Capítulo 4

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Oi gente, quero dizer que estou amando que vocês estejam gostando da história. Espero muitos comentários para esse capítulo, ok? 

Capítulo 4

Eu não sou capaz de parar de olhá-la e não conseguia acreditar que com apenas seis meses ela estava deste o tamanho. Valentina é enorme e perfeita. Inclinei-me para estudar seus traços. Ela tem o nariz arrebitado como o meu e de sua mãe, cílios longos da mesma cor do meu cabelo escuro. Uma boca desenhada perfeita que não era muito parecida com a da Katy que era pequena em forma de coração e com algo que parecia um furo no lábio inferior, presumo que seja como o pai, lábios largos e um pequeno V no lábio superior mais fino do que o inferior, assim como os olhos verde jade.

— Mam, mam. — balbuciou a palavra que a Marcela vem tentando ensinar para ela contra minha vontade, mesmo eu dizendo que não é para fazer isso, ela não me dá ouvidos e tenta por tudo fazer a minha sobrinha me chamar de mãe. Ela é muito esperta e já está querendo falar as primeiras palavras, e esse som sendo um dos mais fáceis para ela, claro que vai reproduzir.

Lágrimas aparentemente infindáveis borraram sua imagem diante dos meus olhos e eu as deixei rolar sem constrangimento, pois fazia tempo que não tinha mais lágrimas para chorar. Eu a amo como uma filha, mas não quero tomar o lugar da Katharine na vida dela.

Me lembro da primeira visita na UTI neonatal, dia em que derramei as últimas lágrimas que eram tanto de tristeza quanto de alegria. Ver aquele tanto de bebês foi aterrorizante. Quando cheguei na incubadora que a Valentina estava cai ainda mais de amores por aquele pacotinho todo vermelhinho. Ela era tão branquinha que dava para ver as pequenas veias de seu corpinho. Mesmo com o inchaço que é normal em recém-nascido, já dava para ver o narizinho petulante que herdou tanto de mim quanto da mãe dela. Sem falar na vasta cabeleira escura que tinha na cabeça. Seu rostinho até desaparecia no meio deles.

— Titia, eu sou sua tia. — digo com a voz embargada. Talvez seja apenas um balbucio qualquer, mas ela sorriu e acariciou meu rosto como sempre fazia antes de fechar os olhinhos e dormir com um sorriso no rosto. Voltei a cantar a canção que ela mais gostava e ela caiu em um sono profundo.

Levanto-me para terminar o trabalho que precisava entregar em dois dias para a antiga agência que trabalhava e agora faço apenas serviços por fora. Precisava voltar a trabalhar, por isso arrumei uma creche para a Valentina, mas na primeira semana tive que desistir, pois ela pegou uma virose, perdeu muito peso e ficou dois dias internada por conta disso. Então achei melhor por hora ficar com ela em casa e ir me virando com o serviço terceirizado que fazia para a agência. Ainda bem que ela dorme muito, é uma dorminhoca de primeira. Tenho uma proposta de emprego e estou à procura de uma pessoa que fique com ela em casa. Mas está bem difícil, além de muito caro.

Deito para dormir lembrando-me de alguém que conheci há alguns dias em uma rara vez que sai com os amigos depois de muito tempo só trabalhando e agora cuidando da Valentina. Ele era lindo, cabelos castanhos, sorriso enigmático, uma voz que deixa qualquer mulher sonhando em ouvir sacanagem ao pé do ouvido, sem falar naqueles olhos que te hipnotizam e parecem enxergar através de suas roupas. Mas não posso me envolver com ninguém, mesmo que seja um turista que não iria ver tão cedo. Não sou desse tipo desprendido que aceitaria uma noite de prazer, mesmo que esteja há meses sem sexo. Entretanto, seus olhos me chamaram muita atenção. Talvez por ser de um verde muito escuro e brilhante. Eu o beijei, foi incrível e queria muito não ter todas as amarras com pudores e achar que para ter sexo tem que ter ao menos um pouco de sentimento. Eu gostei daquele beijo, mas ele não pode mudar quem eu sou. Nem sei por que estou me lembrando desse cara. Deve ser carência mesmo.

— Mas bem que podia mudar um pouco não é senhorita certinha? — digo a mim mesma deitando ao lado da minha pequena para dormir. Ela abre um sorriso ao ouvir minha voz.

Tudo por amor (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora