Bônus: mais que dois amigos e um bebê

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Jyun está namorando.

Namorando.

Atenção, atenção isso não é um treinamento.

Meu bebê (de dezesseis anos, mas ainda um bebê) tem uma namorada. É, uma namorada. No começo eu fiquei chocado, até porque, quem é hétero hoje em dia? (Brincadeira, cada um gosta do que quer) depois eu fiquei mais chocado ainda porque ele estava realmente namorando.

Namorar inclui beijar na boca, beijar na boca leva a vários outros caminhos que eu não gostaria que meu filho soubesse que existem antes dos cinquenta e cinco.

Jeongguk não entendeu o meu desespero, até porque ele é a pessoa mais good vibes que eu conheço, então é difícil vê-lo se estressar. Ele é daqueles que pede calma no meio de um incêndio e tenta apagar o fogo com uma colher de açúcar (porque não vai funcionar) talvez seja por isso que a gente combine tanto. Enquanto eu fico louco e paranoico, ele me observa surtar, tomando café e comendo torrada.

— Você nem conheceu a menina ainda, Jimin. — Falou, tranquilamente.

— E se ela for de uma gang? Se ela quiser usar nosso filho para traficar? Ou pior, se ela quiser traficar o nosso filho? — Arregalei os olhos só de pensar na possibilidade.

— E se ela só quiser estar com ele porque gosta dele? — Perguntou.

— Você tem pensamentos muito comuns, Jeongguk. É por isso que ninguém te segue no Twitter.

Paramos de conversar quando Jyun surgiu na cozinha todo sorridente.

— Alá, efeito das drogas. Não tô dizendo? — Sussurrei para Jeongguk e ele revirou os olhos.

Jyun sentou na mesa, mas antes, abraçou todos que estavam ali.

— Está feliz demais para alguém que vai pra escola. — Minwoo falou, encarando o irmão com uma sobrancelha erguida.

Eu amo essa menina, gente.

— É que na escola eu não preciso ficar perto de você. — Estirou a língua e Minwoo retribuiu.

Ok, um adolescente de dezesseis anos discutido com uma criança de onze. E para piorar a situação, Jihoo, o caçula, resolveu estirar a língua também.

— Línguas para dentro antes que eu passe pimenta. — Mandei e eles obedeceram. — Lindíssimos.

O café da manhã seguiu tranquilo, com Jyun ainda estranhamente sorridente.
Depois, eu e Jeongguk fomos deixá-los no colégio.

Assim que paramos com o carro na entrada da escola, Jyun desceu correndo em direção à uma garota miúda. Não, sério, ela é minúscula.

— Acha que essa é a namorada dele? — Jeongguk perguntou.

— Nem ferrando.

E ele sorriu para nós, caminhando em nossa direção, junto da garota. Quase mandei o Jeongguk acelerar, não tô pronto pra isso.

Não era a namorada dele. É A FILHA DELA.

Brincadeira, gente. É só a irmã dela. Fofíssima inclusive. Me deu até vontade de ter mais filhos, mas aí eu lembro da dor e desisto logo.

[...]

Depois de deixar Minwoo e Jyun no colégio, Jungkook passou no shopping e eu desci com Jihoo. Eu recebi uma folga hoje no estúdio onde ensino dança contemporânea, e Jihoo estava um pouco resfriado e, em consequência, amuadinho. E eu não consigo ver meu neném mal, então pensei que pudéssemos ter um dia de pai e bebê (de seis anos, mas um bebê. Acho que já entenderam que, não importa a idade, eles sempre serão meus bebês)

Dois amigos e um bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora