5 ❤️

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Victoria Ferrara

Já fazia um dia em que o chefe da Cosa Nora estava morto. E estar no carro com Chloe que chorava sem parar, com Danilo a consolando só me fazia ficar deprimida pois sabia que aquele seria meu fim uma hora ou outra. Chegamos no cemitério a exatamente cinco minutos, e pela janela avistei um grande números de pessoas para o sepultamento, com vários seguranças em volta pelas pessoas que ali estavam.

-Se não quiser podemos ir embora amor. - Danilo disse para a esposa que recusou limpando o rosto e colocando o óculos escuros.

-Não posso ser fraca, não hoje. Papai precisa de mim. -ela fungou a última vez e deu o sinal para o motorista que se levantou de seu assento dando a volta, e abrindo a porta traseira da limusine.

Coloquei também meu óculos, meu chapéu Floppy preto, e sai do carro vendo Sérgio que já me olhava me esperando. Me aproximei dele, peguei seu braço me segurando firme, e não sabendo ele que aquilo já me causava um conforto imenso. Dormi longe dele tinha sido uma tortura, mas com as tosses que tive, escarro de sangue constante durante noite foi necessário mesmo me deixando muito cansada na mente e fisicamente. Minhas costas doía como nunca mesmo quando tomei dois comprimidos para dor antes de vim.

Ver Sérgio do meu lado, mesmo sabendo de seu real sentimentos por mim só me deixava mais claro que ele não merecia cuidar de mim desse jeito. Com o tempo eu ficaria mais debilitada, e com as pesquisas que fiz é uma porcentagem bem pequena das pessoas que conseguem se curar. Com meu histórico, logo morreria e não posso deixar que todos a minha volta se preocupem com comigo. Não posso ser egoísta assim.

Muitos estavam ali por obrigação, e pela imagem por o chefe da máfia ter morrido mas eu podia contar que poucos estavam ali por lealdade e porque sentiam realmente.

-Estar bem? - Sérgio perguntou quando nos aproximamos das pessoas.

-Estou. Porque não estaria?

-Você sabe do que me refiro. Te liguei à noite, mas você como sempre foi evasiva.

-Dormi bem. Estou bem. - minto e agradeço por estar de óculos pois nem conseguir olhar em seus olhos eu consigo.

-Mentira. Eu te conheço o bastante para saber quando diz a verdade. Não precisa se mostrar forte, quando precisa de apoio Victoria. Eu sei que essa doença é difícil mas nós dois juntos conseguiremos vencer isso. Você verá. - ele beija minha cabeça e suspiro com suas palavras.

-Se diz. - ironizo indo para perto de Erik e Gracie.

Katia Santiago

Não dormi, e nem comi, apenas fiquei agarrada ao travesseiro dele cheirando seu cheiro que não sentiria mais. Meus filhos foram para casa comigo, mas nada adiantava pois meu marido não estava mais ali comigo. Aquela casa enorme era tão cheia de nossas recordações que nem fazia mais sentido estar ali sem ele. Cada foto que eu via nossa, e de nossa família só me causava mais dor e angústia.

Agora estar aqui recebendo varias pessoas me dando condolências, e palavras de confortos que nem conheciam meu marido verdadeiramente estava me dando nos nervos. Mesmo a etiqueta te dizendo para sorrir e aceitar que tudo estaria bem, não tinha como estar bem se eu tinha perdido meu marido. Meu amor, que sempre esteve ao meu lado.

-Mãe...

-Peça que acabe logo isso aqui. Não sabe a minha vontade de dizer para todo mundo ir a merda com essas palavras falsas. - digo baixo para Tyler que assente indo até o John que era o sucessor e faria o sepultamento como as tradições da máfia pede.

-Katia já já poderá ir embora. Aguente firme. - Alyssa disse do meu lado, e Fernanda do outro me abraçando de lado.

-Estou no meu máximo. - confesso olhando para o caixão fechado.

Me descobrindo no amor Onde histórias criam vida. Descubra agora