionei. Eu estava de 13 semanas. Ela perguntou se eu queria saber o sexo, pois já era possível ver. Eu disse que sim, é claro que queria saber. Foi quando ela me falou que meu filho iria ganhar o melhor amigo. Era mais um menino.
Fiquei muito feliz! E logo já escolhi seu nome. Seria Brian. Contei a todos a novidade.

Eu vivia na maior correria. Saía de casa cedo, por volta de 5:30 da manhã e chegava por volta de 20h todos os dias.
Quando percebi já haviam se passado 7 meses.
As minhas colegas de trabalho haviam preparado um chá de bebê surpresa para mim.
Em uma tarde de trabalho, eu nem esperava. Foi uma grande surpresa.
Me presentearam com tudo para o enxoval de Brian. Tudo o que eu precisaria em roupinhas, cobertores, toalhas, lenços umedecidos e fraldas até ele completar um ano de idade. Tudo lindo e preparado com o maior carinho.
Tive que pedir até para Giovanni emprestar um carro para ir me buscar para poder levar os presentes para casa. Mais uma vez pude contar com pessoas maravilhosas a minha volta. Me senti muito feliz.
Meu segundo filho iria chegar com tudo preparado para ele. Escolhi para serem seus padrinhos uma sobrinha que eu tinha muita afinidade e um dos meus irmãos. Não víamos a hora dele chegar.

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⏰ Última atualização: Apr 09, 2019 ⏰

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