lágrimas, palavras bonitas, beijos e... MÃE?

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Já fazia dois dias desde que Hyunjin fora para casa de Changbin. O coração de Jeongin doía, assim como tudo em si.

Yang tentou ligar para Hyunjin diversas vezes, mas sempre acabava na caixa postal, com exceção das vezes que o maior recusou as chamadas.

Seungmin, amigo de Jeongin, falava que aquilo tudo era drama, que Hyunjin estava sendo birrento, mas ele sabia que não, sabia que realmente havia magoou o namorado e que ele precisava de espaço.

“Idiota! Por que você é tão lerdo?!”

“Por que não percebeu que aquele projeto de demônio estava dando em cima de você?”

Essas frases não saiam de sua cabeça, ele sempre fora tão esperto, mas acabou não percebendo a real intenção de Lee Minho naquela noite.

Tentou, novamente, ligar para Hyunjin.

— Hyung? — Ele havia atendido.

— Fale.

— Podemos nos ver? Eu estou com saudades e quero conversar.

— Talvez não seja bom.

— Por favor, hyung!

— Às dezoito na cafeteria que eu trabalhava.

— Ok! Até mais, hyung

— Até.

Jeongin pulava de alegria, teria a oportunidade de desculpar-se com Hyunjin, que ainda na casa de Changbin, tentava acalmar-se.

As horas passaram lentamente, fazendo Jeongin ficar extremamente ansioso.

Antes mesmo das dezessete, Yang já estava pronto, indo para a cafeteria.

Na medida em que os minutos passavam, Jeongin ficava mais nervoso e seu coração ameaçava sair do peito.

Os sinos da porta soaram, avisando que alguém havia entrado. Jeongin quase pulava de alegria ao ver Hyunjin caminhando em sua direção.

— Hyung! Estava com saudades. — Jeongin correu na direção de Hyunjin, indo abraçá-lo.

— O que você quer conversar? — O mais velho disse desviando de Jeongin, deixando-o com os braços abertos para o vazio.

— Hyung, eu queria pedir desculpas…

— Então pode começar.

A fala de Hyunjin desde a ligação que ocorrerá horas atrás era simples e até mesmo sem vida, seus olhos brilhantes agora pareciam vazios e os lábios grossos e chamativos ressecados. Eram pequenos detalhes que fazia o coração de Jeongin se apertar e o fato de não ter conseguido abraçar o outro só o deixava pior. 

— Eu juro que não notei que o Minho estava dando em cima de mim, não era a minha intenção te magoar. — Hyunjin riu alto, fazendo Jeongin encolher-se na cadeira.

— Me poupe, Yang. Como você não percebeu que ele estava dando em cima de você? Estava tão óbvio que até mesmo um bebê perceberia.

E o silêncio reinou, Jeongin sentia-se mal e naquele instante percebeu que talvez devesse ter esperado mais um pouco antes de ir atrás do mais velho.

— Então você prefere terminar ou dar um tempo até sua cabeça esfriar ou só esperar e ver até onde vai dar?

Hyunjin, por um momento, travou. Não havia pensado na possibilidade de um término, nem mesmo de um “tempo”. O pensamento de não ter Jeongin consigo assustava-o

— Você quer isso? —Hwang temia a resposta, mas se não resolvessem isso agora, nada fluiria bem.

— Claro que não, Hwang Hyunjin! Eu não consigo me ver sem você, como eu iria querer isso? — Jeongin mergulhava em um mar de lágrimas, chamando a atenção de alguns clientes da cafeteria. — Eu odeio Minho por ter dado em cima de mim! Me odeio por não ter percebido e isso, e te odeio por não confiar em mim!

Hyunjin arrastou sua cadeira para perto de Jeongin, abraçando o mais novo, que em momento algum parava de chorar. Hwang deveria ser o pior monstro desse mundo, seu coração doía em ver seu pequeno filhote de raposa chorando.

— Ei! Desculpe. — Hyunjin segurou o rosto de Jeongin, secando as lágrimas que molhavam as bochechas vermelhinhas do Yang. — Eu deveria ter confiado em você, okay? Eu te amo tanto, me desculpe.

— O que você pensou? Que eu iria voltar com Minho? Pelo amor de Deus Hwang Hyunjin!

— Eu errei, desculpe. — Lágrimas caíram, deixando Hwang envergonhado de estar chorando em frente a tantas pessoas. — Mas, Jeongin… — ele respirou fundo, procurando palavras certas. — Você não faz ideia do medo que eu tenho de te perder… Sei lá, talvez tenha medo de você enjoar de mim, ou de eu fazer ou dizer algo errado, mas eu tenho medo. Eu não consigo ficar bem sem você ao meu lado. Isso é tão clichê, mas olhe como eu estou! Se passaram só dois dias! — Jeongin podia ver as bolsas escuras sob os olhos do mais velhos, os lábios que sempre estavam hidratados e com gosto de cerejas, agora ressecados.

Jeongin não disse nada, apenas jogou-se nos braços do mais velho, sentindo a familiaridade do abraço de Hyunjin, ali era seu lugar.

Hyunjin colou seus lábios, como um ponto final naquela pequena fase do relacionamento deles.

— Vamos para casa? — Em meio a sorrisos, Jeongin perguntou.

-Vamos!

A cafeteria não ficava tão longe de onde eles moravam, então aproveitaram a caminhada para conversar sobre o que fizeram nesses dois dias e chegaram na conclusão que os dois são duas crianças choronas.

— Nós temos que chamar os meninos para sair, eles nos aguentaram chorando por dois dias seguidos!  

— Sim!

Em meio a risos subiram até o andar do apartamento que dividiam. Era reconfortante estarem juntos.

Quando entraram em casa, Hyunjin beijou Jeongin. Estava com saudade de tudo no namorado, incluindo… bem, vocês entenderam. Hwang puxou Jeongin para mais perto do seu corpo, descendo os beijos até seu pescoço, então Jeongin travou e sentiu toda cor de seu corpo se esvaindo, aquilo realmente estava acontecendo? Oh céus!

— M-MÃE?!




Jeongin e as cantadas de Harry Potter Onde histórias criam vida. Descubra agora