220km/h

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QUEM É VIVO SEMPRE APARECE NÃO É MESMO q

eu nem vou me enrolar muito nas desculpas, mas esse capitulo foi um parto que saiu. Lory, obrigada por aturar meus surtos. Mada, todo seu, mô <3 

BOA LEITURA BBS

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— Agora eu entendi por que todo mundo quer tanto estar dentro desse carro... — a voz de Kihyun foi a primeira a quebrar o silêncio assim que ambos estavam dentro do veículo, devidamente seguros pelo cinto. Changkyun arqueou uma sobrancelha ao encará-lo, curioso. — Só de sentar aqui, a adrenalina já é incrível.

O mais novo riu ao girar a chave na ignição para ligar o carro, o ronco do motor fazendo o Yoo se remexer, ansioso, sobre o banco de couro. Aqueles instantes fizeram Kihyun perceber o quanto de fato gostava daquilo tudo, muito mais até do que imaginava. Lembrou-se das vezes em que Changkyun roubava o carro da avó no meio da madrugada, na cidade em que moravam, e o levava para dar uma volta, acelerando nas rodovias vazias, a capota do conversível da megera Im abaixada e o vento causado pela alta velocidade fazendo ambos se sentirem vivos como raramente eram capazes.

Changkyun dirigiu até a linha de largada, o motor potente em marcha lenta fazendo o carro balançar suavemente, arrancando de Kihyun mais um sorriso. Quase como um espelho das ações do mais velho, o Im também sorriu, ainda mais apaixonado pela visão com que era agraciado, se é que podia ser possível.

— E você acha que as pessoas entram aqui só pela adrenalina? — O mais novo questionou, apoiando um braço no volante, o corpo levemente virado na direção do menor. Kihyun arqueou uma sobrancelha, sorrindo ladino.

— E por qual outro motivo seria? — Ele estava pisando em terreno perigoso, sabia disso. Sabia que estava brincando com fogo, como nunca teve coragem antes. A diferença era que, daquela vez, Kihyun estava mais do que a fim de se queimar.

Changkyun sorriu e se inclinou, se aproximando do melhor amigo de uma maneira quase sufocante. A respiração compassada do mais novo acariciou o rosto de Kihyun e o garoto pareceu ter esquecido como se colocava ar para dentro dos pulmões. A proximidade das bocas era atordoante, fazendo o Yoo se sentir tonto, a cabeça pesada, os olhos querendo fechar, porque sua mente havia se nublado pela expectativa do que viria a seguir. Ainda mais quando uma das mãos alheias segurou seu queixo e a outra vagarosamente subiu por sua coxa; era demais para suportar. O Im, no entanto, apenas roçou os lábios nos seus, o olhar devorando-o da maneira como ambos tanto desejavam lá no âmago. Kihyun quis ofegar, mas nem isso ele sabia mais como fazer.

— Você vai descobrir. — E então ele estava longe novamente, os olhos na pista, mas um sorriso de quem sabia o que havia feito na boca que Kihyun tanto queria beijar.

Um Kihyun atordoado sequer percebeu quando a voz saindo dos autofalantes do lugar declarou o início da corrida. O que o trouxe de volta à realidade foi o corpo sendo empurrado contra o banco assim que o carro arrancou, a rotação do motor rapidamente subindo ao passo em que a velocidade aumentava. Os olhos do Yoo viajaram do rosto de Changkyun à pista e de volta, inevitavelmente se prendendo à expressão concentrada do mais novo. E, puta merda, como o fodido ficava ainda mais bonito com aquela seriedade nas feições fortes; o cenho franzido, o maxilar rígido, o olhar focado e as mãos segurando tão firme o volante que os músculos do antebraço se flexionavam e os nós dos dedos estavam brancos.

— Se segura. — Changkyun alertou e Kihyun teve poucos segundos para reagir, agarrando-se ao assento do banco, porque o carro entrou em alta velocidade em uma curva fechada. O mais velho não pôde evitar sorrir ao ouvir a risada animada do melhor amigo; o Im realmente gostava daquilo tudo e não dava para negar que a sensação era, de fato, incrível.

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