Tragédia

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LAUREN POV

Senti a turbulência mesmo dormindo, ao abrir meus olhos Camila chorava e do nada alguns equipamentos saltaram da parte superior do avião, caindo na minha frente, abracei Camila e ela me olhou, e foi a última coisa que vi antes de o avião virar a sua ponta voltada para a terra, senti minha vida passar em segundo pelos meus olhos e do nada tudo apagar.

Ao abrir meus olhos, Camila dormia ao meu lado e eu estava suada, notei comportamentos estranhos por parte da aeromoça, que estava conversando baixo com a cabine dos pilotos. Pensei que poderiam estar conversando sobre a próxima parada, pois nosso voo não era direto. Senti uma asa do avião meio que explodir, me arrumei na poltrona e olhei para Camila, ela ainda dormia, meu coração começou a palpitar, talvez isso seja normal em uma viagem para fora do Brasil. Camila segurou minha mão entrelaçada a minha, e senti que ela estava acordada e com medo.

De repente a aeromoça seguiu rapidamente para ligar as luzes, despertando grande parte dos passageiros. Logo depois soou o alarme para que todos os passageiros acordassem, e se destinou ao seu acento pegando o telefone de bordo. Camila segurou minha mão entrelaçada a minha, e senti que ela estava acordada e com medo.

-Peço que coloquem os cintos, coloquem a mala entre a perna de vocês e se encolham em posição fetal. A um aparelho que saltará da parte superior e vocês devem colocá-lo. Talvez isso não passe de algo inoportuno, porém devemos garantir a segurança de vocês.

Ao final de sua fala, os aparelhos saltam em nossa direção, cada um pega o seu de destino e faço menção de ajudar Camila a arrumar seus cintos, porém ela me olha e puxa ele e mostra que os mesmos já estão presos.

Escuto uma segunda "explosão" e a voz do copiloto se faz presente no ambiente.

-Preciso que mantenham a calma, estamos em um território pouco conhecido, e não há lugar estruturado para declinar, peço que não se afobem, será um pouso de emergência, não há nada de errado com o avião.

Nisto senti o avião perder força e novamente um recado

-Talvez, o avião esteja em grandes apuros. Não sabemos se vamos conseguir, faremos o possível.

Neste momento sinto que a ponta do avião virasse e tem destino ao chão, sem choro nem vela, está caindo. Sinto que eles tentam manter o controle da aeronave, porém isto não é algo fácil, Camila estava forçando tanto meu braço que senti ele ficar dormente e mais outro estouro é escutado, talvez outra "explosão", sigo quieta, porém, olho para Camila e peço desculpas e a beijo. Pareceram anos, e talvez foram, pois depois disso minha visão ficou turva.

Senti uma tremenda dor de cabeça, senti minha cara e camisa na parte abdominal cheias de sangue, olho para Camz, e ela estava completamente cheia de sangue e não se movia nem mesmo sentia sua respiração.

Senti algo desconfortável na minha perna e ao tentar puxar, senti que pegava em meu musculo, porém devido a dor, permaneceu ali, tentei tirar mais não teve jeito. Ao pegar meu celular pude notar que já haviam se passado, cerca de 3 / 4 horas do ocorrido, porém meu celular não estava pegando área. Forcei ainda mais minha perna e senti algo dilacerar minha coxa. Ao levantar notei um ferro pontiagudo, porém felizmente ou não, não atravessou minha perna. Ao mexer com o corpo da Camila ela não respondia meus atos, a balançava, porém ainda nada, com isso eu gritei aos quatro ventos, de ódio, tristeza e dor por nunca conseguir viver sem problemas, ou gravidades.

Senti alguém pegar meu pé, ao olhar para baixo, uma mulher se sufocava ainda em seu sangue, eu via o desespero eu seus olhos, tentei ajuda-la indo ao seu lado e levantando-a, foi quando ela apontou assustada para o lugar onde a Camz estava e me disse:

-Ela está pedindo desculpas por ter feito tudo o que fez... – respirou falho - e estar lhe abandonando ... no mo...men..to que se..riam para vocês se acertarem e não para tudo acabar como acabou. – Dito isso vi seus olhos perderem o brilho e fecharem, não vi o momento, porém senti minhas lágrimas molharem meu rosto.

Ao tentar levantar minha perna deu um estralo e eu cai, e sem forças para levantar eu segui me arrastando, minha visão começou a ficar turva, escutei algumas vozes, alguns agonizando ainda, outros estavam conversando como se estivessem bem, estava quase saindo do avião quando escuto parte da estrutura do avião ranger, e essa estrutura vir lentamente em minha direção, porém sem mobilidade e não conseguindo me mover com agilidade, começo a me desesperar e tentar sair o mais rápido me agarrando a grama que ainda tem em algumas partes de fora do avião, porém devido a força do desespero elas arrancam do chão e a estrutura faz o estrondo de ruptura.

Sinto uma terrível dor na parte do pescoço e vejo todo meu sangue jorrar em mim, ele vertia realmente forte mirando para o céu, me senti fraca e desesperada, sentia meu coração pulsar fortemente e meu corpo dá um espasmo tão grande que acabo acordando e percebendo que aquilo era um sonho e que a dor era relativo a minha má forma de estar dormindo, meu pescoço todo torno, eu estava suada e Camz dormia calma ao meu lado, sua mão estava entrelaçada com a minha e escutava música, me senti aliviada e segui para o banheiro lavar o rosto devido ao susto e me recompor. 

Natiese - Um Amor Para A VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora