Nos perdemos

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LAUREN POV


Ontem Camila chegou com um cheiro estranho no corpo, não é o cheiro dela, e muito menos das meninas que ela sempre vive rodeada. 

Eu sou insegura, por que imaginem, uma mulher daquela não é para todos, tentei falar com a Pri sobre isso, mas ainda não me respondeu, deve ser por que está organizando alguma coisa pra Natalie.

A noite estava chegando e eu estava de folga hoje durante o dia inteiro e amanhã, mas eu sabia que faltava algo, faltava ela no meu dia, desde que começamos nosso romance, não tinha passado um dia sequer sem vê-la, ou trocado mensagens durante o dia a dia.Me troquei e resolvi sair correr, já estava chegando aos 3 ou 4 KM de corrida sem pausa quando parei para tomar um suco natural, a atendente se aproximou e eu pedi suco de abacaxi com menta, ela prontamente o solicitou, enquanto o mesmo estava sendo produzido, eu pensava, que a Camz poderia estar junto de mim correndo, mas não estava no trabalhando no prédio localizado a poucos metros de mim. 

Voltei a mim ao perceber que a atendente trazia o suco e estalou os dedos em frente ao meu rosto dizendo0.

-Está tudo bem moça? Precisa conversar? - disse amigavelmente.

-Está tudo um caos. - disse como se a conhecesse a anos para estar me abrindo com a moça a minha frente.

-Quer conversar? Meu horário de atendimento está acabando, se quiser podemos sair caminhar por ai.

-Deveria confiar em estranhos?

-Depende, as vezes o estranho te ajuda de forma que um conhecido não consegue. E ai, eu espero você tomar seu suco e a gente segue sentido contrario ao que veio, pois também vou pra lá;

-Não deveria, mas topo.

Conversamos, durante aproximadamente quase uma hora, meu suco já havia acabado e eu me sentia leve, ela me deixou esquecer dos problemas, ela era sensacional, não existe outra palavra para defini-la. 

-O que acha de irmos? Ainda tenho que estudar para a prova de amanhã. 

-Yep, podemos. Faculdade?

-Isso, engenharia mecânica...

-Caramba, isso é maneiro!

-Obrigada Luren - riu

Não citei, mas quando a mesma sentou em minha mesa se apresentamos, Amy, ou Amy Bernie, e ao me apresentar, errou ao pronunciar meu nome, depois de muitas gargalhadas e suas bochechas ficarem rosadas de vergonha, chegamos a conclusão de que ela poderia me chamar assim se quisesse. Ela estava com 24 anos, e praticamente passou todo o tempo me escutando e me ajudando como se fosse minha psicologa.

-Vamos então futura Engenheira!

Seguimos caminhando, sem muita pressa da parte dela, mesmo sabendo que deveria estudar, a apressei em algumas vezes porém ela mantinha a mesma velocidade, chegamos em frente a sua casa e ela me parou bruscamente, achei que ia me beijar porém me deu um abraço tão forte e aconchegante. 

-Desculpa assustar mas sinto que deveria ter feito isso antes, seja o que for que te aflinge vai rolar, vai acontecer. 

-Agradeço demais pela noite, tinha tudo pra ser horrivel. Alías, mude de faculdade, psicologa é melhor eu acho - sorri

-Obrigada linda, mas acho que vou continuar - gargalhou - poderia me deixar seu telefone?-Sim, claro!! - entreguei meu celular - me dá o seu, assim se uma esquecer de chamar a outra chama, qualquer coisa, isso pode virar rotina. Adorei o suco!

-Palhaça! Dá minha companhia não gostou?

-Até que dá pro gasto! - gargalhei.

-Até mais Luren! - riu e me deixou um beijo na bochecha.

Segui para minha casa e percebi que ela morava muito perto de mim, e me perguntei como não a conheci antes, droga ela era tão simpática e amigavel, seu cheiro estava em minhas narinas, pra quem passa o dia trabalhando tem que me passar o nome do perfume que ela usa.

Ao chegar notei que o carro da Camila estava estacionado, já me preparei para ficar firme diante de qualquer declaração da parte dela, ao chegar um buquê estava em cima da mesa, ela estava sentada olhando para o nada, nem pareceu perceber minha chegada. 

-Camila? - no momento em que a chamei ela olhou para mim e limpou uma lágrima que escorria de seu rosto.

-Eu já estou de saida, me desculpa.

-Você não vai sair, até me dizer oque houve.

-Oque você sentiu ontem ao achar que eu estava tendo um caso com alguém?

-Não sei explicar, é uma dor enorme, mas não é física e sim emocional.

-Simplificando, parece que seu mundo desaba, não que você seja dependente da pessoa, mas por que ama ela de forma incondicional não é?

-Sim, isso mesmo, onde quer chegar?

-Eu senti isso hoje, quando passei pela avenida da Praia, estava pensando em como me declarar para a pessoa que eu mais amei e amo na vida. 

Senti isso hoje quando, eu retornei pra ver se vocês ainda estavam lá, e vocês estavam saindo, quando retornei e vi vocês se abraçando.

-Você ta me seguindo?

-Eu estava saindo do trabalho Lauren!

-Ela estava me ajudando.

-Eu percebi.

-Para com isso que idiotice!

-Da sua parte pode acontecer essas idiotices, como ontem a noite.

-E não é verdade? Não era perfume de nenhuma das meninas!

-Eu estava ajudando minha colega de trabalho!

-A tirar a roupa?

-A não desistir de viver Lauren Jauregui.

-Isso não se faz na cama. - nesse momento ela me olhou com os olhos vazios, sem reação, ela estava em pedaços, me senti um lixo, ela abriu a boca por diversas vezes para falar algo, mas nada saia. 

Ela juntou seu casaco, me olhou novamente e ia falar algo porém se limitou. Seguiu para a porta sem nada dizer e eu não tinha coragem.

-Espero que perceba quando colocar a cabeça no travesseiro durante a noite, o peso das suas palavras. - e ela simplesmente saiu sem me deixar falar nada, batendo a porta. Me joguei no chova e me permiti chorar. Não percebi quando dormi, apenas acordei durante a madrugada estava tendo um terrível pesadelo. Me levantei tomei um banho e tomei um comprimido para dormir.

Natiese - Um Amor Para A VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora