Eu fui tola

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"Ajoelhando-se em seu templo, o amor foi acidental,

cantando machucados, eu fui tola.

Pensando que eu tive cuidado, perdendo toda batalha,

cantando machucados, eu fui tola."

Capítulo não recomendado para menores de 18 anos.

Capítulo não recomendado para menores de 18 anos

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São Paulo, 2015.

Burra. Nenhum adjetivo seria mais adequado para transpassar o que se passava na cabeça da jovem Daniela em relação a si mesma.

Já dentro do elevador, ela olhava para o chão, totalmente fora do seu nicho, seu estado natural. Pegou o celular novamente e checou suas mensagens, precisamente a de sua amiga, que havia a convidado para uma social com algumas pessoas de sua roda de convivência. Ela por sua vez, sabendo que hoje encontraria Volpi, decidiu dar prioridade para o mesmo, que estava há dois dias na cidade e implorou para que Daniela ficasse um dia pelo menos com ele.

Por conta do trabalho, o dia foi diminuído apenas para uma parte da noite, já que Daniela ainda não podia dormir fora de casa. Apenas sua mãe sabia de seu envolvimento secreto e claro, repudiava com toda a força. Dizia para a jovem que aquilo era roubada, pois ela própria já tinha se envolvido com um jogador de futebol, muito tempo atrás e havia sido difícil lidar com as consequências.

Mal de família?

Daniela sempre ouvia a sua mãe, mas nessa situação, acabou ignorando-a.

O elevador chegou no andar onde Tiago sempre se hospedava. O número da sorte, segundo ele. Sexto andar. Estava sozinha, então demorou para sair do cubículo, ainda um pouco nervosa. Pegou agora seu pequeno espelho e olhou seus olhos fundos, consequência de uma noite mal dormida. Estava cansada, o emprego estava a todo vapor por conta dos contratos feitos para o ano seguinte das olimpíadas e tudo estava sobrecarregado. A faculdade de relações internacionais teve de ser adiada para o próximo ano, para que a jovem tivesse um pouco de paz, em meio a tanta turbulência.

Paz, ela sentia paz ao lado do goleiro, por isso estava ali mais uma vez.

Talvez por egoísmo, ela pensava. Ela só queria ficar com ele pela paz?

Pelo menos a cada dois meses os dois conseguiam se ver. Tiago sempre conseguia um crédito por sua importância no clube mexicano e conseguia vir para o Brasil ficar com sua família como também aproveitar o momento que tinha com a estudante. O envolvimento já estava próximo de seu aniversário anual e nenhum deles sabiam como haviam chegado até ali.

Daniela apertou seus pulsos no momento que chegou na porta do quarto, mania que tinha sempre quando estava nervosa. Lembrou da primeira vez que veio aqui, ano passado, após dizer que  fugiria de Tiago naquele dia.

All For You • Tiago VolpiOnde histórias criam vida. Descubra agora