Era o primeiro dia de Jonathan como Professor. Ele não era realmente um, para falar verdade era mesmo um advogado muito bem-sucedido, sua segunda graduação. A primeira era de Literatura, então tinha licença para lecionar, uma coisa boa, já que queria um escape do mundo, que nas palavras dele se chamava "Mundo Cruel de Direito".
"Bom dia Jonathan, seja bem-vindo a escola, ouvi muito bem de você" - A diretora Ullian o cumprimentou.
"Obrigado, estou muito feliz" - Era uma mudança na vida de Jonathan e ele realmente estava feliz.
"Como já havíamos conversado por e-mail, você ficará como substituto de algum professor, lhe avisarei com antecedência caso precisemos de suas aulas, os horários estão na sala dos professores, pode acompanhar por lá, eu também lhe mandei uma cópia com os mesmos, e outras coisas necessárias por e-mail. Sei que esta trabalhando em um projeto/pesquisa de sua própria autoria, mas sinto-lhe em dizer que as salas de estudo dos professores estão ocupadas com alguns projetos paralelos da escola, tentarei conseguir uma sala para que no período em que fique aqui sem dar aulas possa estar trabalhando, mas não prometo!".
A Senhora Ullian estava tentando o agradar, ela beirava os 40 anos, e mesmo assim se mostrava jovem e elegante, magra, com cabelos longos, pela clara, olhos escuros, pouca maquiagem, muito mandona e profissional, ele gostou, seria uma amiga, já podia ver isso.
Ela falou e falou e Jonathan assentiu, estava gostando, apesar de não ter nenhum projeto dele, estava tudo caminhando bem.
"Obrigada por tudo mesmo, eu não tenho problema quanto à sala de estudo, não precisa se preocupar, eu moro perto, e assim que precisar estarei aqui e preparado" - Ele falou.
"Mesmo assim, vou tentar. Esta semana estaremos ainda nos adaptando aos horários, você pode estar aqui na segunda de manhã?" - Segunda era perfeito, e ele achando que começaria ainda hoje. Ele assentiu e já estava saindo pensando em como iria comemorar esta noite.
"Jonathan?" - A diretora chamou - "Posso te pedir um favor?"...
Jonathan realmente estava feliz, acabara de sair de um processo que o consumiu a alma, do qual ele foi exposto por uma vida inteira, quase lhe custando à carreira, assim, ele decidiu por dar um tempo, sair um pouco do ramo, do qual ultimamente não lhe fazia mais bem, e usar um pouco da vida que ainda acreditava que poderia ter. Mesmo ele não tendo um próprio projeto, o favor que a diretora pediu como orientador de uma estudante iria ocupá-lo e seria um bom passa tempo, então, prontamente aceitou o pedido.
Jonathan não teve uma saída agradável da empresa de advocacia de sua família, mas era preciso, e mesmo com seu pai enchendo o saco porque ele era o melhor da empresa, que resolvia até o caso mais irresolvível do mundo, ele saiu, as circunstâncias, as toneladas de papeladas, os processos sanguessugas, as ameaças, subornos, fizeram com que ele tomasse ao menos uma vez na vida uma decisão pensando em si próprio, ao invés de seu pai, da empresa, dos clientes, e de toda a bagagem de família/empresa imaginável. Não foi um caminho fácil, já que sua família se virou contra ele, mas era necessário para sua felicidade, pois apesar de ser o melhor, não era algo que lhe dava prazer em fazer, fez mesmo, por conta de sua família, mas agora havia parado de pensar neles, e pensou em si próprio, mesmo significando ser deserdado, como seu pai mesmo o ameaçou.
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Um Presente para Nós (DEGUSTAÇÃO)
RomanceUm clichê apaixonante. Ele, um advogado frustrado com a vida que resolve largar tudo e seguir seu sonho. Ela, uma garota sozinha no mundo querendo dar a volta por cima e crescer na vida. O destino junta os dois em uma comemoração solitária. O desti...