The path that I have chosen now has led me to a wall
And with each passing day I feel a little more like something dear was lost
A escuridão trazida pelos seus olhos fechados o confortava e a discussão entre Jongin, Sehun e outras vozes desconhecidas não passava de um zunido irritante que lembrava sua cabeça o quão prazeroso era proporcionar dor à Byun Baekhyun.
Normalmente ficaria preocupado com Jongin batendo boca com alguém, apesar de ser consideravelmente frequente, mas nenhum detalhe em tudo que acontecia era normal.
Deitado em uma cama, sabe-se lá onde. Vivo, morto. Talvez os dois. A morte era mais propensa em dar-lhe cortinas esverdeadas iguais as que teoricamente deveriam escurecer o cômodo, mas apenas serviam para banhar o quarto com aquela cor horrenda. Com exceção de um raio de sol que recusava fazer parte da nojeira.
Respeitava o raio rebelde.
Suspirou, cansado. Cansado de sua vida, de sua existência, de respirar. De tudo. Inclusive da curiosidade incessante que o impedia de ceder ao sono mais uma vez; porque mesmo que estivesse quase dormindo — como se as horas que passou nocauteado não fossem o suficiente —, ainda queria saber se tudo aquilo era apenas uma alucinação pós-morte ou se realmente estava vivo e em um local desconhecido.
Se fosse apenas uma alucinação, tentaria morrer novamente.
Levou os dedos hesitantes à sua testa, onde o corte estaria, e não sabia o que esperar. Sangue seco, talvez. Ou nada — fantasmas sentem coisas?
Mas sentiu algo; a maciez de uma gaze, reconheceu, porque seu corpo já foi coberto por elas inúmeras vezes. Todas por causa de seu pai. Uma pequena chama de esperança crescia em seu peito, implorando para que essa fosse a última vez.
Abriu os olhos, não focando em nada específico. Respirava com lentidão, desenhando a gaze com a ponta dos dedos. Inchaços proeminentes rodeavam o que segurava as gazes em seu rosto — fita crepe? —, e outros pequenos cortes em áreas que, pelo que lembrava, não foram atingidas. Seus olhos pareciam inchados; as pálpebras mais pesadas que o habitual.
Engoliu em seco. Não tinha certeza se queria saber o que ocorreu depois de desmaiar.
Passou a mão pelos seus fios negros, surpreendendo-se com a ausência de sangue seco e cacos de vidro. Talvez alguém tivesse o banhado. Esperava que fosse Jongin, se fosse o caso.
Confuso e surpreso, deitado no colchão, o ar gelado preenchendo seus pulmões. Alguns cortes ardendo e sua cabeça doendo. Mas, apesar de tudo, sentia-se amado de uma maneira que não sentia desde que tinha cinco anos de idade. Os cuidados lhe passavam segurança e, acima de tudo, amor; coisas que seus progenitores sempre falharam — propositalmente — em conceber.
Lacrimejava. Não sabia se era pela dor, pela felicidade súbita, por ainda querer morrer — mesmo após esse momento feliz — ou por simplesmente ser a merda de um bebê chorão.
Baekhyun.
Seu nome foi trazido à discussão por uma voz grave; desconhecida.
Levantou. Tontura. A luz torturou seus olhos.
Enroscou o pé no cobertor. Os cortes de sua palma abriram ao agarrar-se no móvel em sua frente; o barulho do metal batendo contra a parede cessou a discussão. As gotas de sangue saindo pelos pequenos cortes faziam sua mão escorregar com lentidão, e receber um chute no saco doeria menos que sua cabeça.
Os passos compassados contra o piso de madeira e a respiração pesada de Baekhyun eram as únicas coisas que quebravam o silêncio que instalou-se na casa.
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Diamond Dogs and the Hunger City
RomanceEM HIATUS PARA SER REESCRITA. Explicação nos jornais do spirit. Baekhyun, com seu futuro definido pelos seus pais, vivia uma vida miserável que girava em torno de livros didáticos e sombras de um sonho esquecido. Até que viu Oh Sehun e sua guitarra...