Duas semanas atrás.
— Não acredito que me convenceu a vir. — Digo para Marcela, uma ex colega de trabalho que acabou se tornando uma grande amiga. Há dias insiste para que saiamos e hoje não teve como dizer não.
Ando realmente precisando de um pouco de distração. A vida tem sido bem dura comigo e um pouco de leveza com certeza seria ótimo. Não ando tendo tempo nem para me arrumar direito. Mas por insistência dela eu fiz, cortei o cabelo, comprei uma roupa nova mesmo sem poder e fiz maquiagem.
— Relaxa Lena, você está precisando de diversão. Já que não usa o seu ex para tirar as teias que se formaram nas suas partes íntimas, precisa sair para encontrar um boy para fazer o serviço sujo.
— Marcela, menos ok? Você sabe que eu e Felipe nunca mais vai rolar, e antes que diga alguma coisa, nem pra sexo ele serve mais. — começo a ir. — você é bem ridícula. E desde quando você tem essa linguagem chula?
— Essa é minha linguagem descolada para balada.
— Como eu disse, ridícula.
Estamos em um bar badalado de Salvador, onde pode ser considerado o point de turistas solteiros querendo curtir a noite e não sei como concordei em vir justamente aqui. Música ao vivo a noite toda e alguns homens te olhando como só esperando uma retribuição. Alguns eram mais ousados e se aproximavam, mas logo eram descartados. Nos sentamos na parte externa do bar onde podia ver a lua que brilhava no mar calmo da noite de primavera. Depois de beber três copos de uma bebida que a Marcela pediu, ela pede tequila.
— Está querendo me deixar bêbada dona Marcela?
— Sim, para ver se você se solta e olha em sua volta. Tem um cara lindo que não tira os olhos de você.
— Você disse isso agora há pouco.
— sim, mas esse é ainda mais gato.
Espero um pouco até olhar na direção onde ela me indicou, claro que não quero dar bandeira. Disfarçadamente giro a cabeça em sua direção e até perco o fôlego. Ele está mesmo me olhando intensamente como se estivesse me despindo com os olhos. Como se estivesse enxergando através das minhas roupas. Tento desviar o olhar, mas permaneço admirada com tamanha beleza. Hipnotizada.
— Uau! Que isso, vocês estão se comendo com os olhos. — ela diz. — até deu calor.
Paro de olhar em sua direção e foco na minha amiga se abanando. Começo a ri. Seguro a vontade de olhar novamente para ele. Não que esteja me fazendo de difícil, no entanto não costumo pegar caras em bares ou baladas. Olho para o lugar novamente e ele não está mais lá. Eu meio que fico decepcionada.
— Vou ao banheiro quer ir? — ela se levanta.
— Não, estou bem, acho que vou só tomar um ar na praia, estou meio tonta.
— Ok. Já volto.
Sigo para o píer e desço as escadas que leva para a areia da praia. Abraço meu corpo respirando fundo analisando o quanto estou tonta por causa da bebida. Olho as horas no celular e já passa da meia noite.
— Preciso ir embora.
— Por quê? Ainda nem conversamos. — uma voz rouca diz atrás de mim e me viro de uma vez ficando ainda mais tonta quase caindo. Ele me segura apoiando suas mãos em minha cintura. — desculpe. Não quis te assustar.
Minha nossa! Ele é ainda mais bonito de perto sobre a penumbra da noite.
— Tudo bem, eu que bebi um pouco além da conta.
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Tudo por amor (degustação)
RandomHelena é uma mulher focada na sua carreira. Está no auge de tudo que sempre sonhou, um namorado perfeito, uma promoção mais do que desejou. Ela vê seu mundo ruir de uma hora para outra quando um grave acidente deixa sua irmã mais nova com morte cere...