Capítulo 3 - Nua

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Quanto mais suas nuances eram desvendadas, maior era a sensação que ainda havia muito a se desvendar. Cada pequeno ofego, cada pequeno suspiro, cada toque, cada arranhar das unhas em sua pele. Era o conhecido que se misturava ao desconhecido. Era o esperado que surpreendia, tornando-se inesperado. Era o fel, que consumido a pequenas doses, tornava-se remédio. Era o doce sabor do amor, apimentado pela paixão.

O corpo dela, amarrado e inquieto, torcia os pulsos pelo lenço vermelho. Vermelho. Paixão. A cor púrpura refletia em seus olhos azuis, os quais praticamente não piscavam. Seu coração, pulsando intensamente, parecia em total harmonia com o cenário ao fazer o sangue vivo fluir em suas artérias tão depressa.

Os sentidos dela estavam totalmente aguçados, levados ao limite. O cheiro apimentado e cítrico daquele quarto, a meia luz em tom arroxeado, os arrepios que iam e viam do seu corpo, ao passo que sua visão lhe alimentava um prazer que parecia só crescer.

Como ela conseguia? Como ela conseguia transformar sua timidez e inocência em um enorme afrodisíaco ao parecer a mais ousada das mulheres? Era o que Amy Collins se perguntava, enquanto ofegava e esfregava as cochas em sofrimento para tentar diminuir a dor em seu centro. A dor do prazer velado, mas não consumido. A dor da paixão acesa e que precisava queimar. A dor do amor que precisava se consumir.

Isabel, ao som da música lenta e de batida sensual, desceu seu corpo apoiando-se na beira da cama, deixando seu quadril descer e subir, de costas para sua mulher e olhando-a de lado de maneira que sua paixão transbordava. Ela ofegava também. Ela sentia seu corpo tremer sob o olhar de Amy, cobiçado, feroz, suplicante. Ela poderia chegar ao ápice ali, poderia sentir a carne tremer apenas por ter aqueles olhos azuis que ela tanto amava, a venerando daquela forma.

- Me desamarra, eu não aguento mais... Amy sussurrou, implorando por tocá-la. Isabel sorriu, sentindo o impacto de ter sua mulher sempre tão decidida, entregue a ela.

Aproximando-se da empresária, apoiou as mãos em seus ombros e quando seu quadril tocou sua cintura muito de leve, os olhos de Amy fecharam e ela gemeu ao sentir a umidade em sua pele. Sem qualquer piedade, a língua quente de sua mulher escorreu por seu pescoço e mordeu a ponta de sua orelha, fazendo-a bater os pulsos contra aquele maldito lenço vermelho. Seu rosto esquentou e seus dedos dos pés formigaram em ansiedade.

- Você promete ser uma garota boa, se eu te desamarrar senhorita Collins? Isabel forçou a inocência na voz, mas seu desejo fez com que a timidez fosse revelada em sussurro, deixando Amy ainda mais louca.

- Vou te fazer gozar até perder as forças. Isso é bom o bastante para você? Amy respondeu, meio irritada com aquela vontade enorme de colocar suas mãos em Isabel de uma vez. Era seu limite.

- Acho que posso conviver com isso. Isabel sussurrou apertando os seios dela, enquanto sua cabeça era jogada para trás. Os cabelos negros caindo por seus ombros, os lábios vermelhos abrindo para que outro suspiro sôfrego saísse por eles.

- Por favor... Solte-me. Implorou outra vez, indo da autoridade à subjugação. Esse era o efeito Aguillar nela. Não tinha um padrão, não podia ter. Isabel a desarmava por completo, a fazia conhecer o desconhecido em si. Navegar em terrenos movediços e perigosos até que não sobrasse mais nada.

Mais nada além de amor por ela.

A loira, de trança caída de lado, lingerie vermelha carmim e salto agulha nos pés, escorregou as mãos por sua cintura, achando seus punhos atrás da cadeira e enquanto beijava-lhe o pescoço em devoção, arrancando suspiros e gemidos, desatou o nó que os prendia. E ao passo em que o leve pedaço de pano caiu, as mãos cumpridas de dedos finos que conheciam seu corpo como ninguém a seguraram atrás das coxas tão rapidamente, que Isabel teve a sensação que passou apenas um segundo, até que seu corpo fora elevado, enquanto Amy levando-se em salto da cadeira, carregou-a.

Caminhos do Amor - Segunda TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora