Pão duro

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Não tinha um pingo de fome para ir em uma lanchonete ou um café então segui para lá. Subimos até minha porta sem trocar uma palavra. Ao abrir a porta ela me olhou com um ponto de interrogação enorme na cara.

- É minha casa. Pode entrar não tem o demogorgon ali dentro não. – Disse para descontrair o clima. E ela riu

- É linda e tem a sua cara.

- Estilo, tem meu estilo. Por favor senta. – E ela me olhando atenciosamente sentou-se.

- Diga.

- Estou saindo a viagem sem previsão de volta.

- Como assim? – Me olhou espantosa.

- Vou a serviços. Porém não é sobre isso que vim falar. Quero saber o que se passa na sua cabeça.

- Como assim? – Pediu virando totalmente para mim e deixando suas mãos no meu joelho.

- Eu não consigo entender qual é a sua, em uma hora me acusa de estar te traindo, quando na verdade estava ajudando minha secretária que estava com problemas. E em outro momento você está conversando proximamente com outra pessoa.

- Eu tenho que te pedir desculpas por como agi, infelizmente não acreditei em ti. Priscila me xingou e mostrou as câmeras daquele dia. Eu me senti um lixo e isso realmente não se faz, sei que a base de um relacionamento é a confiança, porém eu não sabia como agir. – Segurou a cabeça entre mãos – Tenho medo de lhe perder, e isso é algo que preciso consertar na minha vida, mas não desiste de mim. Por favor preciso de ti.

- A questão não é desistir de ti. E você não precisa de mim, você tem que se completar sozinha, para que quando engatarmos algo sério não ser preenchido de faltas.

- Eu sei, preciso de ajuda para me encontrar. Me dê esse apoio, não precisamos ter nada, preciso de ti, enquanto pessoa, como amiga, por favor. – Disse-me com os olhos marejados.

- Eu vou estar aqui sempre que precisar. Você sabe disso, não importa com quem futuramente iremos nos envolver. Eu sempre vou estar disposta para você. – Disse segurando suas mãos.

- Eu quero ir com você para esta viagem.

- Não sei se devemos.

- Vamos nos dar essa chance. Uma viagem, apenas esta viagem, se não desenrolar rompemos o relacionamento, mas permanecemos na amizade. Por favor Camz. – Disse deixando uma lágrima escapar.

- Tudo bem, podemos tentar.

- Independente de como as coisas acabem. Eu te amo. – Me abraçou, e ficamos assim por uns 20 minutos.

Depois do abraço comecei a sentir um pouco de preguiça se ainda continuássemos jogadas no sofá creio que eu dormiria, não digo que estávamos 100%, porém, vou tentar.

Almoçamos juntas, pedi um combo de comida de rua e arrumei minha mala, chamei um carro em um aplicativo de transporte para que ela pudesse ir arrumar as malas delas. Quando o carro chegou me guiei para arrumar minha casa e pedir que um amigo viesse cuidar dela as vezes deixar tudo ok para não ter problemas enquanto estivesse longe.

Já mandei no grupo que tenho com meus amigos que não estaria no Brasil sem prazo de volta e que se quisessem marcar um café para as 14:30 eu estaria em casa. Alguns confirmaram outros iriam passar depois de sair do Trabalho.

- Eu te odeio.

- Por que?

- Você fica sumida e quando aparece diz que vai sair do país? – Disse me olhando furioso

Natiese - Um Amor Para A VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora