A Amante

Capitulo 1 - Theo

Mais um dia de trabalho, estou na empresa desde às oito da manhã e agora são três e quarenta e cinco da tarde e eu mal tive tempo de sair para comer. O que fez Luana me trazer algo para comer duas vezes nesse curto espaço de tempo.

Luana Morkay é minha secretária a cinco anos e eu confiava plenamente, a beleza dela é diferente, não que eu fique reparando sempre, Luana tem seus encantos, mas nossa relação é estritamente profissional. Ela é morena, olhos grandes e verdes, boca bem definida, encanta a todos onde passa, tem um metro e sessenta e seis. Se soubessem que falo assim dela, achariam outra coisa, mas não, ela pra mim é fundamental, mas não no sentido homem/mulher, mas sim chefe/secretária.

Com toda certeza eu sentiria sua falta, afinal eu já estava mais que acostumado com ela. Hoje pela manhã ela me soltou a bomba que iria casar com seu namorado e que não poderia mais ser minha secretária, porque o "marido" iria ter que se mudar, para assumir um restaurante em Las Vegas. Claro que eu poderia ter implorado para ela ficar, eu só não fiz isso, porque Luana é totalmente apaixonada por ele, e vi o quanto ela batalhava para ficar longe dele quando ele precisava viajar e agora ele tendo um restaurante fixo e ter feito o pedido de casamento formalmente, ela não via mais porque ficar longe dele.

Não que daqui de Los Angeles até Las Vegas seja uma viagem cansativa - só são um pouco mais de quatro horas dentro de um carro, sete horas se você utilizar o ônibus, e o menos cansativo, porém mais caro, uma hora de avião - mas eu não podia fazer isso com ela, então lhe deu uma ótima recomendação para a empresa de um conhecido meu lá. Pedi apenas duas coisas a ela, que cumprisse o aviso prévio e que fizesse a seleção junto comigo para minha nova secretária. O que ela topou. Um mês... Eu tinha um mês para resolver minha vida, o que é impossível, porque sou muito exigente quando se trata dos meus empregados.

Meu telefone toca e atendo.

- Gross.

- Theo eu já pus o anuncio e estarei marcando as entrevistas para segunda feira, está bom para o senhor? - Luana perguntou.

- Claro Luana, por mim tudo bem, só verifique a minha agenda, para que não colida com nada, quero está presente durante as entrevistas - Falei enquanto digitava um documento. - Mais alguma coisa?

- Sim, sua esposa ligou e perguntou se irá jantar em casa - Falou.

Respirei fundo e massageei minhas têmporas.

- Sim, eu irei, avise-a - Pedi.

- Tudo bem, ah daqui a pouco o senhor tem uma reunião com o pessoal da Conford - Lembrou-me.

- Obrigada Luana, é só isso? - Perguntei.

- Sim - Respondeu e eu desliguei.

O restante do meu dia posso dizer que foi tranquilo, na verdade normal como sempre. Deu tudo certo na minha reunião, e fechei mais um contrato. Às oito horas estava chegando em minha casa, Charles - meu motorista particular - me deixou em casa, ele primeiro havia ido levar Luana, ele foi contratado justamente para essas situações, primeiro buscar Luana e depois a mim, então durante o dia ficar a disposição de ambos, e no final do expediente, primeiro levar Luana e depois a mim. E foi o que ele fez.

- Tenha uma boa noite senhor Gross - Ele disse assim que abriu a porta do meu carro.

- Boa noite Charles - Digo.

Ele por um motivo que desconheço não me chama de Theo, por mais que eu já tenha lhe pedido isso. Diz que prefere manter o profissionalismo, e isso já tem dois anos. Respirei fundo antes de entrar em casa e fui recebido por Poke, o cachorro maldito da minha esposa. Ele latia desesperadamente, enquanto tentava me morder, e eu fugia dele. Eu correndo de um maldito cachorro na minha própria casa, isso era um cumulo.