Capítulo 5
— Helena, como já disse é uma causa perdida. — Pabline é uma amiga advogada a qual recorri para pedir ajuda.
Assim que a oficial saiu da minha casa e a nova babá chegou eu vim à sua procura em total desespero. Entreguei a intimação para ela que através do número que vem logo a baixo de onde assinei ela pode acessar todo o processo. Depois de ler todo ele, ela me deu esse veredicto.
— Como causa perdida? Pabline tem que ter um jeito. Isso não é justo.
— É a lei, por que você acha que seria justo? Só dele ser o pai, já é 95% de chance de você perder amiga. Você pode até contratar um especialista na área, mas...
— Um especialista? E como vou pagar por isso?
— Pois é, infelizmente mesmo você pagando o melhor especialista na área, no máximo o que vai conseguir é a guarda compartilhada. Como disse, ele é o pai, basta um teste de DNA e uma situação melhor que a sua e ele leva a filha para onde quiser.
— Isso é uma injustiça! — digo me levantando revoltada. — onde estava esse homem quando minha irmã estava em coma e a filha dele precisou de cuidados? Em? Ou por que minha irmã retirou todo dinheiro da conta e fiz um empréstimo altíssimo? E se foi para ele?
— Ele alega que sua irmã desapareceu e só agora ele conseguiu encontrar a filha. No processo diz que ele desconhecia a existência da irmã tal qual o local que você residia. Eu sinto muito. Mas esse homem que o processo descreve não precisa do dinheiro que sua irmã retirou.
Uma história sem pé nem cabeça, é claro que esse homem está mentido para conseguir levar a menina de mim. Claro que ele deve ter alguma coisa a ver com o limpa que ela fez em nossa conta. Se bem que alguns gastos foram esporádicos. E depois que fui analisar tinha até uma compra em uma loja de roupa intima caríssima que custou cinco mil reais. Muita coisa passa por minha cabeça. Quem ele é? Qual o tipo de relacionamento ele tinha com minha irmã? Por que ela fugiu dele? Por que depois te tanto tempo ele resolveu procurar a filha?
— Droga. — começo a chorar. — ela é tudo que eu tenho. Ele não pode tirá-la de mim.
— Olha, vocês podem entrar em um acordo, você pode ver a Valentina quando quiser. Pode tentar uma guarda compartilhada...
— E vou ter que ir a São Paulo para isso? Me diz como? — começo a andar de um lado para o outro.
— Helena, olha, talvez isso seja até bom, você vai voltar a ter sua vida de volta. Você precisa dela, a menina é filha dele e não sua...
— Não acredito! — digo pegando minha bolsa que está sobre a cadeira. — Até você com isso? Eu amo aquela bebê e ela é a única família que eu tenho. EU preciso dela.
— Sinto muito Helena, mas não tem muito o que fazer, apenas aguardar a audiência. Posso ir com você sem cobrar nada, mas não vai ser fácil.
— Obrigada, preciso ir. — me aproximo dela e beijo seu rosto.
— Estarei aqui para o que precisar. E não se esqueça, você tem muito a seu favor e nunca vai deixar de ser a mãe dela. Porque você é bem mais do que uma tia.
— Obrigada. — vou para sair e volto — E se eu fugisse com ela? Desaparecesse no mundo sem deixar rastros?
— Você não faria isso, além do mais poderia ser acusada de sequestro entre outras complicações. Fugir não será a melhor saída.
Saiu do escritório com um gosto amargo na garganta. O coração apertado e uma tristeza profunda. Deve ter algum jeito de ficar com a minha sobrinha. Me sento em frente à praia, retiro minhas sandálias e deixo meus pés afundarem na areia fina e morna. Fecho os olhos sentindo a brisa do mar agitar meus cabelos.
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Tudo por amor (degustação)
AcakHelena é uma mulher focada na sua carreira. Está no auge de tudo que sempre sonhou, um namorado perfeito, uma promoção mais do que desejou. Ela vê seu mundo ruir de uma hora para outra quando um grave acidente deixa sua irmã mais nova com morte cere...