Daniela Fernandes sabia que Tiago Volpi era um lobo em pele de cordeiro. A destruição escondida atrás de seus traços belos, tal como sugestivos.
Fútil demais na época, a estudante deixou seu corpo falar mais alto e iniciou um relacionamento potencia...
A música se encontra na mídia no capítulo, para quem tiver a fim de conhecer/escutar.
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São Paulo, 2019.
Maturidade: segundo o dicionário, feito ou circunstância da pessoa que se encontra numa fase adulta; estado das pessoas ou das coisas que atingiram completo desenvolvimento, em aspectos mentais, comportamentais, etc.
Levando em conta esse quesito, Daniela era uma garota de sorte.
Parada em frente ao grande espelho que ia até o chão, sorriu com a tranquilidade que emanava em seu peito, mesmo sabendo da situação que encararia daqui alguns instantes. Arrumava rapidamente a camisa personalizada que havia ganhado em homenagem a seu primeiro ano completado no seu novo trabalho e vacilou quando escutou uma voz chamando-a atrás dela.
— Dani, está pronta? Os jogadores novos estão chegando!
— Estou quase, ainda estou namorando essa camisa que eu ganhei.
— Alguma paixão específica? — Rummens, um dos fotógrafos responsáveis pelas fotos oficiais do tricolor paulista, franziu os lábios, encarando a garota pálida em sua frente.
— Sempre preferi os goleiros. — Sorriu por fim, arrancando um sorriso do mais velho.
— E o que você acha desse novo goleiro que o São Paulo contratou? Que estava no México.
— Acho que ele vai segurar a pressão. — Falou, enquanto um filme passava em sua cabeça. — Esperamos né, não estamos tendo muita sorte com goleiros.
— Acho que o Volpi segura a barra também, estou contigo.
— Ele é ambicioso. Se ele colocar na cabeça que vai fazer a diferença, ele faz.
— Uau, falou isso com tanta certeza! Até parece que já o conhece!
— Estou apenas deduzindo, as vezes minha voz sai com uma determinação sem preceitos. — Riu, disfarçando o vacilo que havia dado. — Mas acho que vai dar tudo certo, não quero falar isso e usar uma camisa de goleiro à toa! — Falou olhando para a camisa preta que vestia, personalizada com o número 1 e seu nome logo atrás. — Ele parece ter futuro aqui.
— Tem razão, você é nosso amuleto. Isso tem que dar certo.
— Estou com defeito, então. — Disse entredentes, lembrando do mar de azar que batia na porta do time paulista. — Mas vai dar tudo certo!
Ela ainda não acreditava que estava trabalhando no CT do seu time de coração e havia subido em tão pouco tempo, participando de diversas coisas relacionadas ao clube. Estava ganhando bem, pagando sua faculdade de Relações Internacionais e seguindo sua vida de uma maneira mais tranquila do que nos outros anos. Mas a vida tinha dessas, uma parte desafiadora em todos os seus estágios. E seu maior desafio era se manter plena mesmo sabendo que trabalhava no CT do seu time, que havia contratado recentemente seu sinônimo de destruição.
