Nosso tempo acabou

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Você parece estar tão assustado,

eu não acho que você se importa...

você sabe, você sabe que o nosso tempo já acabou.


São Paulo, 2016

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São Paulo, 2016.

— Está ciente de que isso já passou dos limites, não é?

Acompanhada com seu cigarro entre os dedos, Daniela assoprava ligeiramente a fumaça criada em seu nariz, enquanto Tiago permanecia na cama, irritado pois detestava a mania de jovem de fumar após o sexo.

— O cigarro? Com certeza. Você é nova demais para se matar assim!

— Isso aqui é menos tóxico que você, Volpi. — Falou dando de ombros, enquanto o goleiro rolava os olhos, mostrando sua confirmação subtendida.

A jovem suspirou virando-se para a janela, ignorando qualquer resposta do rapaz. Passou a mão pelos cabelos recém cortados e tateou seu pescoço sozinha, até sentir uma mão passando pelas suas costas desnudas.

— Isso está nos matando. — Tiago se aproximou falando baixo, agora olhando para a janela.

— A gente se supre e se destrói ao mesmo tempo. — Daniela falou em tom pesado, apoiando a cabeça na mão.

— Isso é maluco. Nunca tive um relacionamento assim.

— Imagina eu, Volpi. Talvez seja isso que nos impeça de sair por aquela porta e não voltar mais para cá.

— Eu sou viciado em você. No seu gosto, no seu cheiro, em tudo. Não consigo deixar de vir aqui contigo.

— Você como sempre, deixando as coisas mais difíceis. — Desistiu do cigarro, agora virando-se para o goleiro, que segurou a com firmeza, encarando seus olhos castanhos esverdeados.

— Você é um demônio, sabia? Não tenho culpa de você ser tão sexy, ainda mais vestindo as minhas roupas. — Riu, encostando sua boca na testa da mais nova.

— Volpi... eu preciso ir embora.

Ela sempre dizia isso, toda vez que se encontravam. Daniela lutava contra um batalhão de demônios para não se encontrar com o goleiro, mas sempre tinha um que vencia, fazendo seus pedaços de desintegrarem no ar e irem até o catarinense. Então adiantava as palavras já gravadas na cabeça, prontas para sem faladas: Ela não ia embora.

— Por favor, fique aqui.

— Eu não posso.

— Eu também não, mas estamos aqui. Vamos aproveitar, já estamos fodidos mesmo.

All For You • Tiago VolpiOnde histórias criam vida. Descubra agora